Kneecap alvo de censura no festival Coachella por mensagem pró-Palestina

O grupo proveniente da Irlanda do Norte, Kneecap, que tem ganho seguidores ao redor do mundo, actuou este fim-de-semana no Coachella, importante festival musical que reúne as principais bandas e artistas do mundo de diferentes géneros musicais. Conhecidos pelo seu posicionamento político progressista, os Kneecap exigem a reunificação da Irlanda e são vocais no ataque que fazem à coroa britânica denunciando a ocupação que se abate na Irlanda do Norte.

É precisamente por este motivo que o grupo tem sido bastante activo na denúncia do genocídio praticado por Israel, levando para palco bandeiras da Palestina, entoando palavras de ordem de forma a que também o público expresse a sua solidariedade e exija a liberdade do povo palestiniano. 

Acontece que, por este motivo, os Kneecap foram alvo de censura por parte do festival Coachella. Quem avançou inicialmente com a informação foi a publicação online MNE dedicada a notícias sobre o mundo da música. Numa publicação na rede social X, esta deu conta que a transmissão de Kneecap tinha sido supostamente cortada após o grupo ter entoado um cântico anti-Thatcher. 

A notícia foi confirmada pelo próprio grupo numa republicação da notícia: «Não foi a única coisa que foi cortada: a nossa mensagem sobre o genocídio apoiado pelos EUA em Gaza, de alguma forma, nunca apareceu nos ecrãs [do concerto]», disseram, revelando que o acto de censura foi maior do que o que foi inicialmente noticiado. Na mesma publicação, o grupo composto por Mo Chara, Móglaí Bap e DJ Próvaí, diz ainda que voltará a actuar esta sexta-feira no festival e estará tudo resolvido. 

Esta não é a primeira polémica em torno dos Kneecap. No ano passado ganharam uma acção judicial contra o Governo britânico após este ter-lhes negado um apoio público para a criação artística pelas letras em gaélico irlandês e por ser colocada em causa a unidade nacional.