Fontes da aviação revelaram, sob anonimato, que o avião, com destino à capital iemenita, Saná (actualmente sob controlo do movimento Ansarullah), foi impedido de levantar de voo no Djibuti, alegadamente porque nele seguiam três jornalistas que trabalham para a BBC, informa a PressTV.
«A coligação [liderada pelos sauditas] alegou que a segurança dos jornalistas não podia ser garantida nas áreas controladas pelos Hutis e aconselhou-os a viajar em voos comerciais», disse Ahmed Ben Lassoued, representante do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) no Iémen.
«É deplorável e, em parte, explica por que o Iémen, que é uma das maiores crises humanitárias, não está a obter atenção mediática internacional suficiente», acrescentou.
Posteriormente, uma fonte anónima do contingente militar comandado pelos sauditas disse que a administração de Abd Rabbuh Mansur Hadi, ex-presidente do Iémen, que se demitiu e é apoiado pela Arábia Saudita, é o único com competências para atribuir vistos a estrangeiros, acrescentando que quem se quiser dirigir ao Iémen deve viajar para a cidade de Aden, no Sul do país e sob controlo das forças leais ao antigo governo.
Caças sauditas matam 22 deslocados
A aviação de guerra saudita atacou três famílias deslocadas junto ao campo de Khalid, na província de Ta’izz (Sudoeste do Iémen), matando 22 civis, segundo divulgou, esta terça-feira, a cadeia televisiva Al-Masirah.
A campanha militar saudita contra o Iémen – com o objectivo apregoado de recolocar no poder o antigo presidente Abd Rabbuh Mansur Hadi e esmagar a resistência do movimento Huti – dura desde Março de 2015, tendo destruído parte substancial das infra-estruturas do país e provocado mais de 12 mil mortos.
A guerra de agressão conduziu o Iémen a uma situação de desastre humanitário. De acordo com a ONU, cerca de 18 milhões de pessoas – aproximadamente dois terços da população do país – enfrentam carências alimentares e necessitam de ajuda humanitária. Destas, mais de três milhões sofrem de má-nutrição aguda grave (a forma mais severa de subnutrição), sendo que mais de 2 milhões são crianças.
Para além disso, a epidemia de cólera que desde finais de Abril atingiu o país já matou mais de 1700 pessoas, estimando a ONU que o número de casos infecciosos seja superior a 320 mil.
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