O livro «Grafitos medievais do Mosteiro da Batalha» é editado quase uma década depois da exposição que revelou a investigação feita pelo historiador de arte Jorge Estrela sobre este património único em Portugal, explicou Joaquim Ruivo, director do Mosteiro da Batalha, à Lusa.
«Não temos conhecimento da existência de outros grafitos em Portugal. O Mosteiro é mesmo um caso especial. Caso similar só talvez na Catalunha», avançou o director.
Jorge Estrela teve, segundo Joaquim Ruivo, «a coragem em sair do terreno das abordagens academicamente convencionais da arte e da arquitetura», produzindo uma obra que «sai do lugar-comum» e que se revela «um estudo pioneiro», sustentado em »documentos da época e em profundos conhecimentos artísticos».
Nestes desenhos encontram-se «vestígios mais emocionantes e mais vívidos dos milhares de artesãos que por aqui passaram ao longo dos anos», especialistas de várias artes que vieram de toda a Europa para a construção do Mosteiro.
O que se pode testemunhar a partir da investigação de Jorge Estrela é que «o estaleiro batalhino era nessa época um espaço cosmopolita, fervilhando de gente culta, homens de grande mundividência que fixaram nas paredes da Batalha os registos dos seus diálogos, dos jogos com que se entretinham nos tempos livres, das suas crenças e medos».
A apresentação realiza-se hoje pelas 18h30 no auditório do monumento e o director do Mosteiro da Batalha espera que, com este livro, surjam «outras investigações», podendo vir os grafitos vir a ser integrados «no circuito de visita, tornando-a mais enriquecedora e emocionante».
Com agência Lusa
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