As vítimas foram baleadas por um grupo de homens armados que entraram na cervejaria Alask-Guamas, de que Méndez também era dono, cerca das 23h de terça-feira (hora local).
Segundo refere o periódico La Jornada, o estado de Guanajuato é o mais violento do México, tendo um registo de 295 homicídios em Julho último.
Dados preliminares apontam para uma execução. Ernesto Méndez, dono do portal Tu Voz e correspondente do jornal El Correo e do portal Zona Franca, é o 11.º jornalista a ser morto no país este ano.
Outras fontes apresentam números mais elevados, mas o La Jornada refere-se àqueles que são oficialmente reconhecidos como jornalistas pelo governo federal.
De acordo com o presidente do Município de San Luis de la Paz, que disse ter uma relação próxima com Méndez, este nunca lhe comentou ter sido alvo de ameaças.
López Obrador declarou que não tolerava a «impunidade» de governos anteriores, mas o México é um país perigoso para quem exerce a profissão. Esta quinta-feira, foi assassinado o quinto jornalista em 2022. Heber López Vásquez, director do portal Noticias Web, foi morto a tiro ontem à noite, em Salina Cruz, informou a Procuradoria-Geral do Estado Oaxaca, no Sul do México. O titular da Procuradoria, Arturo Peimbert Calvo, disse que a Polícia Municipal deteve dois indivíduos em fuga, com a arma que presumivelmente foi utilizada para cometer o crime. O responsável referiu que ainda não é conhecido o móbil do homicídio, mas que não descartava a possibilidade de estar relacionado com a actividade jornalística do falecido. López Vásquez, de 39 anos, é o quinto jornalista assassinado no país latino-americano em menos de um mês e meio. A 10 de Janeiro, foi morto José Luis Gamboa, em Veracruz; nos dias 17 e 23 do mesmo mês, foram assassinados Margarito Martínez Esquivel e Lourdes Maldonado, respectivamente, em Tijuana, Baixa Califórnia; no passado dia 31, em Zitácuaro, Michoacán, foi perpetrado o homicídio de Roberto Toledo. Ainda em Janeiro, no dia 26, refere o La Jornada, o fundador e director do Pluma Digital Noticias, José Ignacio Santiago Martínez, foi alvo de um atentado – de que saiu ileso – na região de Mixteca. A mesma fonte indica que o portal dirigido por Heber López Vásquez publicava notas políticas e que o seu director já tinha sido ameaçado em 2019. A organização Artículo 19, que defende a liberdade de imprensa no México, entende que a impunidade que envolve a morte de jornalistas no país americano funciona como um incentivo para que estes crimes continuem a acontecer. Em 2019, a ONG Campanha Emblema de Imprensa registou o assassinato de 75 jornalistas, com o México, o Afeganistão e o Paquistão à frente no número de casos. A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou, em 2013, uma resolução em que proclamou 2 de Novembro como Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra os Jornalistas, instando os estados-membros a implementarem medidas com vista a combater «a actual cultura de impunidade». No México, a organização Artículo 19, que defende a liberdade de imprensa no país, entende precisamente que a impunidade que envolve a morte de jornalistas no país americano funciona como um incentivo claro para que estes crimes continuem a acontecer. Apesar de alguns julgamentos e condenações recentes, já no período de López Obrador, o país continua a destacar-se, na América Latina e no mundo, como aquele onde maior número de vozes da comunicação social são silenciadas a tiro. Quando não se limitam ao papel de estrelas que promovem os seus livros em prime time, de papagaios do imperialismo e correias de transmissão dos interesses do capital monopolista, os jornalistas, frequentemente mordidos pela precariedade, a exploração e a instabilidade laboral, são vozes críticas de sistemas corruptos, do crime organizado, do narcotráfico, da avareza de trasnacionais sobre os recursos naturais – e tornam-se um alvo. No México, considerado um dos países mais perigosos para exercer a profissão, a Artículo 19 documentou, desde o ano 2000, 135 assassinatos de jornalistas, por possível relação com o seu trabalho, sendo que existe um elevado número de casos ainda por resolver. Ainda na América Latina, as Honduras são outro país tradicionalmente perigoso para profissionais da comunicação social que enfrentam o poder e as grandes empresas. A Campanha Emblema de Imprensa registou ali cinco assassinatos no ano passado, mas o Colégio de Jornalistas local apresentou um número mais elevado – oito –, bem como um nível de impunidade de 90%. A nível mundial, a organização não governamental (ONG) Campanha Emblema de Imprensa deu conta de 75 mortes de jornalistas, sendo o México (13), o Afeganistão (oito), o Paquistão (oito), a Síria (seis), as Honduras (cinco) e as Filipinas (quatro) os países onde se registaram maior número de casos. Até ao final de Outubro último, a Campanha Emblema de Imprensa contabilizou 63 jornalistas assassinados em todo o mundo. Os países com maior número de casos documentados são, de acordo com a ONG, o México (nove), o Paquistão (oito), a Índia (seis), o Iraque (cinco) e as Honduras (quatro). Sobre a situação no México, o dirigente do Sindicato Nacional de Redactores da Imprensa, Juan Carlos Rojas, afirmou que este tipo de crime é o mais o mais grave atentado contra a liberdade de expressão e o direito à informação, indica a TeleSur. A mesma fonte revela que, em 2012, foi criado no país azteca o Mecanismo de Protecção para Pessoas Defensoras de Direitos Humanos e Jornalistas, que abrange actualmente cerca de 300 jornalistas. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença. Apesar das detenções, investigações, julgamentos e condenações nos últimos anos, já no período de López Obrador, o país continua a destacar-se, na América Latina e no mundo, como um daqueles em que maior número de vozes da comunicação social são silenciadas a tiro. Quando não se limitam ao papel de estrelas que promovem os seus livros em prime time, de papagaios do imperialismo e correias de transmissão dos interesses do capital monopolista, os jornalistas, frequentemente mordidos pela precariedade, a exploração e a instabilidade laboral, são vozes críticas de sistemas corruptos, do crime organizado, do narcotráfico, da avareza de transnacionais sobre os recursos naturais – e tornam-se um alvo. A Artículo 19 documentou, entre 2000 e 31 de Janeiro de 2022, 149 assassinatos de jornalistas, por possível relação com o seu trabalho. Destes, 47 foram perpetrados durante o mandato anterior de Enrique Peña Nieto e 29 no actual, de Andrés Manuel López Obrador, indica o organismo no seu portal. Desde há vários anos, o AbrilAbril assume diariamente o seu compromisso com a verdade, a justiça social, a solidariedade e a paz. O teu contributo vem reforçar o nosso projecto e consolidar a nossa presença.Internacional|
O México continua a ser perigoso para os jornalistas
47 jornalistas assassinados no período de Peña Nieto, 29 no de Obrador
Internacional|
Pelo menos 63 jornalistas assassinados este ano
Situação em 2019
Panorama em 2020
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No portal Tu Voz, há vários artigos de opinião seus, alguns dos quais contra o Partido de Acción Nacional (PAN; de direita), sendo o mais recente intitulado «El último gobierno del PAN, un gobierno cobarde que escondió la cabeza ante la inseguridad».
Apesar das detenções, investigações, julgamentos e condenações nos últimos anos, já no período de López Obrador, o país continua a destacar-se, na América Latina e no mundo, como um daqueles em que maior número de vozes da comunicação social são silenciadas a tiro.
A organização Artículo 19, que defende a liberdade de imprensa no México e luta contra a impunidade que tem envolvido a morte de jornalistas no país americano, documentou, entre 2000 e 29 de Junho de 2022, 154 assassinatos de jornalistas, por possível relação com o seu trabalho.
Destes, 47 foram perpetrados durante o mandato anterior, de Enrique Peña Nieto, e 34 no actual, de Andrés Manuel López Obrador, indica o organismo no seu portal.
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