O jornalismo mexicano enfrenta hoje graves riscos, em grande medida decorrentes da sua exposição à acção do crime organizado e da incapacidade das autoridades para defender os profissionais da imprensa.
Esta foi uma das principais conclusões dos participantes no encontro de jornalistas «#NoEstánSolos», organizado esta sexta-feira no contexto da XVII Feira Internacional do Livro do Zócalo, que, tendo aberto as portas no dia 12, decorre na capital do país até dia 22, informa a Prensa Latina.
Na mesa quatro, intitulada «Encarando o futuro» e moderada pela repórter do La Jornada Blanche Petrich, participou Griselda Triana, viúva de Javier Valdez, correspondente do La Jornada e fundador do semanário Ríodoce, no estado de Sinaloa, onde foi assassinado a 15 de Maio.
Triana falou daquilo que classificou como «solidão e fragilidade», as condições em que têm de trabalhar os repórteres fora da Cidade do México. Para a viúva de Valdez, que foi autor de várias reportagens e obras centradas no narcotráfico, no crime organizado e nas suas ligações ao poder político e económico, «o panorama é desolador».
Na mesma mesa participou a jornalista Karla Janeth, do El Heraldo de León, que foi agredida e ameaçada de morte por ordem do presidente da Câmara de Silao, no estado de Guanajuato, segundo denunciou na ocasião.
Na mesa cinco, moderada por María Cortina, debateu-se sobre «Olhares cruzados. Outras guerras»; a seis, que contou com a moderação de Hayde Lachino, foi intitulada «Assim nos vêem», indica o La Jornada.
Outra das conclusões do encontro foi a de que os profissionais da imprensa também são vítimas de pressões e agressões por parte das autoridades, nos diferentes níveis de governo, que é cúmplice do crime organizado e de outros interesses.
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