O cubano-americano Carlos Lazo, que coordena o projecto «Puentes de Amor», sublinhou a importância da caravana que ontem partiu de Miami. «Vamos percorrer cerca de 2000 quilómetros até Washington D.C. e, no dia 25 de Julho, juntamo-nos aí, no Parque Lafayette, frente à Casa Branca, para entregar milhares de petições com a reivindicação do levantamento das sanções unilaterais contra a ilha caribenha», disse Lazo.
«Vão chegar milhares de pessoas de todos os Estados Unidos, vamos atravessar o país, passaremos pelo Centro Martin Luther King Jr., em Atlanta, Geórgia, vamo-nos reunir ainda com congressistas para lhes manifestar o nosso desejo de que o presidente Joe Biden elimine este cerco unilateral e reabra a embaixada em Havana», disse Lazo via Facebook, este domingo, no início da caravana para Washington.
«Queremos também que os norte-americanos possam viajar ao país antilhano, que haja pontes de amor entre os povos de Cuba e os Estados Unidos», referiu.
A Assembleia Geral da ONU aprovou, com o apoio de 184 dos seus estados-membros, a resolução que pede o fim do bloqueio a Cuba. A diplomacia cubana reclamou para o seu país o «direito de viver em paz». A resolução «Necessidade de pôr fim ao bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América a Cuba» foi aprovada, esta quarta-feira, com 187 votos a favor. Apenas os EUA e Israel se opuseram ao levantamento do bloqueio. Registaram-se as abstenções da Colômbia, da Ucrânia e do Brasil. É a 29.ª vez consecutiva, desde 1992, que a grande maioria dos estados-membros das Nações Unidas pede, na sua Assembleia Geral, o levantamento do cerco imposto por Washington à ilha caribenha há quase seis décadas. Mais de 15 países e organizações internacionais, como o Movimento de Países Não Alinhados, o Grupo dos 77 mais China (G77+China) e a Comunidade das Caraíbas, pronunciaram-se contra o bloqueio e exigiram o fim da sua aplicação. Diplomatas e altos representantes de vários países condenaram o recrudescimento da política hostil, bem como as medidas coercivas unilaterais impostas pela administração dos Estados Unidos a Cuba no contexto da pandemia de Covid-19, informa a Prensa Latina. Foi precisamente por causa da crise sanitária que a apresentação do projecto de resolução não se pôde realizar na Assembleia Geral o ano passado e foi adiada para esta data. Em Novembro de 2019, uma resolução de teor semelhante foi igualmente aprovada de forma esmagadora, então com 187 votos a favor, três contra (EUA, Israel e Brasil) e duas abstenções (Colômbia e Ucrânia). Bruno Rodríguez, ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, que classificou como uma grande vitória do povo da Ilha a votação registada na Assembleia Geral da ONU contra o bloqueio, afirmou, ao apresentar o projecto de resolução, que aquilo que Cuba pede «é que a deixem viver em paz», sublinhando que a política de cerco acabou por desacreditar e isolar os seus promotores. «É inaceitável privar um povo inteiro do direito à paz, ao desenvolvimento, ao bem-estar e ao progresso humano», frisou Rodríguez, acrescentando: «Como o vírus que causa a Covid-19, o bloqueio asfixia e mata, e deve acabar.» Díaz-Canel agradeceu a «onda de solidariedade» que, em 50 cidades, exigiu o fim do bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos EUA à Ilha. Quarta-feira há concentração solidária em Lisboa. Na sua conta oficial de Twitter, o chefe de Estado destacou, este domingo, a realização, ao longo do fim-de-semana, da IV Caravana Mundial de repúdio pela política aplicada há quase seis décadas e considerada pelas autoridades cubanas o principal obstáculo ao desenvolvimento do país caribenho. As caravanas de automóveis e outras iniciativas promovidas a nível internacional, nas ruas e nas redes sociais, foram acompanhadas, em Cuba, por uma regata na província de Matanzas e uma caravana de motorizadas e ciclistas na de Holguín, com mensagens contra o cerco imposto ao país. Díaz-Canel agradeceu a solidariedade que chegou à Ilha «em milhares de vozes contra o bloqueio a partir de 50 cidades do mundo» e disse que em Matanzas e Holguín «mandaram um abraço de volta». Também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, recorreu ao Twitter para assinalar que o mundo «acompanha o povo cubano na sua luta contra as políticas criminosas» e afirmar que a solidariedade dos povos irmãos estará com a Ilha no próximo dia 23 na Assembleia Geral das Nações Unidas, quando terá lugar a votação do relatório «Necessidade de pôr fim ao bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América a Cuba». De acordo com o Instituto Cubano de Amizade com os Povos, hoje, amanhã e quarta-feira, os grupos de solidariedade, amigos e pessoas de boa vontade em vários países têm agendadas acções para acompanhar a Ilha na sua exigência. Em Portugal, para o dia da votação da resolução sobre o bloqueio, 23 de Junho, está marcada uma concentração em Lisboa, na Praça Luís de Camões, às 18h, em solidariedade com Cuba e o povo cubano. A iniciativa é promovida pela Associação de Amizade Portugal-Cuba, pelo Conselho Português para a Paz e Cooperação, e pela CGTP-IN. O bloqueio imposto pelos Estados Unidos a Cuba é considerado pelas autoridades da Ilha como o principal obstáculo ao desenvolvimento do país e uma «violação massiva dos direitos humanos de todos um povo». Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Na sua intervenção, o diplomata cubano fez questão de agradecer a solidariedade internacional, as múltiplas acções organizadas em diferentes latitudes para exigir o fim do bloqueio imposto à Ilha pelos Estados Unidos. Bruno Rodríguez explicou também de forma detalhada os danos e prejuízos causados pelo cerco, tendo informado que, nas quase seis décadas de aplicação desta política, os prejuízos ascendem a 147 853 000 000 de dólares, refere a Prensa Latina. «Os danos humanos, os sofrimentos e as carências provocados às famílias cubanas são incalculáveis», denunciou. Disse ainda que o ex-presidente norte-americano Donald Trump aplicou durante o seu mandato 243 novas medidas e sanções contra a Ilha, tendo aproveitado de «forma oportunista» a pandemia de Covid-19 para elevar o bloqueio a «níveis extremos». «Até à data, a administração de Joe Biden aplica na íntegra na mesma política», acrescentou. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
O mundo disse outra vez «não» ao bloqueio
«O bloqueio asfixia e mata, e deve acabar»
Internacional|
Presidente de Cuba agradece a solidariedade do mundo contra o bloqueio
Concentração em Lisboa, dia 23
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No contexto da caravana, informa a Prensa Latina, um grupo de activistas juntou-se este sábado na cidade de Tampa (Florida), onde, no século XIX, o herói nacional cubano José Martí esteve dezenas de vezes, tendo ali realizado um intenso trabalho para unir a emigração cubana na luta contra a colonização espanhola.
Ali, frente ao monumento que homenageia Martí, o coordenador principal do projecto «Puentes de Amor», acompanhado por dezenas de pessoas, reclamou o fim das sanções unilaterais de Washington contra Cuba.
Reivindicações dos participantes na iniciativa
As iniciativas para exigir o fim do bloqueio imposto pelos Estados Unidos a Cuba prosseguiram este domingo, sendo que, entre os seus promotores, figuram grupos de emigrantes cubanos membros da Coalición Alianza Martiana e outras associações, indica a Prensa Latina.
Os participantes na caravana exigem, em particular, a reabertura dos serviços consulares da embaixada norte-americana em Havana e o envio de remessas para a Ilha.
De acordo com Lazo, os participantes exigem igualmente à administração de Joe Biden a retoma do plano de reunificação familiar suspenso pelo anterior presidente, Donald Trump, em 2017.
Pretendem ainda continuar com a recolha de fundos para a compra de seringas e, assim, apoiar a campanha de vacinação contra a Covid-19 em Cuba, uma vez que o cerco de Washington restringe o acesso a insumos médicos.
Na última quarta-feira, pela 29.ª vez desde 1992, a maioria esmagadora dos países (184) exigiu na Assembleia Geral da ONU o levantamento do bloqueio a Cuba, tendo aprovado uma nova resolução que exige o fim do cerco imposto há quase seis décadas por Washington. Só os Estados Unidos e Israel votaram contra, ficando isolados.
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