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«Gestão danosa» na CMG provoca despedimento colectivo de 106 pessoas

«Depois de muitas desculpas e desejos de boa sorte, veio o patrão anunciar a má notícia aos trabalhadores, como se fossem peças descartáveis de uma linha de produção obsoleta», refere o STCCMCS/CGTP, sobre a empresa de Torres Novas.

A CGM Cerâmicas, de Torres Novas, avançou com um processo de despedimento colectivo de 106 trabalhadores 
Créditos / mediotejo.net

A Administração da CMG – Cerâmicas, com sede em Torres Novas, «conduziu a empresa a uma situação de insolvência, de dívidas em cima de dívidas e a um futuro incerto para mais de uma centena de trabalhadores, na maioria mulheres». A força laboral e os seus representantes do Sindicato das Indústrias de Cerâmica, Cimentos, Construção, Madeiras, Mármores e Similares da Região Centro (STCCMCS/CGTP-IN) tudo fizeram para resolver a situação nos últimos anos.

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O empenho dos trabalhadores da DOMINÓ não corresponde ao seu parco salário

Os trabalhadores desta empresa do sector da cerâmica «cumprem as tarefas que lhes são distribuídas com elevado zelo e profissionalismo». Greve nos dias 6, 7 e 9 de Junho vem reclamar aumentos salariais dignos.

Créditos / DOMINÓ

A produção na DOMINÓ, empresa do sector da cerâmica com sede em  Condeixa-a-Nova, distrito de Coimbra, e mais de 150 trabalhadores (incluindo algumas dezenas de precários) está a passo de caracol. Segundo o Sindicato das Indústrias de Cerâmica, Cimentos, Construção, Madeiras, Mármores e Similares da Região Centro (STCCMCS/CGTP-IN) mais de 60% dos funcionários aderiram à greve que se iniciou hoje.

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Trabalhadores da Keramos-Nazari em luta pelos salários em falta

A empresa de cerâmica de Condeixa-a-Nova, no distrito de Coimbra, deve salários desde Maio e os trabalhadores estão em luta para exigir o pagamento dos valores a que têm direito.

Créditos / Terras de Sicó

Na passa terça-feira, 5 de Novembro, os trabalhadores da Keramos-Nazari estiveram em greve para reivindicar o «pagamento antecipado dos salários». Luís Almeida, dirigente do Sindicato das Indústrias de Cerâmica, Cimentos, Construção, Madeiras, Mármores e Similares da Região Centro (CGTP-IN), explicou à Lusa que, desde o mês de Maio, começaram a receber o salário com um mês de atraso. Acresce a esta denúncia o facto de, até à data, ainda terem recebido o salário referente ao mês de Outubro.

O sindicalista avança que a situação não tem qualquer justificação, uma vez que a fábrica tem encomendas e exporta a totalidade da sua produção.

Se até ao dia 15 de Novembro não forem pagos os salários de Outubro, os trabalhadores colocam a possibilidade de avançarem para uma greve durante todo o mês de Dezembro e de apresentarem uma carta de suspensão do contrato de trabalho. 

A fábrica produz peças de cerâmica artesanal pintada à mão, desde 2012.

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Os trabalhadores consideram que o empenho e a dedicação que, todos os dias, empregam na sua profissão «não encontram correspondência na atitude da administração relativamente à valorização dos salários», claramente insuficientes para fazer face ao brutal aumento do custo de vida, afirma o comunicado do STCCMCS, enviado ao AbrilAbril.

«O essencial desta luta tem em conta que os trabalhadores são todos tabelados pelo salário mínimo, com aumentos salariais de miséria», explicou Luís Almeida, coordenador do sindicato afecto à CGTP, em declarações à Agência Lusa.

A administração aplucou, este ano, «15 euros de aumento e umas migalhas no subsídio de alimentação, não tendo sido actualizado o subsídio de turno». O abuso em que consiste o recurso a salários de miséria por parte do patronato, incluindo na DOMINÓ, «começa a ser demais».

A segurança e manutenção de equipamentos e instalações durante o período de greve «serão assegurados pelos trabalhadores nos mesmos moldes em que o são nos períodos de interrupção de funcionamento ou de encerramento e que sempre se têm revelado suficientes», informa o sindicato, no pré-aviso de greve.

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Foi a total negligência do patronato, que se recusou sempre a encarar a situação atempadamente, a conduzir à insolvência. À custa dos trabalhadores, refere o sindicato, em nota enviada ao AbrilAbril, a quem nunca pagavam a tempo, os patrões foram «hipotecando as instalações fabris como garantia bancária e penhorando as máquinas para fazer face às dívidas com a Segurança Social».

No final do ano de 2022, os trabalhadores ainda não tinham recebido os salários de Novembro, Dezembro e o subsídio de Natal, situação que motivou protestos por parte da Comissão Concelhia de Torres Novas do PCP.

Na sexta-feira, dia 13 de Outubro, «depois de muitas desculpas e desejos de boa sorte», a CMG finalmente deu a má notícia aos trabalhadores, «como se fossem peças descartáveis de uma linha de produção obsoleta, cheios de doenças profissionais derivadas de mais de trinta anos de casa a trabalhar em más condições e com salários de miséria». 106 trabalhadores foram envolvidos no despedimento colectivo anunciado, praticamente todos os funcionários.

«Este é mais um exemplo da forma escabrosa como alguns patrões se comportam e que urge pôr termo urgentemente», considera o STCCMCS. Os trabalhadores sempre «cumpriram com os seus deveres», tendo tolerado todo o tipo de humilhações e desrepeito. Com o sindicato, os trabalhadores vão exigir que «o patrão respeite os seus direitos e assuma o pagamento daquilo que lhes é devido».

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