A Inditex é o maior grupo económico do sector da moda em todo o Mundo, representado por marcas como a Zara, Pull&Bear, Massimo Dutti, Bershka, Stradivarius, Oysho, Zara Home e Tempe. A receita bruta de 22,3 mil milhões de euros (que se saldou num lucro de quase 6 mil milhões) em 2024, os melhores resultados da sua história, demonstram o poder da empresa no mercado. Sobressai, no entanto, uma questão: porque é que os trabalhadores destas marcas não são devidamente compensados pelos resultados que alcançam?
Em comunicado enviado ao AbrilAbril, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN) relata o desinteresse demonstrado por representantes da Inditex numa reunião negocial realizada a 17 de Fevereiro. Os milhares de milhões de lucros, afinal, não são suficientes para «dar uma folga aos trabalhadores no dia do seu aniversário» ou robustecer um subsídio de refeição que, em muitos casos, não vê aumentos «desde 2012».
A multimilionária Inditex recusa-se também a assegurar «o pagamento a dobrar do trabalho prestado ao Domingo a todos os trabalhadores cujos Contratos Colectivos de Trabalho (CCT) regionais não o prevêem». Há dezenas de trabalhadores das várias marcas da empresa que, em Portugal, «trabalham muitos domingos por ano sem receber qualquer valor extra».
Uma posição que acaba por estar em linha com a proposta de actualização do salário de entrada na empresa, uma proposta que a Inditex considera justa, muito embora seja «inferior à subida do Salário Mínimo Nacional», denuncia o CESP. Os restantes aumentos propostos, refere o sindicato, são mais pequenos para os trabalhadores que, já por si, recebem as remunerações mais baixas.
O CESP convocou uma greve dos trabalhadores do comércio, escritórios e serviços em Portugal para o dia 28 de Março, uma acção de luta que abrange centenas de trabalhadores das várias marcas da Inditex presentes no País e promete continuar a luta pela aplicação do Caderno Reivindicativo na empresa. O objectivo do sindicato, ao convocar a greve, é mobilizar para a participação na Manifestação Nacional da CGTP-IN, no dia 28 de Março, às 15h, na Praça da Figueira, em Lisboa.
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