Em comunicado, o Sindicato de Hotelaria do Norte (CGTP-IN) afirma que a greve de 24 horas está a registar uma adesão de 80%, o que levou ao fecho de, pelo menos, seis cantinas escolares.
«Gondomar é o concelho da Área Metropolitana do Porto onde há mais precariedade laboral nas cantinas», denunciou Francisco Figueiredo. O dirigente sindical frisou ainda ser necessário que a autarquia «fiscalize a empresa que contratou», o que, «de momento, não faz».
«Uma parte esmagadora são contratatos por empresas de trabalho temporário. São contratados em Setembro, despedidos em Dezembro, voltam a ser chamados no início de Janeiro, são despedidos outra vez na Páscoa por 15 dias, e depois contratados novamente até o fim de Junho», afirmou.
Durante a manhã, dezenas de trabalhadores realizaram uma concentração de protesto, junto ao edifício da Câmara Municipal de Gondomar, para exigir que esta fiscalize o cumprimento do caderno de encargos do concurso público do serviço de refeições e que pressione a empresa a cumprir a lei e o contrato colectivo de trabalho em vigor.
Os trabalhadores exigem a passagem a efectivos dos trabalhadores contratados a termo, de pelo menos das unidades que funcionam de Setembro a Julho todos os anos, bem como a contratação directa pela Eurest de todos os trabalhadores, sem recurso ao trabalho temporário e para todo o ano lectivo.
Os trabalhadores reivindicam ainda ser reclassificados de acordo com as funções que efectivamente exercem (cozinheiras de 2.ª, motoristas e preparadoras), o que lhes tem roubado uma quantia considerável dos salários, bem como aumentos salariais justos e o fornecimento do equipamento e das fardas necessárias: aventais, calçado adequado e luvas de protecção.
Sindicato denuncia repressão anti-sindical
Por outro lado, o Sindicato da Hotelaria do Norte acusa a Eurest de ter dado «instruções às cozinheiras para não deixarem os delegados sindicais entrarem nas cantinas das escolas do Município de Gondomar e falarem com os trabalhadores, sem autorização da empresa».
«A Eurest tenta assim impedir a actividade sindical na empresa, sabendo, como sabe, que os delegados sindicais têm o direito de circular nas instalações da empresa e não precisam de autorização desta, tendo o sindicato já protestado contra esta actuação ilegal», lê-se no comunicado.
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