A obra-prima da pintora, que data de 1667, foi vendida num leilão na Alemanha em Junho deste ano, e é reconhecida por especialistas «pela qualidade e iconografia rara».
A Direcção-Geral do Património Cultural, aquando do leilão, tentou adquirir a pintura para o Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), mas não conseguiu porque o valor de 220 mil euros ultrapassava o financiamento disponível para o quadro.
A obra vem a exposição depois do seu actual proprietário, o coleccionador argentino Jaime Eguiguren, ter acedido à solicitação do director do Museu. O galerista é actualmente o detentor do maior acervo de obras de Josefa de Óbidos, possuindo 15 pinturas ao todo.
A pintura, feita sobre placa de cobre, tem uma dimensão de 23 por 29 centímetros e mostra a Virgem Maria com o Menino Jesus ao colo a ser saudado por outras mulheres com crianças, enquanto uma cigana lhe pega na mão para ler a sina. A cena passa-se na estadia da família de Jesus no Egipto, sendo que a associação entre este país e o povo cigano foi usual na época, constando de colectâneas de gravuras e pinturas da Península Ibérica.
Joaquim Caetano, director do MNAA afirmou, em declarações à agência Lusa, que se trata de «uma peça extraordinária, com um tema muito raro».
Segundo o historiador de arte, as obras da artista estão a ser mais valorizadas e é possível que venham a surgir, no mercado, obras desconhecidas de Josefa de Óbidos pelo facto de «se tratar de uma mulher artista de grande talento do período barroco».
Depois da inauguração realizada esta sexta-feira, que contou com uma sessão onde se debateu a obra, prevê-se um iniciativa semelhante no próximo dia 3 de outubro.
Com agência Lusa
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