A greve está marcada para a próxima sexta-feira, abragendo todos os trabalhadores das empresas rodoviárias de passageiros do grupo EVA transportes (Frota Azul, Translagos, Próximo, Mundial Turismo), por sua vez detido pela Barraqueiro.
No mesmo dia, os trabalhadores das empresas do grupo EVA deslocam-se também a Lisboa, para uma concentração de protesto em frente à sede da Barraqueiro.
Segundo o comunicado da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans/CGTP-IN), a administração optou pelo conflito ao recusar chegar a acordo na reunião de 12 de Setembro, insistindo na actualização dos salários abaixo dos valores que a própria apresentou directamente aos trabalhadores.
No início do mês, a Fectrans enviou um ofício à entidade patronal com uma proposta para evoluir o actual conflito ao encontro de uma solução, na qual defende que os valores entretanto apresentados sejam feitos na mesa negocial entre ambas as partes, de forma a constituir uma base de trabalho com vista à obtenção de um acordo.
A proposta da Fectrans contemplava que, na EVA, os salários fossem de 690 euros a Janeiro de 2019, as folgas e compensações a 75 euros e as refeições, em deslocado e na base, a 10 e 8 euros, respectivamente. Já nas demais empresas, os valores seriam iguais, excepto que o salário seria de 680 e a refeição na base a 4,80 euros, sendo mais tarde os valores das tabelas unificados em 2020.
Tal acordo ia ao encontro das reivindicações dos trabalhadores, que reivindicam aumentos salariais e, sobretudo, exigem a correcção das diferenças salariais existentes entre as empresas do mesmo grupo, que se reflectem em profissionais com as mesmas funções a receber salários e subsídios muito diferentes, o que agrava os já baixos salários pagos aos motoristas.
O grupo detido pela Barraqueiro replica um expediente que é comum a outros grandes grupos económicos: contratando através de uma teia de empresas, exclui um conjunto de trabalhadores da contratação colectiva, apesar de estarem todos ao serviço da EVA.
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