A uma só voz, as estruturas que agregam as organizações representativas dos trabalhadores de oito países e regiões lusófonas repudiaram as intervenções repressivas das autoridades da Guiné-Bissau «contra o livre exercício do direito de manifestação e protesto, bem como as prisões, perseguições e despedimentos de trabalhadores, dirigentes sindicais, patriotas e democratas guineenses».
É também denunciado o ataque à «sede da União Nacional de Trabalhadores da Guiné-Bissau (UNTG) e a destruição causada nas suas instalações e equipamentos». O assalto teve lugar no dia 14 de Julho, quando forças policiais invadiram e agrediram sindicalistas em dia de manifestação da UNTG, disparando gás lacrimogénico para o interior das instalações.
O PAIGC denunciou uma nova detenção arbitrária de um seu dirigente e lamenta o «silêncio ensurdecedor» dos parceiros da Guiné-Bissau, da sociedade civil e da comunidade internacional. O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) denunciou em comunicado, em comunicado, mais uma detenção arbitrária de um dirigente, acto que classificou de «atentado monstruoso» às liberdades. Segundo o comunicado do PAIGC, Bacai Sanhá, membro do seu Comité Central e filho do antigo Presidente da República Malam Bacai Sanhá, «foi interceptado por agentes da Guarda Nacional em território guineense quando em viagem a Zinguichor (Senegal) para dar assistência à sua esposa, que se encontra em tratamento médico naquele país vizinho». Para o partido, este é «mais um entre tantos actos de violência que o país vem assistindo à luz do dia», com a particularidade de serem sempre contra «dirigentes do PAIGC». «Mais uma vez perante os olhares incrédulos e revoltados do povo guineense», refere o comunicado, um cidadão é capturado e levado «para as instalações da Guarda Nacional, em Bissau, sem culpa formada». «O camarada Bacai Sanhá foi submetido a violência psicológica, interrogatórios durante horas, tendo sido deixado à espera de ordens superiores para saber que destino lhe seria imposto», indigna-se o partido. Bacai Sinhá ocupava as funções de secretário de Estado das Comunidades no Governo liderado pelo primeiro-ministro Aristides Gomes, deposto pelo actual Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló. O «pretexto para a prisão abusiva e arbitrária», segundo o partido, foi o de que estaria a organizar a fuga de Aristides Gomes, refugiado na delegação da Organização das Nações Unidas (ONU) em Bissau. O PAIGC lamenta o «silêncio ensurdecedor» dos parceiros da Guiné-Bissau, da sociedade civil e da comunidade internacional. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
PAIGC denuncia nova detenção arbitrária de um dirigente
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«Enquanto partido que conduziu o processo da abertura democrática na Guiné-Bissau, jamais iremos compactuar com violações dos direitos fundamentais, como as que temos assistido nos últimos tempos no país, perpetrados pelos actuais detentores do poder», declarou, à altura, o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), em comunicado.
Os trabalhadores e ao povo da Guiné-Bissau têm assistido a uma «acelerada degradação das condições de vida e de trabalho no país», como o aumento do desemprego, a diminuição dos salários e o aumento do custo de vida, poblemas agudizados pela «deterioração dos serviços de saúde, educação e protecção social, aumento de impostos e taxas, e a corrupção».
As centrais sindicais dirigem ainda um «apelo à unidade e luta dos trabalhadores e do povo contra os sucessivos atentados contra a legalidade constitucional e a democracia, em defesa da paz, da independência e da soberania da Guiné-Bissau», indispensável para aqueles que não «abdicam da defesa dos seus direitos e por uma vida melhor».
Subscrevem este texto, para além da CGTP-IN (de quem partiu a iniciativa): a União Nacional dos Trabalhadores Angolanos – UNTA-CS; Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB; Central Única de Trabalhadores – CUT/Brasil; União Nacional Trabalhadores de Cabo Verde – UNTC-CS; Confederación Intersindical Galega-CIG; Organização dos Trabalhadores de Moçambique – OTM-CS; Organização Nacional dos Trabalhadores de São Tome e Príncipe – Central Sindical – ONTSTP–CS.
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