«Há uma quebra significativa nas visitas do público escolar pelo facto de o Memorial do Convento ter deixado de ser lido» no Ensino Secundário, disse à agência Lusa o director do Palácio, Mário Pereira.
No ano lectivo de 2016/2017, o Palácio registou mais de 32 mil alunos nas visitas guiadas alusivas à obra, número que decresceu para 5400, em 2017/2018.
A peça de teatro Memorial do Convento, adaptada do romance por Filomena Oliveira e Miguel Real, e encenada pela companhia Éter, foi assistida por 30 mil alunos, em 2016/2017, enquanto no último ano lectivo foram apenas cinco mil, segundo dados disponibilizados à Lusa.
De leitura obrigatória há vários anos, o Memorial do Convento passou a ser uma das duas opções de leitura – com O Ano da Morte de Ricardo Reis –, para os alunos do 12.º ano estudarem José Saramago, de acordo com os Programas e Metas Curriculares de Português do Ensino Secundário, que entraram em vigor em 2015/2016.
Contudo, os programas notam que, nos anos lectivos de 2017/2018 e 2018/2019, a obra a estudar, obrigatoriamente, é O Ano da Morte de Ricardo Reis, excluindo assim o Memorial do Convento.
«A nossa visita ajudava os alunos a melhor compreender a obra [e a despertá-los] para a leitura do livro», sublinhou Mário Pereira.
No primeiro semestre deste ano, o palácio recebeu cerca de 156 mil visitantes, dos quais mais de 26 mil foram alunos das escolas, do pré-escolar ao ensino universitário. No período homólogo de 2016, tinham sido 173 mil visitantes, dos quais, mais de 35 mil, do público escolar.
Durante todo o ano de 2017, 378 mil pessoas visitaram o Palácio de Mafra e, destas, 44 700 corresponderam a visitas escolares.
Memorial do Convento, que foi publicado pela primeira vez em 1982 e soma mais de 50 edições e traduções em mais de 20 línguas, contribuiu para a atribuição do Prémio Nobel da Literatura a José Saramago, em 1998, ao tornar-se no primeiro romance do escritor conhecido internacionalmente.
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