A aldeia foi invadida, ontem de manhã, por viaturas militares israelitas e o Exército forçou os habitantes a saírem das suas tendas e barracas, deixando-os sem abrigo, antes de as escavadoras demolirem todas as estruturas habitacionais e agrícolas, refere a agência Ma'an.
«As autoridades israelitas prosseguem a sua agressão contra as pessoas de al-Araqib a fim de as expulsar das suas casas e terras, e procuram todos os meios para judaizar a área», declarou Aziz al-Turi, membro do Comité para a Defesa de al-Araqib, citado pelo Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM).
Al-Turi acrescentou que, «por mais agressivas e destrutivas que sejam as autoridades israelitas», os habitantes de al-Araqib insistem em ficar nas suas casas e terras, na sua «querida terra natal».
Tal como as restantes 34 aldeias beduínas da região do Negev (Sul de Israel), al-Araqib não é «reconhecida» pelo governo de Israel, e os seus habitantes são sujeitos a constantes ameaças de demolições e expulsões, para que ali se desenvolvam projectos de expansão de colonatos judaicos.
De acordo com a Ma'an, estas aldeias «não reconhecidas» no deserto do Negev (Naqab, em árabe) foram criadas na sequência da guerra árabe-israelita que se seguiu à fundação do Estado de Israel, um processo marcado pela limpeza étnica e pela expulsão forçada de cerca de 750 mil palestinianos das suas casas.
A Associação para a Defesa dos Direitos Civis, em Israel, estima que mais de metade dos 160 mil beduínos residentes no Negev vivam em aldeias «não reconhecidas» pelas autoridades israelitas, indica a agência Wafa. Israel recusa-se a fornecer-lhes serviços básicos, como água e electricidade, e exclui-as dos serviços de saúde e educação.
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