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Sindicato dos tripulantes recusa despedimentos na Ryanair

A empresa, que beneficiou de apoios do Estado português através do lay-off simplificado, admite despedimentos e redução da frota em Portugal.

Companhia irlandesa é acusada de violar legislação laboral em vários países
Créditos / Wikimedia Commons

«O SNPVAC, em conjunto com os outros sindicatos europeus, irá enviar um documento único para a Ryanair, refutando toda a argumentação da empresa irlandesa, e recusando qualquer negociação ou conversa sobre eventuais reduções salariais e/ou de pessoal, com prejuízo dos seus associados, sem que a companhia aérea apresente qualquer tipo de estratégia ou tenha em sua posse o real plano de retoma da actividade e provas concretas que essas reduções são fundamentais para a sua sobrevivência", disse à Lusa o sindicato.

Em causa estão as declarações do presidente executivo (CEO) da Ryanair, Eddie Wilson, que admitiu na terça-feira, em entrevista à agência Lusa, avançar com despedimentos e com a redução da frota em Portugal.

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) diz não estar surpreendido com as declarações de Eddie Wilson, mas reitera que não passará um «cheque em branco à companhia, nem será o seu bode expiatório» e que, apesar de entender a conjuntura que a aviação civil vive, apoiará «qualquer legítima acção sempre que os seus associados se sintam prejudicados».

Os representantes dos tripulantes lamentam ainda «o timing destas afirmações, face às recentes notícias relativamente ao pagamento de 1,1 milhões de euros por parte do Governo dos Açores à transportadora aérea irlandesa para fazer promoção turística da região junto do mercado do Reino Unido».


O sindicato considera mesmo as afirmações do CEO da Ryanair como «ameaças veladas» para criar «medo e insegurança» junto dos trabalhadores, bem como uma «afronta» ao País, tendo em conta que a companhia usufruiu dos apoios extraordinários do Governo português às empresas, face aos efeitos da pandemia de covid-19 na economia, nomeadamente o lay-off simplificado.

«Será necessário esclarecer o presidente Eddie Wilson que existem regras a cumprir durante e após o período do lay-off, tais como a proibição de despedimentos durante 60 dias após o lay-off terminar e que todas as obrigações perante os seus trabalhadores se encontrem regularizadas», acrescenta o sindicato.

Com agência Lusa

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