Depois da Casa de Serralves, no Porto, a Colecção Miró será exibida na totalidade, pela primeira vez. À agência Lusa, o curador da mostra, Robert Lubar Messeri, explicou que no museu da Invicta não foram apresentadas sete obras por limitações de espaço, e que no Palácio da Ajuda terá condições para «respirar».
Ainda assim, e segundo contas da Direcção-Geral do Património Cultural e da Fundação de Serralves, entre Outubro de 2016 e o passado mês de Junho, a mostra foi vista por mais de 240 mil pessoas. Admite haver maiores expectativas relativamente à apresentação na capital e deixa a nota de que «é uma extraordinária oportunidade para o público ver a colecção Miró de forma profunda, já que abrange desde 1924 até perto de 1983, quando o artista faleceu. É uma colecção realmente muito representativa».
Relativamente às obras que ainda não foram expostas, Lubar Messeri descreve-as como um conjunto de peças mais pequenas, em papel, «maravilhosas», criadas nos anos 1960 e 1970 pelo artista catalão.
Obra da nacionalização
O Estado adquiriu esta colecção através da nacionalização do antigo Banco Português de Negócios (BPN), em 2008. Mas em 2014, o governo do PSD e do CDS-PP decidiu vendê-la num leilão, em Londres, à revelia dos interesses do País e da própria obra, que assim ficaria desmantelada.
A decisão não foi avante por iniciativa do Ministério Público, que impediu a saída das obras do país. Robert Messeri confessa que a opção final acabou por ser «boa para Portugal, os portugueses, e a arte moderna».
A exposição inaugura a 7 de Setembro na Galeria D. Luís I do Palácio da Ajuda e abre ao público no dia seguinte. É organizada conjuntamente pelo Ministério da Cultura, através da Direcção-Geral do Património Cultural, e pela Fundação de Serralves.
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