Abrangendo «seis décadas de trabalho de Joan Miró, de 1924 até 1981», a exposição constitui «uma excelente introdução à sua obra e às suas principais preocupações artísticas», afirma, em comunicado, a Fundação Serralves. A mostra estará patente até ao dia 6 de Março de 2022.
Joan Miró (1893—1983) é «um dos grandes 'criadores de formas' do século XX, sendo simultaneamente um 'assassino' estético que desafiou os limites tradicionais dos meios em que trabalhou». E é desafiando os limites tradicionais que a Fundação optou por não «seguir um formato cronológico ou linear: as obras estão agregadas tematicamente, tentando dar uma visão holística do percurso do artista».
As várias salas do edifício, inteiramente dedicas à mostra, abordarão diferentes aspectos da sua arte: «o desenvolvimento de uma linguagem de signos; o encontro do artista com a pintura abstracta que se fazia na Europa e na América; o seu interesse pelo processo e pelo gesto expressivo; as suas complexas respostas ao drama social dos anos 30; a inovadora abordagem da colagem; o impacto da estética do sudoeste asiático na sua prática do desenho; e, acima de tudo, a sua incessante curiosidade pela natureza dos materiais».
A Casa da Arquitectura, em Matosinhos, reabre dia 17 com uma exposição do fotógrafo italiano Guido Guidi sobre obras do arquitecto Álvaro Siza. Após o período de confinamento, a Casa da Arquitectura anunciou que retomará as suas actividades com a exposição «Arquigrafias. Guido Guidi e Álvaro Siza», que tem curadoria de Paula Pinto e Joaquim Moreno. Os curadores seleccionaram oito projectos situados em Lisboa, Porto e Matosinhos, que estarão representados através de 97 imagens de Guido Guidi. «Arquigrafias» oferece assim um «diálogo entre a obra fotográfica de Guido Guidi (Cesena, 1941) e a obra arquitectónica de Álvaro Siza (Matosinhos, 1933) e constitui um encontro singular entre duas figuras ímpares nos seus respectivos campos de trabalho», refere a Casa da Arquitectura, em comunicado. A 8 de Maio, será inaugurada a exposição «Radar Veneza: Arquitectos Portugueses na Bienal de 1975-2021». A mostra propõe uma viagem reflexiva sobre a participação portuguesa ao longo dos 46 anos de representação nacional em Veneza, desde 1975 até à actualidade. Com curadoria de Joaquim Moreno e Alexandra Areia, a próxima exposição da Casa da Arquitectura ficará patente na Nave Central até 10 de Outubro, de acordo com a informação disponibilizada. A Direcção-Geral das Artes depositou na Casa da Arquitectura o acervo das representações portuguesas na Bienal de Arquitectura de Veneza e é sobre esse espólio que a exposição é trabalhada, reunindo projectos de «alguns dos nomes mais considerados» na arquitectura portuguesa, esclarece a instituição. A exposição «Radar Veneza» contará com um programa paralelo no âmbito do qual será também lançado o catálogo homónimo, com ensaios de Joaquim Moreno, Alexandra Areia e Léa-Catherine Szacka (arquitecta, crítica e especialista na Bienal de Veneza). Trata-se de um volume de 336 páginas, com 31 entrevistas transcritas aos protagonistas das participações portuguesas na Bienal entre 1975 e 2021. O catálogo «Radar Veneza: Arquitectos Portugueses na Bienal 1975-2021» é uma edição Colophon, co-editada e produzida pela Casa da Arquitectura e co-editada pela Direcção-Geral das Artes. A Casa da Arquitectura, criada em 2007 em Matosinhos, é uma entidade sem fins lucrativos que visa a divulgação nacional e internacional da arquitectura junto da sociedade. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Cultura|
Casa da Arquitectura expõe fotografias de obras de Álvaro Siza
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«A exposição acontece na sequência da conclusão das obras do projecto de recuperação e adaptação da Casa de Serralves, assinado pelo Arquitecto Álvaro Siza Vieira», nos termos do protocolo que determina as condições do depósito da Colecção Miró em Serralves.
As obras tiveram início em Agosto de 2020, a cargo do Município do Porto, com o fim de remodelar, expandir e recuperar «aquele espaço, de modo a garantir as condições para a permanência da exposição» enquanto esta estiver à responsabilidade da autarquia, informa um comunicado da Câmara Municipal do Porto.
De quem é o Miró? É nosso!
É já a partir da próxima quinta-feira, 7 de Setembro, que a Colecção Miró será exibida pela primeira vez, com as suas 85 obras, no Palácio da Ajuda, em Lisboa. Depois da Casa de Serralves, no Porto, a Colecção Miró será exibida na totalidade, pela primeira vez. À agência Lusa, o curador da mostra, Robert Lubar Messeri, explicou que no museu da Invicta não foram apresentadas sete obras por limitações de espaço, e que no Palácio da Ajuda terá condições para «respirar». Ainda assim, e segundo contas da Direcção-Geral do Património Cultural e da Fundação de Serralves, entre Outubro de 2016 e o passado mês de Junho, a mostra foi vista por mais de 240 mil pessoas. Admite haver maiores expectativas relativamente à apresentação na capital e deixa a nota de que «é uma extraordinária oportunidade para o público ver a colecção Miró de forma profunda, já que abrange desde 1924 até perto de 1983, quando o artista faleceu. É uma colecção realmente muito representativa». Relativamente às obras que ainda não foram expostas, Lubar Messeri descreve-as como um conjunto de peças mais pequenas, em papel, «maravilhosas», criadas nos anos 1960 e 1970 pelo artista catalão. O Estado adquiriu esta colecção através da nacionalização do antigo Banco Português de Negócios (BPN), em 2008. Mas em 2014, o governo do PSD e do CDS-PP decidiu vendê-la num leilão, em Londres, à revelia dos interesses do País e da própria obra, que assim ficaria desmantelada. A decisão não foi avante por iniciativa do Ministério Público, que impediu a saída das obras do país. Robert Messeri confessa que a opção final acabou por ser «boa para Portugal, os portugueses, e a arte moderna». A exposição inaugura a 7 de Setembro na Galeria D. Luís I do Palácio da Ajuda e abre ao público no dia seguinte. É organizada conjuntamente pelo Ministério da Cultura, através da Direcção-Geral do Património Cultural, e pela Fundação de Serralves. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Cultura
«Joan Miró: Materialidade e Metamorfose»
Miró chega na íntegra ao Palácio da Ajuda
Obra da nacionalização
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A Colecção Miró é propriedade do Estado Português desde 2008, adquirida através da nacionalização do Banco Português de Negócios (BPN). As tentativas de vender este espólio, por parte do governo PSD e CDS-PP, em 2014, saíram goradas pela intervenção do Ministério Público, que impediu a fuga das obras para o estrangeiro.
Em 2020, a Coleção Miró alcançou a classificação de bem de interesse público. O «seu valor estético e técnico intrínseco, e a sua importância na perspectiva da sua investigação histórica», assim como as «circunstâncias suscetíveis de provocarem diminuição ou perda da sua integridade» foram as razões sublinhadas no despacho da Secretaria de Estado do Património Cultural, ao deliberar a sua relevância enquanto bem público.
As 85 obras foram cedidas ao Município do Porto por um período de 25 anos, tendo sido depositadas na Fundação de Serralves. A colecção «engloba pinturas, esculturas, colagens, desenhos e tapeçarias do famoso mestre catalão».
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