|despedimento colectivo

Trabalhadores da Saint-Gobain vão realizar marcha até ao Ministério da Economia

O objectivo é pressionar o Governo a encontrar soluções que recuperem a laboração da única fábrica de vidro automóvel do País. Marcha pelo emprego realiza-se na próxima sexta-feira. 

Trabalhadores da Saint-Gobain Sekurit mantêm-se em luta, à porta da empresa, contra o despedimento de 200 trabalhadores e o encerramento da única fábrica de vidro automóvel existente no nosso país, um verdadeiro crime social e económico. Santa Iria da Azóia, 22 de Setembro de 2021
Créditos / FEVICCOM

Foi num plenário junto à fábrica, na passada sexta-feira, que os trabalhadores da Saint-Gobain Sekurit Portugal, em Santa Iria de Azóia, no concelho de Loures, decidiram realizar nova acção de luta pela manutenção dos postos de trabalho.

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Saint-Gobain Sekurit: Primeiro-ministro não pode usar estratégia adoptada na Galp

No próximo sábado, um mês após o anúncio do encerramento da única fábrica de vidro automóvel em Portugal, os trabalhadores vão deslocar-se a São Bento, recusando complacências com a estratégia da empresa.

CréditosAndré Kosters / Agência Lusa

Os trabalhadores da Saint-Gobain Sekurit, que no último mês têm permanecido em luta contra o despedimento colectivo à porta da fábrica, em Santa Iria de Azóia (Loures), e já se manifestaram junto ao Ministério da Economia, defendem que a intenção de encerrar a empresa é «inaceitável» e que o silêncio do Governo é «insustentável».

A estrutura sindical questiona-se sobre se o primeiro-ministro «vai seguir a mesma estratégia que usou» para o encerramento da refinaria da Galp em Matosinhos, ou seja, «complacente com a estratégia de encerramento da empresa, para depois lhe "dar uma lição", no caso de haver campanha eleitoral pelo caminho».

Por isso, no próximo sábado os trabalhadores vão deslocar-se do Largo de Santos até à residência oficial do primeiro-ministro, onde contam ser recebidos pelas 11h, ao mesmo tempo que exigem que, na reunião agendada para segunda-feira, os ministérios da Economia e do Trabalho assumam as suas responsabilidades, «em tempo útil», e «impeçam este atentado económico e social».

Segundo afirma a Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (Feviccom/CGTP-IN), num comunicado divulgado hoje, «a necessidade e possibilidade de reverter» a intenção da empresa, privatizada em 1991 por Cavaco Silva, «continua em cima da mesa» das negociações.

A Feviccom denuncia que, ao mesmo tempo que pretende encerrar a produção, a Saint-Gobain Sekurit «quer manter o monopólio da comercialização» do vidro automóvel em Portugal. «Quer ficar com o negócio e com os lucros e passar a factura dos prejuízos para os trabalhadores e a economia nacional», critica.

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A «Marcha pelo Emprego e pela Produção Nacional» realiza-se esta sexta-feira, 22 de Outubro, com partida da fábrica, pelas 9h30, passando por vários locais da freguesia, e terminando, na parte da tarde, junto ao Ministério da Economia, em Lisboa.

A Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (Feviccom/CGTP-IN) salienta num comunicado que a iniciativa tem como objectivo pressionar o Governo a encontrar as soluções que «recuperem a laboração da fábrica através de um projecto inovador de transformação de vidro com painéis solares para tejadilhos e janelas de veículos eléctricos e híbridos» e garantam o emprego dos operários vidreiros qualificados que foram alvo do despedimento colectivo.

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