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Eleições na Venezuela para reforçar «paz e soberania»

No próximo domingo, serão eleitos os governadores dos 23 estados da Venezuela, por um período de quatro anos. Jorge Rodríguez (PSUV) defende que o processo irá consolidar «a paz e a soberania» no país, num contexto de assédio por parte dos EUA.

A presidente do Poder Eleitoral garantiu que o material necessário à celebração das eleições dos governadores já está disponível em todo o território venezuelano
Créditos / visioncomunal.com.ve

Nas eleições regionais que terão lugar dia 15, podem votar mais de 18 milhões de eleitores inscritos nos cadernos eleitorais, ficando de fora os do Distrito Capital (porque esta entidade possui um regime especial de governo) e os residentes no estrangeiro.

Nestas eleições, que chegaram a estar marcadas para 10 de Dezembro, serão eleitos os governadores dos 23 estados que integram a Venezuela. Os locais de voto abrem às 6h e encerram às 18h, mantendo-se no entanto abertos enquanto houver eleitores à espera para votar, informa a TeleSur.

Concorrem, em todos os estados, candidatos do Grande Pólo Patriótico – que integra dez partidos, entre os quais o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e o Partido Comunista da Venezuela (PCV) – e da chamada Mesa da Unidade Nacional (MUD), pese embora as disputas internas no seu seio.

Após meses de violência

As eleições do próximo domingo seguem-se às que se realizaram, a 30 de Julho, para a Assembleia Nacional Constituinte (ANC) – em funções há mais de dois meses –, cuja legalidade a direita venezuelana e internacional, apoiadas por uma campanha massiva de manipulação mediática, se recusaram a reconhecer.

Entre Abril e Julho deste ano, a MUD, desafiando a Constituição e as instituições do país, promoveu, nas ruas e bairros da Venezuela, uma violenta campanha de ataques a pessoas e bens, de sabotagens e saques, que provocou mais de cem mortos e danos de valor incalculável em bens públicos e privados.

Recentemente, os seus representantes abandonaram a mesa instituída pelo governo de Maduro, na República Dominicana, com vista a retomar o diálogo com os dirigentes da oposição.

Material eleitoral em todo o país

Tibisay Lucena, presidente do Poder Eleitoral, afirmou esta segunda-feira que «o material eleitoral e as máquinas de votação requeridos para a celebração das eleições dos governadores marcadas para este domingo» já se encontram em todas as regiões do país, «mesmo nas mais afastadas e de difícil acesso», indica a AVN.

Entretanto, a empresa Smartmatic, que fornecia o apoio técnico ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano, foi afastada desse processo, revela a TeleSur, depois de ter posto em causa os resultados do processo eleitoral para a ANC «sem apresentar provas». As autoridades venezuelanas refutaram as «acusações infundadas» e a empresa Ex-Clé passou a prestar o serviço antes garantido pela Smartmatic.

O CNE defendeu a fiabilidade, credibilidade, blindagem e transparência do sistema eleitoral venezuelano. Algo em que foi corroborado pelo Conselho de Especialistas Eleitorais Latino-americanos (CEELA), que qualificou o sistema eleitoral venezuelano como o melhor da América Latina.

Um grupo de 20 ex-presidentes, antigos vice-presidentes e magistrados de organismos eleitorais internacionais irá observar, em vários pontos do território venezuelano, o processo eleitoral de dia 15 antes da sua realização, durante a sua celebração e após a sua conclusão.

Defesa da paz e da soberania

Participando esta segunda-feira num programa do canal VTV, o dirigente do PSUV Jorge Rodríguez salientou que este é o 22.º processo eleitoral em 18 anos de Revolução Bolivariana e que as eleições de domingo vão permitir consolidar a paz e a soberania no país. Com cada voto, o povo «vai dizer-lhe [a Donald Trump] não te metas nos assuntos internos da Venezuela», que isso é para os venezuelanos resolverem, disse.

Rodríguez mostrou-se ainda confiante nos resultados das conversações com a oposição na República Dominicana e anunciou que um «acordo de convivência» será firmado logo após as eleições de dia 15. Ainda assim, lamentou a atitude de alguns dos sectores da direita, a quem pediu que «abandonem a linguagem ambígua, a estratégia que utilizam para promover a violência».

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