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Greves na Hanon Systems forçam administração a ceder

Perante a forte adesão às greves parciais, a intransigência da Hanon em negociar caiu por terra. A proposta «aquém das possibilidades» levou os trabalhadores a continuar os protestos.

No dia 20 de Março, os trabalhadores levaram o protesto para a rua com uma grande concentração à porta da fábrica
Créditos / SIESI

«A boa adesão dos trabalhadores às greves parciais na Hanon Systems, em Palmela, fez recuar a administração da empresa na sua intransigência em não querer negociar o caderno reivindicativo», lê-se na nota de imprensa do Sindicato das Indústrias Eléctricas do Sul e Ilhas (SIESI/CGTP-IN).

Segundo o SIESI, face ao forte impacto das greves intercaladas no passado dia 18 de Março, que têm parado a produção, a empresa foi obrigada a negociar. A proposta da Hanon propunha aumentos salariais de 25 euros para os salários até 1000 euros e de 2,5% para os restantes.

«No entanto, os trabalhadores rejeitam esta proposta, por aumentar o fosso entre os salários, por estar aquém das necessidades dos trabalhadores e das possibilidades da empresa e por não haver resposta à maioria das reivindicações presentes no caderno reivindicativo», sublinha o sindicato.

Quinta greve parcial volta a parar produção

Perante o impasse, os trabalhadores da Hanon cumpriram hoje o quinto dia de greve parcial, tendo em vista «uma outra resposta» da empresa. A par da paralisação, que voltou a parar a produção, os operários realizaram também uma concentração de protesto à porta da fábrica, na qual participou Arménio Carlos, secretário-geral da CGTP-IN.

Entre as reivindicações, os trabalhadores da Hanon exigem aumentos salariais de 50 euros, o fim das discriminações salariais, a inclusão do tempo de refeição no período efectivo de trabalho, a reposição dos direitos relativos ao pagamento dos tempos relacionados com consultas médicas e a uniformização dos horários de trabalho.

Sobre esta última matéria, Paula Sobral explicou ao AbrilAbril estar em causa que, de momento, «o quarto turno, que labora da 1h às 8h, apenas faz seis horas e meia», o que significa que «estes trabalhadores nem 600 euros levam para casa, apesar de ser o turno da noite, um dos mais penosos».

Por esse motivo, os trabalhadores deste turno exigem que o trabalho «lhes seja pago como as oito horas», tendo em conta o cariz penoso de laborarem de madrugada, ou que «lhes sejam dado um turno de oito horas», pondo-os em pé de igualdade.

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