|carreiras profissionais

Marcelo sem afecto para técnicos de diagnóstico e terapêutica

Apesar dos vários pedidos sindicais urgentes, o Presidente da República optou por promulgar o diploma do Governo que coloca mais de 90% dos técnicos na base da carreira e apaga os anos de serviço.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sessão solene comemorativa dos 44 anos da Revolução de Abril na Assembleia da República, em Lisboa. 25 de Abril de 2018
CréditosAntónio Cotrim / Agência LUSA

Após pouco mais de uma semana, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou ontem o fortemente contestado diploma do Governo, que estabelece a nova carreira especial de técnico superior das áreas de diagnóstico e terapêutica, tanto em matéria remuneratória como as regras de transição dos técnicos.

«É com surpresa que ouvimos, por parte da Presidência da República, da promulgação imediata do diploma», sobre o qual «tanto sindicatos como grupos de cidadãos» tinham apelado ao Presidente «para que analisasse este diploma e não o promulgasse nos termos em que ele está», afirmou à Lusa Luís Dupont, presidente do Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas do Diagnóstico e Terapêutica (STSS).

O presidente do sindicato recordou que foi pedida «uma audiência com carácter de urgência» a Marcelo Rebelo de Sousa, «mas pelos vistos o senhor Presidente da República não foi sensível» aos argumentos jurídico-normativos, que a estrutura sindical considera inconstitucionais.

O diploma em causa, aprovado de forma unilateral pelo Governo à revelia do processo negocial, vai colocar a esmagadora maioria dos técnicos na base da carreira, independentemente dos anos de serviço, com um rendimento abaixo de outras carreiras na Função Pública com qualificações semelhantes.

Para o STSS, tal representa um «duro golpe» do Governo desferido contra os técnicos – há muito desvalorizados e discriminados –, que pretende apagar o tempo de serviço dos trabalhadores e colocá-los na mesma posição de um recém-formado que acaba de entrar na carreira. Apenas 250 funcionários, num universo de oito a nove mil, serão colocados na posição intermédia.

No final de Janeiro, os técnicos de diagnóstico e terapêutica decidiram, em plenário, avançar com uma nova vaga de protestos, a começar por uma «grande manifestação» em Lisboa, «na segunda ou terceira semana» de Fevereiro. Um apelo aos partidos com assento na Assembleia da República será também lançado para que «chamem o diploma» ao Parlamento.

Com Agência Lusa

Tópico

Contribui para uma boa ideia

Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.

O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.

Contribui aqui