O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) promoveu o protesto dos trabalhadores da Flexiplan (empresa de trabalho temporário do grupo espanhol Eulen) que asseguram o serviço de limpeza da loja, das áreas sociais, das casas de banho, tratamento do lixo e outras funções indispensáveis ao funcionamento da unidade comercial.
O sindicato, filiado na CGTP-IN, exige aumentos salariais – o valor actualmente praticado é de 530 euros (o salário mínimo nacional) – e do subsídio de refeição, que é de 1,80 euro. Fonte sindical revelou que há atrasos recorrentes no pagamento dos salários e que há trabalhadores há três meses sem receber o subsídio de alimentação, situação justificada por problemas nos cartões de refeição, através dos quais recebem essa componente salarial.
O CESP alerta ainda para o incumprimento do contrato colectivo de trabalho do sector rubricado pelo sindicato, nomeadamente no que diz respeito a diuturnidades e outros complementos por trabalho nocturno, ao domingo ou em feriados. A empresa está a aplicar a convenção colectiva assinada com o Sindicato dos Trabalhadores e Técnicos de Serviços, filiado na UGT, que em algumas destas matérias contém normas «piores que o Código do Trabalho», informa fonte próxima do processo de luta.
Esta foi a primeira vez em que os trabalhadores da limpeza do El Corte Inglés avançaram para a greve, num «acto de grande coragem», diz-nos quem acompanhou a concentração desta manhã, num «ambiente de terror psicológico», como é caracterizado no comunicado distribuído aos clientes da loja durante a acção.
Os trabalhadores, na sua maioria mulheres, são vítimas de abusos verbais e físicos por parte de um responsável do El Corte Inglés. Apesar das pressões, os trabalhadores vão reunir em plenário nas próximas semanas para decidir sobre futuras acções de luta, caso não haja, entretanto, resposta por parte da administração da empresa.
O grupo Eulen está presente em 14 países e, no ano passado, apresentou lucros superiores a 16 milhões de euros.
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