O coordenador do «FILMar – Digitalização do Património Cinematográfico», Tiago Bartolomeu Costa, explicou à Lusa que está já em curso a identificação dos filmes a serem digitalizados, a contratação de quatro técnicos e a actualização de equipamento do laboratório fílmico da Cinemateca, pese embora alguns atrasos registados por força da pandemia.
O «FILMar» foi lançado em 2020 e durará quatro anos, contando com um financiamento de cerca de 880 mil euros do Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu (EEA Grants, na sigla em inglês). Recorde-se que este instrumento, criado em 1994, determina que a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega apoiem financeiramente Estados-membros da União Europeia para reduzir disparidades económicas e sociais.
Segundo Tiago Bartolomeu Costa, a 12 de Junho realiza-se o arranque simbólico da iniciativa, no Teatro Municipal São Luiz, em Lisboa, com a exibição do filme Maria do Mar (1930), de Leitão de Barros, com música original composta por Bernardo Sassetti. A película foi já digitalizada, mas está em falta uma nova edição em DVD e o objectivo é o de sublinhar uma das «joias da coroa» do cinema português.
A 30 de Setembro, Dia Internacional do Mar, será iniciado o programa de actividades de divulgação sobre cinema, digitalização e património, que contará com exibições, um seminário e o lançamento de uma página oficial.
O coordenador entende assim que, mesmo que esteja condicionado pela temática do mar, este projecto é uma oportunidade de digitalização de parte do património fílmico português, que se estende por 125 anos.
Assim, está programada a digitalização de sete mil minutos de longas-metragens de ficção e documentário, e de três mil minutos de curtas-metragens, incluindo filme científico, de propaganda, de promoção turística e de actualidades.
Num País com uma profunda ligação histórica e geográfica ao mar, era evidente que a temática estivesse presente desde o início da história do cinema português, pelo que é um desafio escolher o que será digitalizado e devolvido à comunidade, sustentou o coordenador.
«O cinema de património ganhou dimensão importante e queremos alargar esta reflexão. Nos arquivos da Cinemateca, por exemplo, existem muitos filmes científicos e que são importantes para auxiliar a investigação sobre territórios», adianta.
Da programação direccionada para o público está prevista a realização de uma retrospectiva de longas-metragens, em Lisboa e em Oslo, uma vez que a Noruega é parceira no projecto.
Será ainda editado um catálogo de vários DVD, nomeadamente dos filmes Maria do Mar e Heróis do Mar (1950), de Fernando Garcia.
Com agência Lusa
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