|Festival de Teatro do Seixal

Seixal prepara o seu 38.º Festival de Teatro

Entre 11 de Novembro e 4 de Dezembro, todo o Seixal será palco da «melhor arte dramática que se faz no concelho e um pouco por todo o país».

O actor Ângelo Torres representa Amílcar Cabral na peça <em>Amílcar Geração</em>, com texto e encenação de Guilherme Mendonça 
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«Este grande acontecimento cultural é um marco que queremos preservar e melhorar cada vez mais», afirmou, em comunicado enviado ao AbrilAbril, Joaquim Santos, presidente da Câmara Municipal do Seixal (CMS). «Sentimos muito carinho por esta iniciativa e esperamos que o festival de teatro deste ano corresponda às expectativas de todos os que se deslocarem às salas onde serão exibidos os espetáculos».

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Nova companhia residente encerra festival de teatro no Seixal

A 37.ª edição do Festival de Teatro do Seixal vai encerrar no próximo dia 18 de Dezembro com um espectáculo do Teatro da Terra, a nova companhia residente do Fórum Cultural do Seixal.

Cena de «A Pulga atrás da orelha» (1907), comédia do dramaturgo francês George Feydeau (1862-1921). A peça tem encenação de Maria João Luís é interpretada pelo Teatro da Terra
CréditosLuana Santos / Teatro da Terra

O Festival de Teatro do Seixal encerra a sua 37.ª edição na próxima sexta-feira, dia 18 de Dezembro, pelas 20h30, no Auditório Municipal do Fórum Cultural, com a exibição de A Pulga atrás da orelha, do dramaturgo francês George Feydeau, uma encenação de Maria João Luís interpretada pelo Teatro da Terra, a nova companhia residente do Seixal.

Georges Feydeau (1862-1921) foi um dos autores maiores da comédia francesa. A peça, uma sátira social ao casamento e à vida da burguesia parisiense do início do século XX, desenrola-se num carrossel de equívocos, encontros, desencontros e coincidências improváveis, características clássicas do vaudeville. Depois de O Marido Vai à Caça (2011) e A Dama do Maxim (2014), dois dos seus maiores sucessos, o Teatro da Terra volta a Feydeau para presentear o público com duas horas de alegria e boa disposição.

A nova companhia residente

A companhia Teatro da Terra foi fundada em 2009 por Maria João Luís e Pedro Domingos, ambos com com um vasto currículo de mais de duas décadas dedicadas ao teatro.

Entre 2009 e 2019 esteve sediada em Ponte de Sor, na região do Alto Alentejo, onde deixou marca na comunidade, período em que obteve reconhecimento nacional.

Trinta e seis criações teatrais que incluem autores universais como Federico Garcia Lorca, Georges Feydeau, Karl Valentin, Molière, William Shakespeare, Samuel Beckett, Heinrich Von Kleist, Anton Tchékhov, Eugene Labiche, Maurice Maeterlinck, Lewis Carroll, Bernard-Marie Koltès, Charles Dickens, ou os nacionais António José da Silva, Nuno Milagre, Sophia de Mello Breyner, Herberto Helder, João Monge, Romeu Correia, Carlos de Oliveira, entre outros, afirmam o Teatro da Terra como uma referência nacional da criação contemporânea.

2020 marca o início de um novo ciclo na vida da companhia, com a assinatura de um protocolo de cooperação, com a Câmara Municipal do Seixal, para que o Teatro da Terra seja a companhia de teatro residente no Fórum Cultural do Seixal.

O contributo da companhia visa atingir objectivos a médio e longo prazo para o desenvolvimento das Artes do Espectáculo na região de Lisboa e vale do Tejo, distrito de Setúbal, com particular foco no concelho do Seixal, acompanhando e retribuindo a forte dinâmica de investimento na Cultura por parte do Município do Seixal.

Promover a fruição cultural e articular uma dinâmica social ligada às Artes ao serviço da melhoria da qualidade de vida das populações são objectivos de uma companhia que considera «o acesso à cultura, um direito do cidadão».

Em entrevista ao jornal Setubalense, Maria João Luís e Pedro Domingos contaram a estreia auspiciosa da nova residência, no início de 2020, e de como a chegada da pandemia obrigou a mudar os planos estabelecidos e a adaptarem-se a uma nova realidade. A encenadora e actriz mostra-se esperançada e quer «ter energia suficiente para levar avante este projecto, para lutar por uma sociedade melhor», para «pugnar para que o teatro sobreviva».

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Os espectáculos serão realizados de uma forma descentralizada, como é apanágio de uma cultura feita para todos, com representações no Auditório Municipal do Fórum Cultural do Seixal, no Cinema S. Vicente, no Auditório Municipal de Miratejo e noutras coletividades e associações do concelho.

No total, serão 12 os espetáculos em cena, com início no dia 11 de Novembro, pelas 21h30 no Auditório Municipal do Fórum Cultural, com a peça «Festival», levada a cena pela companhia Mala Voadora, do Porto, e só terminarão no dia 4 de Dezembro com a actuação do Teatro da Terra, residente no Seixal, com a peça «A Última Refeição».

Em destaque está também a apresentação da «Amílcar Geração», do projecto teatral Paralelo20, que explora a vida e o legado de Amílcar Cabral, figura maior da luta pela independência da Guiné e de Cabo Verde, num «monólogo dramático para o qual são convocadas as extraordinárias qualidades performativas do actor Ângelo Torres». Já no próximo dia 13 de Novembro, às 21h30, na Sociedade Filarmónica União Arrentelense, com entrada livre.

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