No ano de 1999, através da Resolução 54/134, a Assembleia Geral das Nações Unidas designou o dia 25 de Novembro – dia em que, no ano de 1960, as três irmãs Mirabal, activistas políticas na República Dominicana, foram assassinadas pelo regime ditatorial de Rafael Trujillo – como o «Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres», convidando, entre outros, governos e Organizações Não Governamentais a organizarem, nesta data, iniciativas destinadas a sensibilizar a opinião pública para este problema.
A CGTP-IN chama a atenção para o facto de se verificar a discussão e identificação dos efeitos do problema, mas negligenciarem-se as suas causas e a prevenção.
«Uma diferença de remuneração média mensal entre homens e mulheres de 16,7%, e que ascende a 20% quando se englobam outros ganhos»
CGTP-IN
Lembra assim que as condições de trabalho são indissociáveis da luta para a eliminação da violência contra as mulheres. A central sindical destaca os problemas vividos pelas mulheres no mundo laboral: as práticas de discriminação, assédio e intimidação nos locais de trabalho; uma diferença de remuneração média mensal entre homens e mulheres de 16,7%, e que ascende a 20% quando se englobam outros ganhos (de acordo com dados de 2014, para Portugal continental); e a continuação da reprodução de estereótipos de género, culminando na desvalorização de profissões e actividades cuja maioria de mão-de-obra é feminina. A Intersindical reafirma que «que estamos ainda longe da eliminação da violência contra as mulheres».
A estrutura sindical alerta para que o dia 25 de Novembro de 2016 «não pode ser mais um dia em que se assinalam intenções, correndo-se o risco de banalizar/desvirtuar o objectivo da data», afirmando que não se combate a violência sem promover a emancipação e a igualdade.
«Não se combate a violência contra as mulheres ao mesmo tempo que se promove a precariedade e, consequentemente, a vulnerabilidade que o vínculo acarreta»
CGTP-IN
«Não se combate a violência contra as mulheres ao mesmo tempo que se promove a precariedade e, consequentemente, a vulnerabilidade que o vínculo acarreta. Não se combate a violência contra as mulheres ao mesmo tempo que se permite a desregulação dos horários de trabalho, obstaculizando a conciliação do trabalho com a vida pessoal e familiar», afirma.
É neste contexto que a Comissão para a Igualdade entre Mulheres e Homens da CGTP-IN reafirma o seu compromisso com esta causa, tendo já previstas para 2017, entre outras, uma campanha sobre o «Direito a trabalhar com vida pessoal e familiar», um plano de trabalho contra o assédio/terrorismo psicológico no trabalho, sob o lema «Romper com o assédio – Emprego com direitos» e diversas iniciativas sobre as «Doenças profissionais das mulheres trabalhadoras», em especial no campo das lesões músculo-esqueléticas.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui