O protesto é convocado pela Federação dos Sindicatos de Agricultura, Alimentação, Bebidas, Hotelaria e Turismo de Portugal (Fesaht/CGTP-IN) que, em Outubro de 2018, apresentou uma proposta de actualização salarial para 2019 com aumentos de 4% (no mínimo 40 euros), para que o salário mínimo no sector fosse de 650 euros em 2019.
Depois de muita insistência da Fesaht, a Associação Portuguesa de Hotelaria Restauração e Turismo (APHORT) acabou por reunir e apresentar uma proposta de 2% de aumentos salariais na tabela salarial, sem qualquer aumento nas demais cláusulas pecuniárias e apenas com efeitos a Junho, quando o compromisso era de Janeiro de 2019.
A Fesaht esclarece numa nota que a proposta da associação patronal é uma «afronta» aos trabalhadores, tendo em conta os salários baixos praticados e a «excelente situação» económica do sector.
«Recorde-se que a proposta patronal representa um aumento de apenas 12/14 euros, quando o aumento do salário mínimo nacional foi de 20 euros. Por isso, não aceitamos e repudiamos tal proposta miserável da APHORT», lê-se no texto.
Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), citados pela federação, revelam que o sector do alojamento turístico em Portugal registou 12,1 milhões de hóspedes e 30,5 milhões de dormidas no primeiro semestre de 2019, o que significa um aumento de 7,6% e 4%, respectivamente. Entre outros números, a Fesaht destaca que também os proveitos cresceram 7,6% nos primeiros seis meses deste ano, registando 1781,9 milhões de euros.
Patrões quase duplicaram proveitos em cinco anos
Os trabalhadores constatam que, «do conjunto aglomerado de todos estes indicadores francamente positivos, resulta necessariamente um aumento muito significativo dos proveitos totais dos alojamentos turísticos que, entre os anos de 2013 e 2018, aumentaram cerca de dois mil milhões de euros, o que representa um aumento estonteante de 92,8%». Ou seja, os estabelecimentos de hotelaria, turismo e restauração «quase duplicaram os seus proveitos em apenas cinco anos».
A Fesaht sublinha que estes valores representam um total de proveitos acumulados de cerca de 18 mil milhões de euros. No mesmo período, regista, «verificou-se também um aumento muitíssimo significativo do rendimento médio por quarto que, nestes cinco anos, se cifrou em 86%».
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