Na sua conta de Twitter, o secretário-geral do Comité Executivo da Organização de Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat, afirmou, este domingo, que «a decisão de Israel de construir um novo colonato ilegal na [cidade de] Hebron ocupada é o primeiro resultado palpável da decisão norte-americana de legitimar a colonização», tendo sublinhado que a medida «não pode ser retirada do contexto [da] anexação».
As observações de Erekat aludem ao facto de, no passado dia 18 de Novembro, o secretário norte-americano de Estado, Mike Pompeo, ter afirmado que «a criação de colonatos civis israelitas na Cisjordânia não é, por si só, inconsistente com o direito internacional», reconhecendo desse modo como «legal» o expansionismo sionista em Jerusalém e na Margem Ocidental.
Poucas horas antes de Saeb Erekat se pronunciar, o ministro israelita da Defesa, Naftali Bennett, tinha anunciado a aprovação do plano de construção de um novo colonato no centro de Hebron (Al-Khalil, em árabe), que irá «duplicar» o número de colonos israelitas na cidade.
Em declarações à imprensa, Bennet disse que tinha dado instruções à Administração Civil – organismo do governo israelita que administra a Cisjordânia ocupada – para informar o Município de Hebron da decisão de construir um novo bairro judaico na área do antigo mercado de frutas e legumes, cujos edifícios serão demolidos, revela o MPPM no seu portal.
Recorde-se que uma parte significativa do centro histórico da cidade, onde residem cerca de 200 mil palestinianos, já é ocupada por cerca de 800 colonos israelitas, protegidos por centenas de militares do Exército de ocupação. Os colonos israelitas, bastante agressivos, acossam e atacam quase diariamente os palestinianos, com a cumplicidade dos militares.
Actualmente, mais de 600 mil israelitas vivem em cerca de 230 colonatos nos territórios palestinianos da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, ocupados desde 1967. Estes colonatos, considerados ilegais à luz do direito internacional, têm sido reiteradamente condenados pelas Nações Unidas e a grande maioria dos seus estados-membros.
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