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«Decisão judicial dos EUA sobre a Citgo viola direito internacional»

Numa entrevista a uma rádio, Delcy Rodríguez afirmou que a Venezuela vai expor o caso do roubo à Citgo no Conselho de Segurança da ONU. Trump subiu a parada no bloqueio ao país caribenho.

A vice-presidente da Venezuela disse ter provas do conluio entre o deputado da oposição Juan Guaidó, a administração norte-americana e quem foi nomeado pela extrema-direita venezuelana «para servir de protagonista nesta espoliação das riquezas do país»
Créditos / AVN

A vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, analisou esta segunda-feira, numa entrevista concedida à Circuito Unión Radio, a decisão de um tribunal norte-americano de aprovar o desvio de activos, no valor de 1400 milhões de dólares, da empresa Citgo, filial da Petróleos de Venezuela (PDVSA) nos EUA, para a empresa canadiana Crystallex, como compensação por supostos direitos mineiros perdidos pela Crystallex no país sul-americano quando ali foram nacionalizadas as jazidas de ouro.

Rodríguez sublinhou que «o saque dos activos da PDVSA no estrangeiro é uma estratégia para roubar a Venezuela», tendo acrescentado que as decisões da Justiça norte-americana violam as resoluções da Assembleia Geral da ONU e da Organização de Estados Americanos.

«Trata-se de um golpe jurídico com vista à apropriação dos activos que a Petróleos de Venezuela detém no estrangeiro», sublinhou a vice-mandatária, que disse ter provas do conluio existente entre o deputado da oposição Juan Guaidó, a administração norte-americana e quem foi nomeado pela extrema-direita venezuelana «para servir de protagonista nesta espoliação das riquezas do país, um senhor chamado José Ignacio Hernández», refere a AVN.

Neste sentido, a vice-presidente da Venezuela disse que o país caribenho «tem todas as provas para defender os activos» e que vai expor o caso no Conselho de Segurança das Nações Unidas, recorrendo a uma argumentação assente no direito internacional, informa a Prensa Latina.

Donald Trump intensifica bloqueio à Venezuela

O presidente norte-americano, Donald Trump, intensificou as medidas hostis contra o país caribenho, tendo assinado esta segunda-feira uma ordem executiva que congela todos os activos do governo do presidente Nicolás Maduro nos EUA e proíbe as transacções com esse executivo, a menos que haja excepções específicas, refere a Prensa Latina.

De acordo com fontes norte-americanas, só escapam a este cerco assuntos oficiais do executivo federal dos Estados Unidos e transacções ligadas a ajuda humanitária. Donald Trump enviou uma carta ao Congresso para o informar da medida, que representa «uma forte escalada na agressividade da sua administração contra Caracas e faz lembrar as sanções impostas por Washington a Cuba, República Popular Democrática da Coreia, Irão e Síria», indica ainda a Prensa Latina.

A Casa Branca, que não reconhece o governo legítimo de Nicolás Maduro, reeleito em Maio de 2018 com 68% dos votos, justificou a decisão argumentando que é necessário bloquear as propriedades venezuelanas à luz de uma suposta «usurpação do poder».

O líder da Casa Branca chama «ilegítimo» ao executivo no país sul-americano, contra o qual apoiou, em Janeiro deste ano, a nomeação de Juan Guaidó – deputado golpista de extrema-direita, alinhado com Washington e Bogotá – como «presidente interino» da Venezuela.

Da mesma forma, Washington apoiou a tentativa de golpe de Estado a 30 de Abril último, no contexto da desestabilização permanente que procura provocar no país caribenho, do apoio à extrema-direita venezuelana e ao seu mandado Juan Guaidó, que é presidente da Assembleia Nacional, órgão de soberania que se encontra em situação de «desobediência jurídica», decretada pelo Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela, desde 2016.

Donald Trump referiu-se ainda a supostas violações dos direitos humanos e «tentativas contínuas para minar o presidente interino Juan Guaidó». Os efeitos que as sanções impostas pelos EUA – há anos – têm nas condições de vida da população na Venezuela não lhe mereceram observações ou reparos.

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