Numa nota enviada às redacções, o Museu informa que a visita terá início às 14h30 e que é necessária inscrição prévia – o número máximo de inscrições é nove –, que poderá ser feita na recepção do Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, ou pelo telefone.
A exposição «Rui Filipe: em busca do absoluto», inaugurada a 15 de Fevereiro, estará patente ao público até 25 de Outubro. Com a curadoria de Paula Loura Batista, a mostra «centra-se num conjunto de obras pictóricas e estudos que se encontram em depósito no Museu do Neo-Realismo, associados ao vasto espólio artístico, predominantemente documental, sobre a vida e percurso do artista», lê-se na nota de apresentação da exposição.
A mostra, «cujo título toma como referência uma expressão do escritor Urbano Tavares Rodrigues sobre a obra do artista», visa revisitar o percurso ecléctico do pintor e a obra que produziu, «dando enfoque aos trabalhos inscritos no contexto da cultura visual neo-realista».
«Mais do que um olhar» – diz ainda a nota –, a exposição possibilita-nos «a contemplação e a reflexão em torno da obra e a determinante busca do absoluto de Rui Filipe: quer na paisagem, construída ou imaginada, quer na figuração».
Procurando resgatar o percurso de mais de 50 anos de criação artística no tempo e nas diversas geografias de Rui Filipe – Moçambique, Lisboa, Porto, Madrid, Paris e Londres –, são também apresentadas na antologia presente «obras de outras colecções institucionais e privadas, nomeadamente do Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado e do Museu Calouste Gulbenkian, bem como de colecções particulares».
A obra «Multidão»
Recentemente, no passado dia 3 de Junho, o Museu assinalou a data de nascimento de Rui Filipe (1928, Beira, Moçambique), tendo destacado a obra «Multidão», que se apresenta na exposição «Rui Filipe: em busca do absoluto».
Nas palavras da curadora, Paula Loura Batista, a obra «revela uma preocupação crescente com a urgência da melhoria substancial das condições materiais e culturais da grande massa do nosso povo. Incide tematicamente nos colectivos, na humanidade, nos trabalhadores, nas mulheres, distendendo no tempo uma proposta neo-realista ou um realismo crítico, de cariz fortemente expressionista, recorrendo, com algumas excepções, a uma paleta taciturna». E acrescenta: «Estas não são obras neutras.»
«A multidão, que preenche a imponente pintura homónima, coberta inteiramente de faces de trabalhadores que nos olham, expectantes, num pesado silêncio, "faces pobres, macilentas e tragicamente conformadas do povo português", traduz essa determinação e essa consciência existencial de um artista que reivindica um mundo melhor, almejando a supressão de qualquer tipo de exploração e opressão», diz-nos ainda Loura Batista.
Contribui para uma boa ideia
Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz.
O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.
Contribui aqui