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Alertas para o agravamento da situação humanitária em Gaza

No âmbito do Dia Mundial da Saúde, a Unrwa chamou a atenção para os ataques sucessivos da ocupação aos centros de saúde na Faixa de Gaza, onde escasseiam bens essenciais e material médico.

Créditos / PL

Na sua conta de Twitter (X), Philippe Lazzarini, comissário-geral da agência das Nações Unidas para os refugiados palestinianos (Unrwa), lembrou que esta segunda-feira era o Dia Mundial da Saúde, «um dia em que devíamos celebrar a saúde e a cura». «Em Gaza, em vez disso, fazemos luto pela perda de ambos», denunciou.

No mesmo contexto, afirmou que os trabalhadores são ali mortos ou feridos, que os centros de saúde estão constantemente sob ataque e que se esgotam os materiais médicos, sob a agressão israelita.

«O pessoal médico está exausto, depois de ter dedicado incansavelmente as suas vidas à comunidade e aos feridos. Têm constantemente de tomar decisões difíceis sobre que vidas salvar», frisou o responsável, antes de afirmar que «dois milhões de pessoas estão marcadas para o resto da vida por traumas e choques, lutando contra feridas invisíveis de saúde mental».

Lazzarini, que exigiu o cessar-fogo agora e o levantamento do cerco imposto pelas forças sionistas, declarou que os profissionais de saúde da Unrwa «realizaram mais de oito milhões de consultas desde o início da guerra».

«Trabalham 24 horas por dia para servir as suas comunidades nos nossos centros de saúde, clínicas móveis e postos médicos, apesar do bombardeamento e do cerco rigoroso», destacou.

Na véspera, o organismo de que Lazzarini é o principal responsável tinha alertado para a diminuição dos abastecimentos humanitários no enclave costeiro para níveis «perigosamente baixos».

Palestinianos fogem de um bairro na Cidade de Gaza, depois de receberem ordens de evacuação da parte das forças sionistas de ocupação, a 3 de Abril de 2025 / PressTV

Em comunicado, a Unwra chamou a atenção para o agravamento rápido da situação e apelou ao fim do cerco israelita e à entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Quase totalidade das grávidas e lactantes em Gaza sofre de má-nutrição aguda

Uma representante da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Harris, disse que 90% das grávidas e das lactantes na Faixa de Gaza sofrem de má-nutrição aguda, frisando que a falta de equipamento médico as impede de receber o tratamento necessário.

Numa nota a propósito do Dia Mundial da Saúde, a que a Wafa faz referência, Harris apontou a grande deterioração das condições de saúde no enclave, que é alvo de uma agressão israelita há mais de um ano e meio, nomeadamente das mães e das crianças.

«Muitos deles necessitam urgentemente de tratamento. Nenhum alimento ou ajuda médica está a chegar a Gaza neste momento. As mães e as crianças já estão a sofrer, e a situação está a piorar de dia para dia», disse.

Por contraste, referiu-se ao período de cessar-fogo que a ocupação violou a 18 de Março último, frisando que, nessa «acalmia de quase dois meses, alguns hospitais conseguiram retomar os serviços».

«Conseguimos enviar equipas médicas» e «recebemos um bom apoio internacional», disse, acrescentando que, «após o fim da trégua, muitos centros de saúde foram destruídos, incluindo o Hospital Nasser».

Actualmente, há cerca de 20 hospitais a funcionar de forma parcial em Gaza, mas estes não são capazes de operar sem materiais médicos, revelou Harris, que manifestou a sua gratidão a todos os trabalhadores da saúde, que dão tudo para salvar vidas e melhorar o bem-estar, num contexto de desafios extremos.

Entretanto, a Wafa deu conta de mais bombardeamentos israelitas em vários pontos do enclave palestiniano, revelando que, desde 7 de Outubro de 2023 até ontem, pelo menos 50 752 pessoas foram mortas e explicando que se trata de dados preliminares, uma vez que há pelo menos 11 mil desaparecidos. O número de feridos subiu para 115 475.

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