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Trofa Saúde controla idas à casa de banho

O sindicato já pediu a intervenção da Autoridade para as Condições do Trabalho e garantiu que os trabalhadores se vão organizar para expressar a sua indignação.

Trabalhadores do «call center» do grupo Trofa Saúde concentrados junto ao Hospital Privado da Trofa, 27 de Novembro de 2017
Créditos / Sindicato da Hotelaria do Norte

A denúncia parte do Sindicato de Hotelaria do Norte (CGTP-IN), que afirma que neste call center os trabalhadores são obrigados a registar um código no computador que usam quando se deslocam à casa de banho.

«Esta situação ilegal, que já dura há muito tempo, foi agravada na semana passada, quando a empresa decidiu afixar no quadro os tempos diários despendidos pelos trabalhadores nas pausas, que inclui pausas para a refeição e pausas para a casa de banho», pode ler-se numa nota da estrutura sindical.

O sindicato informa que protestou de imediato junto da empresa e que esta retirou do quadro o referido controlo. No entanto, no dia seguinte, voltou a colocar a mesma imposição, perante indignação dos trabalhadores.

Considerando que esta atitude da empresa viola a Constituição da República Portuguesa e «fere a dignidade dos trabalhadores», a estrutura sindical lembra que o grupo Trofa Saúde é um dos maiores grupos económicos do sector da hospitalização privada em Portugal e que o seu crescimento tem sido feito «à custa da exploração desenfreada».

O sindicato recorda que a empresa implementou um sistema de banco de horas «ilegal», no qual os trabalhadores são obrigados a trabalhar 12 e mais horas diárias sem pagamento suplementar, e têm horários «imprevisíveis e desregulamentados» que põem em causa a vida pessoal e familiar. 


Outros problemas assinalados pelo sindicato são o não pagamento a muitos trabalhadores do subsídio de turno de 15% previsto na contratação colectiva, a classificação indevida dos trabalhadores, os baixos salários, a recusa em aplicar a contratação colectiva aos trabalhadores dos call centers e a recusa em diálogar com o sindicato, nem mesmo com mediação do Ministério do Trabalho.

O sindicato solicitou a intervenção urgente da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) e vai promover reuniões com os trabalhadores para analisar a situação e decidir as medidas a tomar.

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