|Assédio Laboral

«Terror e medo» na Santa Casa de Vila Verde

Logo após a Santa Casa da Misericórdia de Vila Verde ter chamado a GNR para assediar grevistas, a instituição ameaçou recorrer à polícia para expulsar uma trabalhadora que se recusou a submeter a práticas ilegais.

Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Vila Verde 
Créditos / CGTP

Fear and Loathing na Santa Casa da Misericórdia de Vila Verde. O problema na instituição, que gere um hospital, três lares, duas creches, um colégio e várias outras valências na área social, é crónico: poucas semanas depois de o provedor da Misericórdia de Vila Verde ter chamado (ilegalmente) a GNR para expulsar os trabalhadores que estavam em greve à porta do Hospital, um outro responsável tornou a ameaçar recorrer às forças da autoridade para reprimir uma funcionária.

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Misericórdia de Vila Verde reduz salários e horários a trabalhadores da CGTP

Em Maio, a instituição reduziu os horários de trabalho e cortou, ilegalmente, o salário dos trabalhadores do Sindicato de Hotelaria do Norte (SHN/CGTP) entre 10 a 50 euros mensais. Greve agendada para 24 de Julho.

Para além do hospital, a Misericórdia de Vila Verde gere lares de idosos, um colégio e creche, uma maternidade, entre vários outros equipamentos sociais  
Créditos / antenaminho

Há mais de um ano que o Sindicato de Hotelaria do Norte (SHN/CGTP-IN) reclama, junto da Santa Casa da Misericórdia de Vila Verde, a aplicação de aumentos salariais, o cumprimento do Contrato Coletivo de Trabalho (CCT) em vigor no sector e o respeito pelos direitos dos trabalhadores. Mas respeito, da parte desta Misericórdia, não parece haver.

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Sindicato denuncia Casa de Saúde da Boavista à ACT

Para além de pagar o salário mínimo (enquanto lucra milhões), a empresa altera as escalas de trabalho de um dia para o outro e obriga trabalhadores a cumprir tarefas que não as suas, denuncia o SHN/CGTP.

O Sindicato de Hotelaria do Norte (SHN/CGTP-IN) realizou uma acção de protesto e denúncia pública à porta da Casa de Saúde da Boaviste, apelando à participação dos trabalhadores na Greve Nacional da Hospitalização Privada e denunciando o desrespeito da empresa.
Créditos / SHN

Desde Fevereiro de 2023, o Sindicato de Hotelaria do Norte (SHN/CGTP-IN) tem tentado agendar uma reunião com a empresa Casa de Saúde da Boavista, uma instituição de saúde de inspiração católica, equiparada a IPSS. Sucessivas missivas do sindicato, em representação dos trabalhadores, têm sido ignoradas.

CESP: e quem cuida dos trabalhadores das IPSS?

As propostas apresentadas pela Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) deixam os trabalhadores «a viver no limiar da pobreza». CESP/CGTP dinamiza protesto à porta da CNIS, Porto, amanhã, às 11h.

Créditos / CGTP-IN

«Não aceitamos perpetuar os baixos salários e condenar os trabalhadores de um sector tão importante e essencial para a sociedade a uma vida de miséria», afirma, em comunicado enviado ao AbrilAbril, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN).

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«As palminhas não chegam, precisamos de melhores salários»

O AbrilAbril acompanhou as concentrações de centenas de trabalhadoras das IPSS, Misericórdias e Mutualidades em Lisboa, em dia de greve nacional no sector. «É uma desumanidade o que fazem aos trabalhadores e aos utentes».

Concentração de trabalhadores das IPSS, Misericórdias e Mutualidades, em dia de greve nacional do sector, em frente à União das Misericórdias Portuguesas, em Lisboa. 21 de Outubro de 2022 
Créditos / AbrilAbril

À Sandra, trabalhadora de uma IPSS no Seixal, aumentaram a renda em 100 euros mensais. A proposta de aumento salarial ficou-se pelos 35. A Adélia trabalha há 26 anos numa IPSS, mas nem por isso deixou de receber o salário mínimo (mesmo quando passou a fazer 37h30 semanais). A Anabela, de uma IPSS alentejana, com muitos anos de casa, não conseguiu, ao fim do mês, pôr comida em cima da mesa.

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Condecorações no estrangeiro, salários mínimos em Portugal

Manuel Lemos, presidente do secretariado da União das Misericórdias Portuguesas (UMP), recebeu ontem, em Bruxelas, o prémio «Cidadão Europeu», mas a valorização destes trabalhadores não chega aqui dentro de casa.

Concentração das trabalhadoras da União das Misericórdias Portuguesas, em Lisboa
Créditos / CESP

O prémio do «Cidadão Europeu», atríbuido pelo Parlamento Europeu, «distingue pessoas e instituições que se destaquem pelos feitos excepcionais», reconhecendo, neste caso, o trabalho desenvolvido pelas Misericórdias em todo o país, apoiando várias comunidade nas áreas de apoio social e cuidados de saúde.

Manuel Lemos, em comunicado, valoriza especialmente o «trabalho incansável desenvolvido pelos mais de 45 mil colaboradores [trabalhadores] de todas as misericórdias», que todos os dias acompanham cerca de 145 mil utentes.

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Misericórdia de Gaia contrata trabalhadores para substituir quem faz greve

Trabalhadores que aderiram hoje, em grande número, à greve foram substituídos por novas contratações. «O Sindicato de Hotelaria do Norte (SHN/CGTP-IN) já protestou junto da empresa e denunciou a situação à ACT».

Concentração de trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia, em greve por melhores salários e contra o assédio laboral, dia 27 de Agosto de 2021
Créditos / Sindicato de Hotelaria do Norte / CGTP-IN

É longa a lista de denúncias e reivindicações dos trabalhadores dos quatro lares da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia. A moção aprovada esta manhã pelos funcionários em greve, que se concentraram em frente de um dos equipamentos geridos pela empresa, não deixa margem para dúvidas.

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Protesto por aumento dos salários na Santa Casa de V. N. Gaia

Os trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia vão estar em greve esta quarta-feira por aumentos salariais e melhores condições de trabalho.

Lar Almeida António da Costa, em Vila Nova de Gaia
Créditos / laresonline.pt

O protesto tem como principais reivindicações o aumento dos salários em 40 euros, o pagamento do subsídio nocturno e a valorização do trabalho em dia feriado, informa o Sindicato da Hotelaria do Norte (CGTP-IN). Os trabalhadores contestam ainda «a falta de pessoal e os ritmos de trabalho intensos» e exigem «melhores condições de vida e de trabalho».

Os trabalhadores em greve, convocada para amanhã pelo Sindicato da Hotelaria do Norte, vão concentrar-se junto ao Lar Almeida e Costa, gerido pela Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia.

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Para além dos baixos salários, o assédio laboral e o não assegurar minimamente as condições higiénicas dos trabalhadores, a Misericórdia de Gaia obriga os funcionários a «trabalhar sete dias consecutivos», em desrespeito ao Código do Trabalho e da contratação coletiva, altera persistentemente os horários de trabalho e recusa-se a pagar horas extraordinárias.

Muito embora a empresa se tenha sempre recusado a admitir novos trabalhadores, para suprir as ausências e vagas e «melhorar as condições de serviço aos utentes», parece ter finalmente encontrado uma solução, contratando funcionários para substituir os trabalhadores que exigem o cumprimento dos seus direitos laborais.

A moção que foi entregue na sede da Misericórdia exige, afora a resolução dos problemas identificados, a efectiva «classificação dos trabalhadores de acordo com as funções que exercem» e a sua adequada «remuneração em conformidade com as funções» exercidas, «melhores condições de higiene, segurança e saúde» e a «melhoria da qualidade e quantidade na alimentação servida aos trabalhadores».

Todos trabalhadores devem ver os seus salários aumentados para níveis «dignos e justos», ao mesmo passo que a Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia deve renunciar ao clima de pressão e assédio que tem desenvolvido na empresa e «respeitar os direitos dos trabalhadores», defende o SHN/CGTP-IN.

O piquete de greve presente no Lar Almeida da Costa «confirmou a existência de substituição ilegal de grevistas por trabalhadores admitidos depois a emissão do aviso de greve». Em comunicado enviado ao AbrilAbril, o Sindicato de Hotelaria do Norte anuncia ir «apresentar queixa-crime contra a Misericórdia por substituição ilegal de grevistas».

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Num documento a que o AbrilAbril teve acesso, o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN) reforça esta ideia. «Desde sempre, mas mais sentido na pandemia, ficou visível para toda a opinião pública a importância destes trabalhadores e do seu trabalho junto dos utentes, bem como a sua dedicação e zelo».

«Contudo, e apesar das palavras de valorização que apregoam, os trabalhadores da UMP e das Santas Casas de Misericórdia, continuam a ser desvalorizados. Milhares destes trabalhadores auferem o salário mínimo nacional», muitos com vários anos de experiência, anos sem qualquer valorização nas suas carreiras profissionais.

«O que há de prémios a mais, há de valorização de quem trabalha a menos», os trabalhadores, que ainda na semana passada saíram à rua, continuam a exigir o aumento geral dos salários de todos os trabalhadores, a valorização das suas carreiras e a negociação do acordo de empresa.

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O AbrilAbril recolheu vários testemunhos sobre a «humilhação» a que as trabalhadoras das IPSS, Misericórdias e Mutualidades, que se concentraram hoje em frente ao Ministério do Trabalho e na sede da União das Misericórdias Portuguesas, em Lisboa (e na Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, no Porto), em dia de greve no sector, são expostas diariamente, nos seus locais de trabalho.

A Felicidade, trabalhadora há mais de 37 anos na Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco, descreveu a forma como a instituição usa e abusa dos seus trabalhadores: «como não há pessoal, eles pedem a quem está de férias para interromper as férias, ou as folgas, para ir trabalhar». A Severina, que trabalha numa IPSS na outra ponta do país, no Algarve, faz um relato semelhante: «Ganhamos uma miséria, temos que fazer muitas horas a mais e ainda nos impedem de fazer greve, pedindo aos colegas que estão de folga para trabalharem nesses dias».

«Isto é uma austeridade disfarçada!» afirmou a Rita, de uma IPSS do centro de Lisboa, «se estes aumentos não servem para a gente pagar o aumento da renda, o aumento da comida, o aumento dos transportes, é porque não há aumentos nenhuns! Estamos a ficar cada vez mais pobres a trabalhar».

Filipe, de uma IPSS da Beira Interior, lamenta que o serviço, por falta de investimento, se venha a ressentir na qualidade do tratamento dos utentes, que estão a ser tão abandonados pelas instituições quanto os trabalhadores: «em termos de alimentação, da qualidade do serviço, a situação só tem vindo a piorar para os utentes. Se não formos nós, os trabalhadores, a dar tudo, ficam abandonados».

Os trabalhadores estão fartos de «sobreviver com salários baixos», afirma Filipa Costa, presidente do CESP

Num sector que vive muitas dificuldades, com muitos trabalhadores isolados, em que, por força das suas funções, muitos trabalhadores são obrigados a cumprir serviços mínimo, Filipa Costa, presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP/CGTP-IN), ao AbrilAbril, mostrou-se confiante numa grande adesão dos trabalhadores das IPSS, Misericórdias e Mutualidades à jornada de luta que se travou hoje.

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Misericórdia de Gaia contrata trabalhadores para substituir quem faz greve

Trabalhadores que aderiram hoje, em grande número, à greve foram substituídos por novas contratações. «O Sindicato de Hotelaria do Norte (SHN/CGTP-IN) já protestou junto da empresa e denunciou a situação à ACT».

Concentração de trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia, em greve por melhores salários e contra o assédio laboral, dia 27 de Agosto de 2021
Créditos / Sindicato de Hotelaria do Norte / CGTP-IN

É longa a lista de denúncias e reivindicações dos trabalhadores dos quatro lares da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia. A moção aprovada esta manhã pelos funcionários em greve, que se concentraram em frente de um dos equipamentos geridos pela empresa, não deixa margem para dúvidas.

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Protesto por aumento dos salários na Santa Casa de V. N. Gaia

Os trabalhadores da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia vão estar em greve esta quarta-feira por aumentos salariais e melhores condições de trabalho.

Lar Almeida António da Costa, em Vila Nova de Gaia
Créditos / laresonline.pt

O protesto tem como principais reivindicações o aumento dos salários em 40 euros, o pagamento do subsídio nocturno e a valorização do trabalho em dia feriado, informa o Sindicato da Hotelaria do Norte (CGTP-IN). Os trabalhadores contestam ainda «a falta de pessoal e os ritmos de trabalho intensos» e exigem «melhores condições de vida e de trabalho».

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A moção que foi entregue na sede da Misericórdia exige, afora a resolução dos problemas identificados, a efectiva «classificação dos trabalhadores de acordo com as funções que exercem» e a sua adequada «remuneração em conformidade com as funções» exercidas, «melhores condições de higiene, segurança e saúde» e a «melhoria da qualidade e quantidade na alimentação servida aos trabalhadores».

Todos trabalhadores devem ver os seus salários aumentados para níveis «dignos e justos», ao mesmo passo que a Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia deve renunciar ao clima de pressão e assédio que tem desenvolvido na empresa e «respeitar os direitos dos trabalhadores», defende o SHN/CGTP-IN.

O piquete de greve presente no Lar Almeida da Costa «confirmou a existência de substituição ilegal de grevistas por trabalhadores admitidos depois a emissão do aviso de greve». Em comunicado enviado ao AbrilAbril, o Sindicato de Hotelaria do Norte anuncia ir «apresentar queixa-crime contra a Misericórdia por substituição ilegal de grevistas».

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Às concentrações dinamizadas pelos sindicatos, em Lisboa e no Porto, acorreram centenas de trabalhadores de todo o País, a expressar o seu descontentamento com a situação em que se encontram.

«Os trabalhadores estão cansados, estão fartos, de sobreviver com um salário que não chega a meio do mês. Há trabalhadores com muitos anos de casa a receber o Salário Mínimo Nacional, que não acompanha este momento em que o custo de vida aumenta brutalmente».

«Estes salários são desvalorizados num sector que é altamente exigente, pelo tipo de trabalho em que consiste, de apoio a idosos e crianças... As palmadinhas nas costas não chegam... Os trabalhadores precisam de salário, de dinheiro para viver».

Tal como muitos outros trabalhadores afirmaram, também Filipa Pinto alerta para a degradação do serviço prestado aos utentes, consequência inevitável da falta de trabalhadores e dos salários de miséria praticados na maioria das instituições do sector, que «não têm trabalhadores suficientes para dar aquilo que é um serviço básico aos utentes... estamos a falar de pessoas a quem é preciso dar uma atenção cuidada,  muitos destes idosos e crianças, institucionalizados, estão sozinhos. 

«São os trabalhadores que cuidam destas pessoas, que cuidam deles como se fossem família», e em troca recebem, das instituições, altamente subsídiadas pelos Estado, salários miseráveis, condições de trabalho lastimosas e uma carga horária, e de responsabilidade, que não permite prestar o cuidado pessoal, e humano, que os utentes merecem.

É uma das maiores reivindicações e preocupações dos trabalhadores IPSS, Misericórdias e Mutualidades: «É preciso mais trabalhadores, para que tenham tempo para cuidar, adequadamente, dos utentes». «Isto é muito humano por parte dos trabalhadorese muito pouco humano por parte das instituições», que se recusam a valorizar a profissão. 

Concentração de trabalhadores das IPSS, Misericórdias e Mutualidades, em dia de greve nacional do sector, em frente ao Ministério do Trabalho, em Lisboa. 21 de Outubro de 2022  Créditos

Nenhum elemento da direcção da União das Misericórdias Portuguesas se encontrava no seu posto de trabalho, na manhã desta sexta-feira

Uma delegação de trabalhadoras dirigiu-se, este manhã, à sede da União de Misericórdias Portuguesas (UMP), a fim de entregar a moção aprovada por unanimidades pelas dezenas de trabalhadores que se encontravam à porta da instituição, em protesto. O documento acabou por ser entregue na secretaria, dado que nenhum dos elementos da UMP se encontrava, a uma sexta-feira, no seu posto de trabalho.

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CESP denuncia assédio na Misericórdia de Monção

O Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) acusa a Santa Casa da Misericórdia de Monção (SCMM) de «perseguição, assédio, pressão, incumprimento da lei e repressão aos trabalhadores da instituição, maioritariamente mulheres».

A acção de denúncia foi realizada com o intuito de expor publicamente os vários casos de assédio laboral e o arrastamento do processo nas instituições estatais
Créditos / radiovaledominho.com

As acusações, dirigidas ao vice-provedor da SCMM, foram divulgadas na passada quinta-feira numa nota de imprensa, na qual se anuncia que o sindicato vai realizar uma denúncia pública, amanhã, às 11h, frente às instalações da instituição, em Monção (distrito de Viana do Castelo).

O objectivo é alertar a opinião pública para a situação que os trabalhadores ali enfrentam e exigir a intervenção imediata das autoridades competentes (ACT e Ministério do Trabalho), para que ponham cobro «às ilegalidades».

«Três trabalhadoras estão de baixa médica psiquiátrica devido à perseguição que lhes tem sido feita, inclusive com despromoção da função de encarregadas, não pagamento do subsídio de turno (25% do salário) e transferência para funções de apoio domiciliário ou outras de níveis mais baixos», denuncia o CESP (CGTP-IN), acrescentando: «Tudo sem quaisquer fundamentos, apenas como retaliação por não cederem aos seus ataques, tudo em total desrespeito pela lei e pelos direitos dos trabalhadores.»

O sindicato denuncia também a «tentativa de despedimento» de um trabalhador «com base em falsas acusações». No entanto, com a intervenção sindical, o despedimento «foi considerado ilícito», pelo que o trabalhador ganhou o processo e vai ser reintegrado.

A situação arrasta-se, pese embora a acção do CESP, que requereu a intervenção da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) em Agosto de 2017 – sem qualquer resposta. Por outro lado, quando a Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT) marcou uma reunião, após envio de requerimento no âmbito da prevenção de conflitos, a SCMM «recusou-se a comparecer, remetendo o assunto para a União das Misericórdias Portuguesas», lê-se no documento.

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«Os trabalhadores das Misericórdias aqui concentrados, e tantos outros porque não podem aqui se deslocar por não poderem abandonar os utentes, exigem viver e trabalhar em condições dignas», afirma a moção. A proposta de aumentos salariais da UMP ficou-se pelos 717 euros, apenas 12 euros acima do salário minímo.

A UMP teve em conta, no entanto, a situação dos trabalhadores com mais de 25 anos de serviço. Ao contrário dos seus colegas, que passariam a receber 717 euros de salário de entrada, estes trabalhadores receberiam 729 euros mensais.

«Fazendo as contas, cada ano de experiência nas Misericórdias vale um aumento salarial de 48 cêntimos». «Uma miséria» de proposta, referem.

«Os trabalhadores exigem o aumento dos salários, a valorização das carreiras e a emissão da portaria de extensão do Contrato Colectivo de Trabalho das IPSS e a sua aplicação aos trabalhadores das Misericórdias. O fim da discriminação entre trabalhadores do sector,  melhores condições de vida e de trabalho, 35 horas de trabalho semanal para todos e a consagração dos 25 dias de férias».

Fica a promessa dos trabalhadores do sector social: a luta é para continuar, reforçada. «Eu não me calo perante ninguém, porque ninguém é mais, ou menos, do que eu!», afirmou Severina, do Algarve. «Queremos ser respeitadas e vamos à luta e não podemos desistir e não podemos ter medo porque é isso que eles querem! Que a gente tenha medo, que desista da luta e que nos calemos!». A luta de hoje é só um começo.

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Mas é mesmo um sector de salários de miséria que a CNIS quer perpetuar. As propostas que a confederação insiste em apresentar representam aumentos mínimos dos salários, ignorando todas as justas reivindicações dos trabalhadores, que não querem «trabalhar todos os dias e continuar a viver no limiar da pobreza».

As IPSS assumem um papel muito importante e essencial ao país, defende o CESP: estes trabalhadores cuidam diariamente de quem mais necessita, das populações mais fragilizadas na nossa sociedade, têm mesmo de «ser valorizados».

O CESP vai reformular a sua proposta de aumentos e solicitar uma nova reunião com a CNIS para o dia 11 de Abril. Para reforçar a sua posição, o sindicato está a convocar uma concentração para as instalações da confederação no Porto, 11 de Abril às 11h, juntando a «força dos trabalhadores» na exigência de «melhores salários e a valorização das carreiras profissionais e melhores condições de trabalho e de vida».

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Bem prega Frei Tomás, faz o que ele diz, não faças o que ele faz. A Casa de Saúde da Boavista, que se afirma preocupada e dedicada «a prestar especial atenção à Pessoa», não tem qualquer pudor em desrespeitar completamente a dignidade dos seus funcionários, pagando o salário mínimo e desrespeitando as leis laborais.

As escalas, onde são definidos os horários a cumprir por cada um dos trabalhadores, feitas todos os meses, chegam a ser alteradas de um dia para o outro sem o acordo dos funcionários, consoante o que dá mais jeito à Casa de Saúde da Boavista, «pondo em causa a estabilidade de horário e o direito à conciliação da actividade profissional com a vida pessoal e familiar». A defesa da família fica-se, nesta instituição, pela retórica.

Para além destas situações, muitos trabalhadores, designadamente os que exercem funções na recepção e nos pisos, não estão sequer classificados (em termos de carreiras) devidamente, conforme as funções que exercem.

Perante tamanho desrespeito, em que a empresa recusou todas as oportunidades para chegar a um consenso com o sindicato que representa os trabalhadores, o SHN fez chegar uma denúncia à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e exigiu uma reunião de conciliação no Ministério do Trabalho, onde a empresa reafirmou o seu interesse em valorizar, apenas, as pessoas que pagam.

«Tendo a empresa recusado todas as propostas sindicais, o sindicato realizou hoje uma acção de protesto e denúncia pública à porta da empresa e apelou à participação dos trabalhadores na Greve Nacional da Hospitalização Privada, que se realiza a dia 28 de Junho».

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A empresa já devia ter aplicado o CCT celebrado com a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) (com efeitos a Novembro de 2022) mas não foi capaz de o cumprir, lamenta o SHN, em comunicado enviado ao AbrilAbril. Este contrato colectivo, que se aplica às Misericórdias, estabelece a redução do horário de trabalho para as 36, 37 e 38 horas semanais.

«A empresa reduziu o horário de trabalho, em Maio, apenas aos associados do sindicato [SHN/CGTP], mas reduziu também, ilegalmente, o salário em valores que vão de 10 a mais de 50 euros mensais». O objectivo de atacar e perseguir, directamente, os trabalhadores sindicalizados tornou-se evidente à poucos dias, no final do mês de Junho.

A Santa Casa da Misericórdia de Vila Verde deu «aumentos salariais à generalidade dos trabalhadores mas discriminou, novamente, os associados do sindicato no salário e no subsídio de refeição». Reunidos, os trabalhadores decidiram avançar para uma greve no dia 24 de Julho.

Na concentração de protesto agendada para a porta do Hospital de Vila Verde (pertence à Misericórdia de Vila Verde), no dia 24, os trabalhadores vão exigir «o fim da discriminação salarial e sindical e a retirada dos prémios; por aumentos salariais para todos os trabalhadores e o pagamento das diuturnidades; pela classificação correcta das carreiras, de acordo com o trabalho desempenhado; contra o banco de horas ilegal, os ritmos intensos de trabalho e pela admissão de pessoal; pelo pagamento dos feriados a 200% e o cumprimento integral do CCT da CNIS», assinado com o CESP/CGTP.

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«A Misericórdia alterou o horário de trabalho de uma trabalhadora sem cumprir formalismos e procedimentos legais, sem consultar os delegados sindicais e sem ter em conta a vida pessoal e familiar da trabalhadora». A diferença é que, desta vez, a funcionária não aceitou o abuso do patronato, destaca o Sindicato de Hotelaria do Norte (SHN/CGTP-IN), em comunicado enviado ao AbrilAbril.

É já «regra geral a instituição elaborar escalas de horários todos os meses sem consultar os trabalhadores nem os delegados sindicais e alterar a mesmas escalas de um dia para o outro». Uma situação completamente ilegal, como está estipulado no artigo 217 do Código do Trabalho: «não pode ser unilateralmente alterado o horário individualmente acordado».

A trabalhadora não aceitou a alteração ilegal do seu horário, o SHN protestou, mas a instituição decidiu manter o horário que afronta o consagrado na Lei portuguesa. Ao apresentar-se ao serviço no seu horário de trabalho, «a responsável do sector mandou-a para casa e ameaçou com a GNR para a expulsar, se ela recusasse». O sindicato deu conta do ocorrido à Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT).

«A GNR não intervém nem pode intervir nos conflitos laborais, pelo que as ameaças visam criar um ambiente antissindical e de terror e medo» entre os trabalhadores. Mesmo após a grande adesão à greve realizada no dia 24 de Julho, a Misericórdia continua a rejeitar reunir com o sindicato, estando, no entanto, agendada uma reunião no Ministério do Trabalho para 14 de Setembro.

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