Na reunião realizada ontem, no Ministério da Educação, os representantes governamentais apenas apresentaram um quadro actualizado com o número de professores por cada escalão e número de anos de permanência, tendo depois proposto agendar uma nova reunião para 28 de Fevereiro.
À saída da reunião, o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof/CGTP-IN) declarou que a reunião em causa foi «um verdadeiro desapontamento», «um bluff», pois não houve qualquer proposta da parte do Governo que fosse no sentido da declaração de compromisso, assinada entre ambas as partes a 18 de Novembro de 2017.
«Parece-nos a nós que marcar uma próxima reunião para 28 de Fevereiro sugere uma intenção de adiar», afirmou, frisando que «já começa a ser tarde» e urgente ver as «propostas, soluções, a discussão e a negociação».
Questionado pelos jornalistas sobre se esse adiamento passava também por adiar a contestação, o secretário-geral da Fenprof respondeu que isso não seria possível, pois «os professores não contestam só quando as propostas são más, contestam também quando elas não existem» afirmou.
«Nós sabemos, por experiência, que quando o Governo adia as propostas é porque não é grande coisa que aí vem», reiterou Mário Nogueira, acrescentando que «as lutas que tiverem de ser feitas, serão feitas, mas não no final do ano» porque «essa poderá ser uma estratégia que interessará ao Governo, mas não aos professores».
Cumprir a recomendação da Assembleia da República
Em declarações aos jornalistas, a Fenprof afirmou que a única recuperação do tempo de serviço a ser feita será aquela recomendada ao Governo pela Assembleia da República, a contagem integral do tempo congelado (nove anos, quatro meses e dois dias).
Além disso, «tem que haver uma recuperação em média de 20% por ano até 2023, exigindo-se que até 31 de Dezembro de 2019 todos os professores tenham tido pelo menos uma progressão», afirmou o secretário-geral.
Entre várias medidas, a Fenprof propôs ainda que os docentes tenham dez dias para confirmarem os dados lançados, tendo em conta os erros detectados em muitas escolas, e informou que irá requerer a renegociação da progressão aos 5.º e 7.º escalões, pois «não pode aceitar que esta progressão fique ao livre arbítrio dos governos».
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