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RTP2 propõe leitura d'«Os Lusíadas» assinalando 500 anos de Camões

A série televisiva Os Lusíadas, uma ideia do encenador Daniel Gorjão, apresenta dez actrizes em dez cenários diferentes para despertar o interesse pela obra de Luís de Camões, nos 500 anos do nascimento do poeta.

A actriz Maria João Luís é uma das convidadas
Maria João Luís é uma das actrizes d'«Os Lusíadas» Créditos / CC-BY-3.0

Realizada por Patrícia Couveiro, a série vai ser transmitida pela RTP2, à quinta-feira à noite, a partir da próxima semana, num total de dez episódios – tantos quantos os cantos da epopeia –, com durações entre os 45 e os 50 minutos cada um.

Segundo Daniel Gorjão, que ontem apresentou a produção em Lisboa, a série funciona como «uma fixação audiovisual d'Os Lusíadas», originalmente publicados em 1572. O objectivo, disse, é «reflectir sobre a importância e significado, nos dias de hoje, de um texto com cerca de 500 anos».

«Depois de me ter cruzado com [o actor] António Fonseca, a dizer na íntegra Os Lusíadas, num filme da Sofia Marques», de 2013 (8816 Versos), «achei que podíamos fazer [uma produção] especificamente para televisão, em que se dissesse Os Lusíadas».

Para tal foram escolhidas dez actrizes – uma por cada canto do poema épico. Beatriz Batarda, Inês Vaz, Carla Gomes, Rita Cabaço, Maria João Luís, Mónica Calle, Sandra Hung, Cirila Bossuet, Inês Castel-Branco e Carolina Amaral são as actrizes escolhidas para dizer, cada uma, um canto d'Os Lusíadas, onde os cenários escolhidos «dialogam com o texto e com a contemporaneidade, com aquilo que é o País hoje dia».

«A epopeia é aquilo que todos conhecemos. O que tentamos fazer, lendo a obra na íntegra, é pô-la em relação com a contemporaneidade, com a cidade, com aquilo que é urbano e o que é 2024, numa era pós-colonialista», disse à Lusa o autor da ideia original da série, lembrando que o colonialismo é um dos temas que Camões trata n'Os Lusíadas.

O encenador, que é responsável pela programação de artes performativas da RTP, espera que a série, que se estreia na quinta-feira, 7 de Novembro, às 23h05, «seja uma forma mais acessível a quem estuda a obra, nomeadamente estudantes, de poder ouvir e não só ler» Os Lusíadas, mas igualmente de aceder ao que lhe é contemporâneo e essencial.


Com agência Lusa

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