Autora do best-seller internacional traduzido em 28 idiomas, As Madrugadas em Jenin, Susan Abulhawa foi impedida de participar no Festival Palestino de Literatura, que decorre entre 3 e 7 de Novembro.
O Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM) denuncia que, na passada quinta-feira, os serviços de fronteiras israelitas «alegaram que a escritora deveria ter previamente obtido um visto, porque em 2015 lhe foi negada entrada na Palestina através da Ponte Alenby, controlada por Israel».
Recorda, no entanto, que os cidadãos dos EUA, e de cerca de 100 países, estão normalmente isentos de visto para entrar em Israel e que Susan Abulhawa vive em Filadélfia. Para o coordenador do Festival Palestino de Literatura, Mahmoud Muna, a decisão de proibir a entrada da escritora teve motivações políticas.
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Susan Abulhawa, que também é jornalista, apoia o movimento BDS (Boicote, Desinvestimento, Sanções), que se opõe à política israelita de colonização, repressão e discriminação contra o povo palestino, apelando ao boicote pelos cidadãos, ao desinvestimento pelas empresas e às sanções pelos Estados como forma de pressão sobre Israel.
Em 2017, o parlamento de Israel aprovou uma lei que proíbe a entrada de estrangeiros considerados activistas do BDS, em Israel e nos territórios palestinos ocupados.
O MPPM salienta que, desde a aprovação da lei, «uma série de figuras destacadas que supostamente apoiam o BDS — além, provavelmente, de um número indefinido de anónimos — foram detidas ou impedidas de entrar no aeroporto internacional de Tel Aviv e nas passagens fronteiriças com a Jordânia».
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