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Unicef alerta para situação extrema das crianças no Iémen

Num dia em que vários ataques dos sauditas provocaram quase duas dezenas de mortos, a directora executiva da Unicef alertou para as condições extremas que as crianças iemenitas enfrentam.

Num dia de intensos ataques da coligação liderada pelos sauditas, a Unicef alertou para as condições extremas em que vivem as crinças no Iémen
Créditos / Sputnik News

Depois de uma visita de quatro dias ao país árabe, Henrietta Fore, directora executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef, na sigla em inglês), mostrou-se extremamente preocupada pela situação em que se encontram as crianças.

«A guerra interminável no Iémen conduziu ao abismo um país já a beira do desastre», disse esta terça-feira, em Genebra, a representante da Unicef, acrescentando que pôde verificar em primeira mão «aquilo que três anos de guerra intensa, após décadas de subdesenvolvimento e de uma indiferença global crónica, podem fazer às crianças».

Fore disse que, nos três anos de guerra de agressão ao Iémen, mais de 2200 crianças foram mortas e 3400 ficaram feridas. «Estes são apenas os números que conseguimos verificar. Os verdadeiros podem ser ainda mais altos», frisou, sublinhando que «não há justificação para esta carnificina», informa a PressTV.

Nestes três anos de guerra, muitas crianças abandonaram a escola, outras foram obrigadas a lutar ou a casar-se, enfrentando a fome e morrendo de doenças evitáveis como a cólera, alertou Henrietta Fore.

De acordo com a Unicef, as crianças representam metade dos cerca de 22 milhões de iemenitas que necessitam de ajuda humanitária para sobreviver.

Fore salientou que os receios existentes sobre o colapso dos sistemas de Saúde e de Educação no Iémen «já se concretizaram». «Já ultrapassámos isso», afirmou, precisando que, desde 2015, 1500 escolas foram destruídas na sequência de ataques aéreos e bombardeamentos, as instalações de saúde foram reduzidas a metade, as condições existentes nas actuais são extremamente precárias e muitos docentes e trabalhadores da Saúde não recebem há mais de dois anos.

Ataques sauditas em três províncias matam quase duas dezenas

Caças sauditas atacaram, esta terça-feira, uma caravana nupcial na província de Sa'ada, no Noroeste do Iémen, provocando pelo menos 11 vítimas mortais e vários feridos. Não é a primeira vez que, durante a guerra de agressão ao Iémen, a aviação saudita e dos seus aliados ataca casamentos.

De acordo com a cadeia de TV Al-Masirah, o número de mortos entre os convidados do casamento pode vir a aumentar, uma vez que alguns dos feridos esta terça-feira se encontram em estado crítico.

Também ontem, uma mulher foi morta na mesma província, depois de um caça saudita ter atacado uma estrutura residencial na região de Haydan, provocando grandes danos materiais.

Um terceiro ataque mortal foi registado na província de Hajjah, no Noroeste do país. De acordo com a HispanTV, três agricultores perderam a vida e dois ficaram feridos depois de um drone saudita ter atacado uma quinta na região de Hayran.

Outras três pessoas foram mortas na sequência de um ataque saudita contra o porto de Hudaydah, cidade costeira localizada 150 quilómetros a sudoeste da capital, Sana'a, e que é alvo de uma ofensiva da coligação liderada pelos sauditas desde 13 de Junho.

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