Representantes da Associação de Advogados Progressistas (ÇHD) e da Associação de Advogados Libertários (ÖHD), cujas actividades foram suspensas por um período de três meses, na passada sexta-feira, ao abrigo do estado de emergência vigente na Turquia, pretendiam levar a cabo um protesto e realizar uma conferência de imprensa, na terça-feira à tarde, junto a uma das entradas do Tribunal de Esmirna.
Contudo, a Polícia informou-os de que o Procurador-Geral da República tinha proibido a conferência de imprensa naquele local e ordenou aos presentes que saíssem dali. De acordo com o jornal BirGün, os advogados dirigiram-se para o exterior do tribunal para dar a conferência de imprensa, mas viram-se cercados pela Polícia, que interveio e efectuou pelo menos 17 detenções, com recurso à violência, arrastando os detidos, tapando-lhes a cara e a boca, até os meter em viaturas.
O periódico refere que 13 dos detidos são advogados. Uma fonte disse ao AbrilAbril que os advogados presos eram 12, tendo conseguido identificar 11 nomes: Serdar Gültekin, Oktay Uysal, İhsan Can Akmarul, İlahi Öz, Fatma Demirer, Dinçer Çalım, Kardelen Yoğunlaştırarak, Yunus Emre Güneş, Mehmet Bayraktar, Yemen Canan e Şule A. Hizal.
Pelo menos um dos presos esteve em Portugal, no final da semana passada, a participar nos trabalhos da conferência que assinalou o 50.º aniversário da assinatura, pela ONU, dos Pactos de Direitos Humanos.
«Resistiremos ao fascismo»
Na sexta-feira, 11, a actividade da ÇHD foi suspensa por um período de três meses e a sua sede foi tomada pela Polícia de choque. Num comunicado subsequente, a Associação de Advogados Progressistas turcos sublinha que vai continuar a lutar.
Declaram, para além disso, que a ÇHD foi criada de forma livre e que nenhum poder externo pode decidir sobre o fim da sua actividade. Da mesma forma, destacam que «ninguém pode alterar o facto de a ÇHD ser a associação dos oprimidos, explorados e marginalizados, mas também daqueles que resistem à exploração e à crueldade».
E deixam um aviso ao poder dominante na Turquia: «Vamos continuar a resistir, tal como fizemos quando saquearam os nossos escritórios.»
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