Colonos israelitas atacaram e espancaram, na manhã de domingo, agricultores palestinianos na localidade de Susya, a leste da cidade Yatta, no sul da Cisjordânia ocupada, noticiou a agência Wafa citando fontes locais.
Rateb Jabour, responsável local da Autoridade Palestiniana (AP) pela monitorização dos ataques por colonos, afirmou à Wafa que os atacantes provinham do colonato ilegalmente estabelecido em Susya e que, além de os espancarem, impediram os agricultores de acederem às suas terras, para as cultivar.
Sunya faz parte de Masafer Yatta, um conjunto de 19 aldeias onde quase diariamente se têm verificado ataques de colonos israelitas, que pretendem expulsar da área a população palestiniana original para se expandirem.
Ainda neste domingo foram arrancadas mudas de oliveira plantadas recentemente por agricultores palestinianos nos seus terrenos, na localidade de Hares, perto da cidade de Salfit, por colonos provenientes do colonato ilegal de Revava. Trata-se, segundo a agência palestiniana, do segundo ataque do género na mesma área, em menos de um mês.
Dois outros ataques perpetrados pelos colonos, um durante a noite passada e outro esta manhã, resultaram no ferimento, por apedrejamento e espancamento, de dois pastores que permaneciam junto aos seus rebanhos em Huwara, a sul de Nablus, e em Ein El-Hilweh, no norte do vale do Jordão.
O ataque ocorreu na presença de soldados israelitas, que dispensaram protecção aos atacantes e não às vítimas. Ghassan Daghlas, responsável local da AP, identificou os atacantes em Ein El-Hilweh como provenientes do colonato ilegal de Yitzhar.
A comunidade sionista de Yitzhar é conhecida pelo seu carácter agressivo. É responsável por numerosos ataques contra os palestinianos e as suas propriedades, incluindo incêndios criminosos, apedrejamentos, arrancamento de culturas e olivais e ataques a habitações vulneráveis, entre outros.
No sábado deu-se outro incidente, com dezenas de colonos ultra-sionistas armados, apoiados pelo exército de ocupação israelita, atacaram casas de palestinianos em Tel Rumeida, nos arredores de Hebron.
Segundo a agência Wafa, ao mesmo tempo que as casas eram apedrejada pelos colonos, estes, sob a protecção dos militares ocupantes, gritaram palavras de ordem racistas e ofensas religiosas, e ameaçaram de expulsão os residentes palestinianos.
Os actos criminosos dos colonos israelitas sobre a população palestiniana têm crescido em agressividade e intensidade, e configuram em tudo a classificação de limpeza étnica reconhecida pela comunidade internacional.
Mais de 700 mil colonos vivem em 515 colonatos na Cisjordânia ocupada, com o seu número e território a aumentar exponencialmente nos últimos anos, durante os governos de Benjamin Netanyahu.
Segundo a lei internacional, o estabelecimento e permanência desses colonatos, nos territórios palestinianos ocupados militarmente por Israel, é ilegal e viola os tratados e convenções internacionais, em particular a Quarta Convenção de Genebra.
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