A Revolta Nacional Eslovaca foi uma insurreição armada organizada pela resistência antifascista eslovaca contra os nazis e o regime colaborador de Jozef Tiso. O movimento insurrecional, em que os comunistas assumiram um papel destacado, foi lançado a 29 de Agosto de 1944 em Banská Bystrica.
Este ano, o Museu da Revolta Nacional Eslovaca, que tem a seu cargo a organização das comemorações do levantamento, decidiu excluir o Partido Comunista da Eslováquia (KSS, na sigla eslovaca) da participação nas cerimónias oficiais, na sequência do pedido formal que foi enderaçado à direcção do Museu pelo Partido.
«"Quer se goste hoje, quer não, foram sobretudo os comunistas e os seus familiares que pagaram cruelmente pelas suas acções e atitudes, e pagaram o preço mais alto – com as suas vidas."»
KSS
A entidade organizadora alegou que as comemorações do 76.º aniversário da Revolta, agendadas para 28 e 29 de Agosto, estavam marcadas pelo contexto da pandemia de Covid-19 e que seriam um «evento apolítico», com participação limitada, refere o Peoples Dispatch.
No passado dia 25 de Agosto, o KSS publicou uma carta aberta em que se manifestou «insatisfeito» e «desapontado» com a decisão das autoridades, tendo afirmado: «O Museu da Revolta Nacional Eslovaca em Banská Bystrica simboliza a coragem e o heroísmo do povo eslovaco, que resistiu à escravidão nazi e se revoltou contra os ocupantes nazis.»
O texto acrescenta que «os factos históricos sobre todo o movimento antifascista na Eslováquia, bem como a preparação da acção armada contra o fascismo e os seus colaboradores domésticos no fim de Agosto de 1944, são uma prova clara de que o Partido Comunista foi um dos principais organizadores da resistência antifascista».
«Quer se goste hoje, quer não, foram sobretudo os comunistas e os seus familiares que pagaram cruelmente pelas suas acções e atitudes, e pagaram o preço mais alto – com as suas vidas. Este facto deve ser claro para vocês e para os funcionários do Museu da Revolta Nacional Eslovaca em Banská Bystrica», sublinha a missiva.
«"As comemorações da Revolta Nacional Eslovaca nunca foram e jamais serão apolíticas"»
KSS
O KSS diz entender e respeitar a decisão de celebrar as comemorações do 76.º aniversário de forma limitada, devido ao contexto da pandemia. Sublinha, no entanto, a profunda discordância com a afirmação de que a delegação comunista não podia participar devido à «natureza apolítica» das comemorações.
«As comemorações da Revolta Nacional Eslovaca nunca foram e jamais serão apolíticas», frisam os comunistas, que consideram «ridículo» que se afirme que as celebrações de um levantamento antifascista «não têm nada a ver com política». E acrescentam que, se tal fosse o caso, haveria que explicar como um evento «apenas por convite» tem convidados entre os quais figuram representantes dos partidos políticos no poder.
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