32+30 (anos).
30 sem ele, completados em Fevereiro passado, 32 do seus registos fonográficos, desde 1953 e da Emissora Regional de Coimbra, até 1985 e Galinhas do Mato. Construída sobre um espólio onde se incluem partituras, livros, fotografias, recortes de imprensa, instrumentos musicais, registos sonoros e vídeo, «Desta canção que apeteço – Obra discográfica de José Afonso 1953//1985» é uma exposição que resulta da pesquisa de Miguel Gouveia e Cláudia Lopes, numa iniciativa conjunta da Associação José Afonso (AJA) e da Câmara Municipal de Grândola. Pode ser vista no Museu da Fundação Oriente até 24 de Setembro, em modo viandante ou organizado – a próxima (e última) visita guiada orientada pela AJA está marcada para sexta, 22 de Setembro, às 18h30, e é gratuita mediante inscrição para o endereço [email protected].
Fantasia em HD.
Traduzida por Ana Bastos a partir da edição da University of Nebraska Press, os Editores Refractários, vulgo Antígona, têm cá fora desde 2002 a pequena caixinha de surpresas, projecções e ficções de Jack London que dá pelo nome de Contos Fantásticos. É o livro do mês.
Fantasia ou ficção mais ou menos científica, nascida no caldeirão das lutas laborais, humanas e identitárias da viragem do século XIX para o XX pela mão do escritor socialista que diz de si próprio – a propósito da escrita do maravilhoso desvario que é Golias, ficção futurista em que nada fica de pé e que é uma espécie de eixo desta organização dos contos: «quando a minha imaginação se põe a funcionar, perco todos os escrúpulos».
Pestes, fins-de-mundo, sociedades futuristas a olhar para trás, sociedades de um possível agora a olhar para a frente, uma escrita de prazer, construção e foco. «O incentivo dos ganhos materiais fizeram o homem passar do estado selvagem para o do semibárbaro que é hoje. Esse incentivo foi um instrumento útil para o desenvolvimento do ser humano; mas agora já cumpriu a sua função e está na altura de o pôr de parte e atirar para o monte de lixo dos vestígios rudimentares, tais como as brânquias no pescoço e a crença no direito divino dos reis.»
Jack London, como um golias, toma «o caminho mais curto, embora não tenha pressa. Não vou deixar que a precipitação estrague a velocidade com que actuo.» Porque a tarefa de «extrair o riso da bigorna ressoante da vida» é coisa séria. E tarefa revolucionária.
O som e o sublime.
O CCB aproveita em Setembro a comemoração dos 450 anos do nascimento de Claudio Monteverdi e o sublime corre sério risco de respirar por Belém. Até 31 de Outubro vai acontecer o Festival Monteverdi, com ciclos de conferências e, claro, concertos de encher a orelha e a alma.
Destaque para 16 e 17 de Setembro: dois concertos em que se vão correr os oito Livros de Madrigais (ó CCB, Olisipo, com um ésse, não dois...). Sabem o que é o sublime? Eu também não. Mas costumo dar por ele quando aparece. Deixem-se ouvir Monteverdi e depois digam-me alguma coisa.
Um dois três.
Claro que tudo isto acontece antes ou depois de 1, 2 e 3 de Setembro, dias em que o melhor destino é a Quinta da Atalaia, Amora, Seixal. Até já.
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