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Greve de bombeiros profissionais com elevada adesão

A greve dos bombeiros sapadores, que decorre até 2 de Janeiro, arrancou esta terça-feira, contra as alterações do Governo que irão «agravar a vida e o trabalho de milhares de bombeiros profissionais».

Bombeiros no piquete de greve no Quartel da Graça, em Lisboa, 18 de Dezembro de 2018
CréditosANTÓNIO PEDRO SANTOS / LUSA

A greve dos bombeiros sapadores iniciada ontem às 20h contava, cerca de meia hora depois, com uma «adesão total» em Lisboa, avançou o secretário-geral da CGTP-IN, Arménio Carlos, considerando que esta é a «resposta que o Governo merecia».

«Como era evidente, a adesão é total e, portanto, isto confirma que estes bombeiros sapadores e municipais têm razões não só para lutar, como criaram condições de unidade e coesão para dar a resposta que o Governo mereceria», afirmou o dirigente sindical à porta do Quartel da Graça do Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa (RSB).

A paralisação foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML/CGTP-IN) e pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL/CGTP-IN).

«Estamos a falar de homens e mulheres que, sistematicamente, são referenciados como um exemplo de quem põe a vida em risco para salvar a vida de outras pessoas, e também os bens dessas mesmas pessoas, e neste caso concreto estão a ser desrespeitados e desvalorizados pelo Governo», afirmou Arménio Carlos aos jornalistas.

Governo não consultou os trabalhadores

De acordo com António Pascoal, do STML, «esta greve veio após dia 25 de Outubro o Governo ter aprovado dois diplomas em Conselho de Ministros sem qualquer consulta prévia com as estruturas sindicais».

Em causa está o novo estatuto profissional, que regula a carreira especial de sapador bombeiro e de oficial sapador, e o novo regime de aposentação.

«Estes dois diplomas vêm agravar drasticamente a situação dos bombeiros e a prestação do socorro por inerência, e nós tivemos duas reuniões com o secretário de Estado da Proteção Civil sem qualquer efeito prático porque não alterou as propostas iniciais», afirmou.

A proposta cria uma carreira unificada para os bombeiros municipais e sapadores e novas tabelas remuneratórias, além de integrar os operacionais da Força Especial de Bombeiros e os trabalhadores do Instituto de Conservação Natureza e das Florestas (ICNF) que desempenham funções de sapador florestal.

Dando exemplos práticos das implicações destas medidas, António Pascoal falou na redução dos «actuais sete postos que existem para três», que poderá levar a uma «desvalorização da carreira»; numa redução da «tabela salarial em mais de 300 euros», que pode fazer com que bombeiros em início de carreira recebam «abaixo do salário mínimo nacional»; e numa possibilidade de reforma «aos 61 anos, com 40 anos de serviço».

Bombeiros estão a responder a urgências

O dirigente adiantou que os bombeiros «estarão dispostos, como é natural, a outras acções de luta para travar estas propostas», mas, apesar da paralisação, serão assegurados serviços mínimos durante este período.

«Iremos para qualquer tipo de explosão, iremos para qualquer tipo de fogo que ponha em causa a vida de pessoas, iremos também para resgate de pessoas no rio ou no mar, através dos mergulhadores que temos, salvaguardaremos também o desencarceramento de viaturas», reiterou António Pascoal, que também integra o RSB.

Já por resolver ficarão «inundações provocadas pela chuva, limpeza de pavimentos, abertura de portas», uma «série de serviços que vão deixar de ser feitos e que vão causar algum transtorno», apontou o dirigente sincicial, pedindo a compreensão dos lisboetas.


Com agência Lusa

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