Entre Washington, Jenin e Alcochete, centros vários

Sugestões de livros, filmes, teatro, música… para enfrentar os temporais e frios que por aí vão…

A exposição «José de Almada Negreiros: uma maneira de ser moderno» está patente ao público na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa
Créditos / gulbenkian.pt

Porque não Washington ou Nova Iorque ou São Francisco? Sim, nestes dias marcados por uma estranha histeria, a América talvez seja um dos centros do mundo. Diga-se porém, desde já, que o mesmo não sentirão a família e os amigos de Muhammad Mahmoud Abu Khalifa, de 19 anos – que morreu no campo de refugiados de Jenin, na madrugada do passado domingo, depois de, reza a notícia, as forças israelitas o terem atingido na parte inferior das costas com uma bala que lhe atravessou o corpo, saindo pelo abdómen.

O que certamente acharão muitos dos compatriotas deste mártir palestino é que a anunciada transferência da embaixada norte-americana de Telavive para Jerusalém constituirá, a concretizar-se, um acto hostil, que não só fere a dignidade e os direitos de um povo mas viola também consensos internacionais e constitui séria ameaça (mais uma) à paz no Médio Oriente.

Enfim, que a histeria anti-Trump não faça esquecer as contradições e a própria crise do capitalismo (à espera de saída bélica?) e as suas consequências na vida dos povos. Que não faça esquecer o que se passa na Palestina, na Síria, na Líbia, no Iraque, no Iémen, na Europa. Que não faça esquecer o terrorismo de estado de «aliados» como Israel e a Arábia Saudita. E que não faça esquecer a natureza, no fundo antidemocrática (ainda por cima antiga), do sistema eleitoral norte-americano.

Não por acaso, falava José Goulão, ontem, no «encontro» entre Pinochet e Trump, «irmanados prosaicamente pelo fascismo político, redescoberto como a solução que resta, e a mais garantida, de fazer funcionar o fascismo económico e financeiro inerente à plenitude neoliberal».

Mas, não obstante Trump e a sinistra gente que o rodeia, não obstante a memória do desastroso consulado de Barak Obama em matéria de política internacional – só para dar um exemplo –, quem pode esquecer a outra América? E, nessa óptica, como pode sentir-se anti-americano quem se revê no imenso património cívico construído pelos abolicionistas; pelos nativos que resistiram ao extermínio das nações índias; pelas lutas de décadas da classe operária americana enquadrada pelos seus sindicatos; pelo sacrifício de Sacco e Vanzetti em 1927 e, mais tarde, pelos resistentes ao McCarthismo; por Luther King e Angela Davis (que ainda recentemente fez um vibrante discurso na Marcha das Mulheres contra Trump, em Washington); pelo patriota porto-riquenho Oscar López Rivera, preso 36 anos nos EUA, em resultado da luta em prol da independência do seu país (só há pouco libertado)?

Como pode sentir-se anti-americano quem não esquece as lutas de massas, nos anos 60, pelos direitos cívicos dos negros e contra a guerra no Vietname, nem os milhões de cidadãos que contestaram e continuam a contestar as ingerências e intervenções militares do seu próprio país nos mais diversos pontos do globo?

Uma América a escutar, a ver e a ler

Esta América da luta e da resistência aprendemos a respeitá-la. É também, numa outra perspectiva, a América de Gershwin, Barber, Bernstein, Jessye Norman e da grande música afro-americana (dos cantores de blues, de Armstrong e Duke Ellington a Ornette Coleman, passando por Parker, Monk, Gillespie, Mingus, Miles Davis, Coltrane e Wayne Shorter, ou por Bessie Smith, Billie Holiday, Ella Fitzgerald e Sarah Vaughan).

A América de Woody Guthrie e, mais tarde, de Woodstock. A América de Pete Seeger, Dylan, Joan Baez, Aretha Franklin, Hendrix, Zappa, Lou Reed, John Fogerty, Clapton.

A América de Frank Lloyd Wright, Edward Hopper e Jackson Pollock – essa mesma que acolheu tantos artistas em fuga ao nazismo e ao fascismo europeus.

A América de Chaplin, Capra, John Ford, Howard Hawks, Vicente Minnelli, Billy Wilder, Kazan; de Arthur Penn, Bogdanovitch, Coppola, Scorsese, Woody Allen, Tarantino e dos irmãos Cohen.

A América de Ralph Waldo Emerson, Thoreau, Edgar Allan Poe, Mark Twain, Emily Dickinson, Walt Whitman, Herman Melville, O’Henry. A América de John Reed (o contador por excelência da Revolução Socialista de Outubro), de Faulkner, Hemingway, Steinbeck, Salinger, Richard Wright e Burroughs.

A América de Edna St. Vincent Millay, Marianne Moore, Langston Hughes, Hart Crane, Wallace Stevens, e. e. cummings, William Carlos Williams, Elizabeth Bishop, Ferlinghetti, Kerouac, Ginsberg, Corso, Snyder, McClure, Kenneth Rexroth, Frank O’Hara, Denise Levertov, Ashbery, Sylvia Plath, Anne Sexton e de toda a grande poesia norte-americana do século XX. A de Gore Vidal e Noam Chomsky.

A América de Harold Bloom (essa, que foi pátria adoptiva mas dolorosa de Miguéis e Jorge de Sena), capaz de admirar Camões, Eça, Pessoa, Saramago…

É esta a América que o tempo nos ensinou a amar: a dos imensos e assombrosos cenários naturais, a da conquista de novas fronteiras, a da coragem cívica e a da Cultura. Não a da barbárie e de Donald Trump. Anti-América? Não, obrigado. Anti-tudo o que Trump lidera e representa? Sem hesitação. Quanto mais não seja, porque Trump, em boa verdade, é anti-americano. Como muitos dos seus compatriotas já começaram a perceber.

Numa livraria ao pé de si, um poeta à beira de completar 98 anos

E tudo isto – vindo a propósito desse centro do mundo que por estes dias parece ser (mas não é) a América do Norte – nos serve como passadeira ideal para darmos entrada a um poeta (e pintor e editor e activista…): Lawrence Ferlinghetti (n. 1919), de quem acaba de ser publicado, em versão cuidada (ainda que aqui e acolá possa merecer discordâncias), A Poesia como Arte Insurgente (Relógio d’Água, Dez. de 2016).


Inês Dias, poeta, traduziu os cinco textos relativamente longos que o volume reúne, constituindo como que uma súmula da poética deste representante maior da Geração Beat, à beira de completar 98 anos.

Um poeta que, na mítica City Lights Books, de São Francisco, da qual foi fundador, editou igualmente muitos dos seus companheiros de lides literárias: Allen Ginsberg, Gregory Corso, Kerouac, Burroughs, Gary Snyder, Diane di Prima e tantos outros.

Balançando entre prosa e verso, entre poema e reflexão ensaística, estes textos de Ferlinghetti, de límpida aparência, mas borbulhantes de graça e fantasia, sempre interpeladores e quase coloquiais, são capazes de tiradas brechtianas como esta:

«A classe dirigente inicia as guerras; as classes mais baixas combatem nelas. Os governos mentem. A voz do governo raramente é a voz do povo. // Diz qualquer coisa. Faz alguma coisa. O silêncio é cúmplice.» (p. 43)


Moderníssima e pertinente reflexão sobre poesia e arte poética, bem como sobre a condição ética do poeta-comprometido-com-o-tempo-que-é-o-seu, a escrita de Ferlinghetti nunca esconde contudo a sua dívida em relação ao surrealismo francês nem a sua vocação improvisadora e rítmica, ligada ao jazz e à prática da leitura oral com músicos. E muito menos oculta o seu matricial humor e aquele olhar crítico e dorido sobre a América e o mundo, que amiúde se exprime recorrendo à frase/imagem-choque. Lê-se, nesse quadro, uma espécie de combativo anarquismo anticapitalista a par de uma intransigente defesa da liberdade de expressão e da Paz e uma corajosa condenação do militarismo imperialista norte-americano.

Em Portugal, não obstante o meritório trabalho de estudo, tradução e divulgação levado a cabo por figuras como José Palla e Carmo e Manuel de Seabra nos anos 70, quase todos os poetas da Beat Generation tiveram escassa fortuna crítica, e a sua influência, entre finais de 60 e os anos que se seguiram ao 25 de Abril, apenas se fez sentir em vozes como as de Jorge Fallorca, Paulo da Costa Domingues, Jorge de Sousa Braga, João Damasceno, Artur Rockzane, José Soares Martins, José Manuel Pinto Leite e poucos mais.

Ecoa ainda nos livros mais antigos de José Agostinho Baptista ou de António Franco Alexandre. Mas o «modelo Herberto» ou o «modelo Eugénio», bem como o magistério crítico de um Gastão Cruz, de um Eduardo Prado Coelho e, mais tarde, de um Joaquim Manuel Magalhães (sobretudo este) acabaria por orientar o interesse pela moderna poesia estrangeira – que começara a distanciar-se da francofonia e a deslocar-se para o mundo anglo-saxónico – para os imagistas de raiz norte-americana (mas tão «europeus» e tão de direita, para não dizer pior), casos de Ezra Pound e de T. S. Eliot, e para outras vozes da América como Wallace Stevens, todos inegavelmente fundamentais.

Com a sua retórica anarquizante pacifista, anticapitalista e anti-consumista, com o seu gosto surrealizante pela escrita automática, com o orientalismo e psicadelismo de alguns, os poetas da Beat Generation perderam gradualmente espaço entre nós e as traduções contam-se pelos dedos.

É sintomático o caso de Ferlinghetti (um dos primeiros norte-americanos a escrever, em 1961, um poema pró-Fidel Castro): apenas uma pequena antologia inaugural, editada em 1972 pela Dom Quixote (Como Eu Costumava Dizer, trad. de Palla e Carmo), e uma segunda (A Boca da Verdade), em 1986, quando o poeta esteve em Portugal e fez leituras, por exemplo na Associação dos Jornalistas e Homens de Letras do Porto. Aí escutei a sua voz e o vi (inesquecível imagem), na companhia dos tradutores, André Shan Lima e Isabelle Lima (a edição era do poeta e dos Lima). Em boa hora, pois, e felizmente ainda em vida do poeta, chega até nós A Poesia como Arte Insurgente, do autor de um dos livros mais populares da poesia americana contemporânea: A Coney Island of the Mind (1958).

Jazzin’ na Antena 2

E já que falámos dos EUA e de um poeta cuja ligação ao jazz é um traço pertinente da sua obra, não leve a mal o leitor que eu insista (fi-lo já noutras ocasiões) na desejável fruição da rádio pública (infelizmente, não me refiro à informação). Continuam a surgir aí coisas novas e de qualidade, como o recente Jazzin’Antena 2 com selecção musical desse mestre indispensável do jazz que é José Duarte. Aproveite: é a toda a hora, quando quiser. Basta estar ligado à Internet. Terá ocasião de escutar a grande música negra (ou, pelo menos, de origem negra) numa selecção sempre criteriosa e conhecedora.

Em Alcochete, uma pequena… instituição?

E teatro? E arte de ler em voz alta e de contar histórias? E poesia em palco? E itinerância de tudo isto pelo país? Bom, se o leitor tiver a sorte de morar em Alcochete ou perto, fique sabendo que tem nesta simpática vila à beira-Tejo uma pequena instituição cultural, a Andante – Associação Artística. Que aliás muitas vezes actua «em casa».

Diga-se já: ditosa vila que tal estufa de criatividade alberga. Que a apoie (e cada vez mais), que a acarinhe – porque, no país, pouca gente ou quase ninguém faz o trabalho que esta pequena companhia faz, levando a bibliotecas, auditórios municipais, escolas, jardins-de-infância e outros lugares a palavra dos poetas, a de Saramago, o teatro, a par de formações em promoção da leitura literária e na arte de ler e de contar. Traços que distinguem todo este trabalho? Sólida cultura teatral e literária, além de talento artístico e apurado gosto estético. Graça, humor e capacidade de surpreender e entreter, fazendo sempre, mas sempre, pensar. Quer o público infanto-juvenil quer os adultos. Pensar as palavras, que é o mesmo que pensar o mundo, claro está.

Com o interesse e o apoio pontuais da Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas e da Fundação Calouste Gulbenkian, com o interesse no seu trabalho por parte de várias autarquias – só assim tem sido possível a Andante prosseguir a sua caminhada. Hoje, porém, todos os que, no país, se interessam por estas coisas conhecem a Andante. E sabem bem de onde vem: Alcochete.

Pois não é, pergunto eu, um belo cartão-de-visita da terra? E interrogo-me ainda: não há Ministérios da Cultura e da Educação que apoiem continuadamente este estimável projecto teatral?

Ora bem, quem os quiser ver pode seguir-lhes a agenda na Internet. Desde já avanço, por exemplo, que «Afinal o Caracol» (para bebés dos seis meses aos três anos, mas também para crianças dos três aos cinco anos) é um «espectáculo de promoção da leitura (…), com poesia de Fernando Pessoa, música de Joaquim Coelho e ilustrações de Mafalda Milhões. A história de um caracol, das cócegas que ele fazia, de como ele virava e girava, e de como acabou por não cair.»

Diz ainda a Andante, no que constitui uma das suas imagens de marca: «Brincamos com as palavras. São o nosso brinquedo favorito. Brincamos com a música das palavras, com a leveza das palavras, com o tamanho das palavras, com a pressa e a lentidão das palavras e também… com o silêncio.»

Apontem: 3 de Fevereiro – Massamá, Infantário do Povo; 6 de Fevereiro – Lisboa Centro Infantil João de Deus 1 e, à tarde, Centro Infantil do Campo Grande; dia 17 de Fevereiro – Lisboa, Casa da Árvore.

E fica outro aviso. A estreia de «Andante (Des)concertante» teve lugar, a 10 de Janeiro, no auditório, repleto (adultos e miudagem – duas centenas?) da Escola Superior de Educação de Lisboa, em Benfica. Um sucesso. Mas é já a 27 de Março que a Andante repõe este outro espectáculo, no Centro Cultural de Penacova: bela e divertida reflexão/variação teatral em torno das palavras, dos seus segredos e da suas virtualidades, partindo de uma ideia/amálgama – a de orquestra e a de floresta – num trabalho que acaba por ser também um tributo à árvore e à música e que, do princípio ao fim, envolve o próprio público, fixando-lhe a atenção. A partir de textos de vários autores, incluindo Cervantes e Millôr Fernandes. Interpretação: Cristina Paiva; música: Joaquim Coelho; figurino: Lucília Telmo; cenografia e sonoplastia: Fernando Ladeira. Cinco estrelas.

Quase a terminar, mais teatro, música, colóquios, contos, cinema, pintura…

Teatro em Famalicão – «Miséria», a partir de 15 cenas de «Terror e Miséria do Terceiro Reich», de Bertolt Brecht. Coprodução da ACE – Famalicão e da Casa das Artes da cidade – 3 e 4 de Fevereiro, sexta e sábado, 21h30, no Grande Auditório da Casa das Artes.

Música, dança, marionetas… em Coimbra – Reza assim a informação da Escola da Noite: «o concerto que assinala o sétimo aniversário da banda Birds Are Indie, com muitos convidados especiais, é o principal destaque da programação de Fevereiro do Teatro da Cerca de São Bernardo, em Coimbra. Nos ‘Sábados para a infância’, as propostas incluem música, dança, contos e marionetas, com o Taleguinho, Leonor Barata, Cláudia Sousa e Delphim Miranda.» Caso para dizer: que sorte Coimbra tem!

Contos em Évora – Na «É Neste País – Associação Cultural» (Évora, Rua da Corredoura, 8), uma iniciativa que preenche os sábados de manhã, a partir das 11h. Com Trulé, a 4 de Fevereiro; Mafalda Milhões a 11; Lourdes Júlio a 18; Bru Junça a 25. Faz seis anos, em 2017, a «É Neste País».

Mais música, no Porto – 8 de Fevereiro, quarta-feira: 168.º Jantar de Amizade da bela e indispensável livraria UNICEPE. Destaque especial: recital «Anterianas», com a conhecida e talentosa cantora lírica Ana Maria Pinto (soprano) e a notável acompanhadora de Lieder que é a pianista Joana Resende. Às 19h30 é o jantar, com inscrições antecipadas para [email protected].


Música ainda, em Coimbra e Lisboa – 11 de Fevereiro, 22h, Convento de S. Francisco, Coimbra, e 12 de Fevereiro, 17 h, CCB. O maestro Jonas Alber dirige a Orquestra Metropolitana de Lisboa, numa peça de um quase desconhecido sueco, contemporâneo de Schubert: Franz Berwald (1796-1868). É a Sinfonia n.º 3 em Dó Maior, conhecida como A Singular. Na segunda parte, poder-se-á escutar a Sinfonia n.º 9 em Dó maior, D. 944, A Grande, de Franz Schubert (1797-1828).

Memória de José Afonso no Porto – Deixou-nos há 30 anos o inesquecível trovador da resistência antifascista e das conquistas da Revolução. A Associação José Afonso (AJA) tem um ambicioso programa que celebra, ao longo de 2017, a sua vida e obra. Já a 17 de Fevereiro, às 21h30, haverá uma reflexão sobre contexto histórico, político e social do cidadão José Afonso que contará com o contributo dos historiadores José Manuel Lopes Cordeiro e Manuel Loff. É na livraria UNICEPE. (Que seria de nós sem esta livraria no Porto?)

3.ª semana cultural Convergências Portugal / Galiza, em Braga. Decorre de 19 a 25 de Fevereiro. Uma iniciativa que parece ter ganhado raízes e que conta também com o apoio da AJA, entre outras entidades. Inclui música, lançamento de livros, actividades ligadas à cultura literária (que lembrarão, por exemplo, a grande poeta galega Rosalía de Castro). A parte musical contará com Uxia, Canto Daqui, Banda Militar do Porto, Artur Caldeira, o grupo Primo Convexo, Iria Esteves e Gonzo Piña, o grupo Donicelas e o músico bracarense Hugo Torres, entre outros.

Cinema – Nas salas encontra-se, além de Silêncio, de Scorsese, de Elle/Ela, de Verhoeven (com a sublime Isabelle Huppert), A Morte de Luís XIV, de Albert Serra (com o não menos sublime Jean-Pierre Léaud). A grande notícia é, no entanto, a reabertura do cinema Trindade no Porto, encerrado há 17 anos! É já no dia 16 de Fevereiro, pelas 19h, com o filme Ornamento e Crime, de Rodrigo Areias. Após a cerimónia de reabertura, o espaço receberá, entre 7 e 12 de Fevereiro, sessões de cinema no âmbito do festival IndieJúnior e posteriormente arranca com programação regular. Encontra-se disponível o Tripass, cartão lançado pela autarquia, que vai dar acesso ao circuito de cinema na baixa do Porto com descontos e outros benefícios nas salas do Trindade, do Teatro Municipal do Porto (Rivoli e Campo Alegre) e do Passos Manuel. São boas notícias, quase a terminar. Bem as merecemos.

Pintura no Museu Gulbenkian, em Lisboa – A exposição «José de Almada Negreiros, uma maneira de ser moderno», curadoria de Mariana Pinto dos Santos com Ana Vasconcelos, é uma antológica fundamental mostrando «a obra de um artista que catalisa a vanguarda nos anos 1910 e atravessa todo o século XX» (/).

E ainda um par de livros

Alguma Coisa Negro, de Jacques Roubaud, poesia de 1986 deste companheiro de Queneau, Perec e Italo Calvino no grupo Oulipo. Textos que calam fundo, dedicados à artista canadiana Alix Cléo Roubaud que uma embolia pulmonar levou aos 31 anos. Escreve-os Roubaud, o viúvo, e a tradução é de José Mário Silva. A edição é bilingue.

Finalmente, leiam-se as divertidas 41 crónicas de Fernando Assis Pacheco, até agora inéditas em livro, mas em boa hora reunidas em Tenho Cinco Minutos para Contar uma História. Editadas pela Tinta-da-China, nos 80 anos do nascimento do grande poeta, romancista e jornalista que foi Fernando Assis Pacheco, foram lidas aos microfones da Radiodifusão Portuguesa (RDP) aos domingos de manhã. A publicação representa uma bela homenagem àquele que foi, além de talentoso escritor, um ser humano que não queremos apagar da nossa memória.

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