As forças militares e policiais israelitas entraram esta madrugada na cidade palestiniana de Sur Baher, localizada nas imediações de Jerusalém Oriental e junto ao chamado «Muro do Apartheid» que atravessa a Cisjordânia ocupada, forçando centenas de residentes a abandonar o bairro de Wadi al-Hummus, que foi declarado «zona de acesso interdito».
De acordo com a informação divulgada à imprensa esta segunda-feira pelos residentes do bairro, deverão ser demolidas 16 unidades residenciais, com cerca de 100 apartamentos.
O Exército de ocupação israelita alega que os edifícios, que ficam junto ao muro de separação, constituem «um risco para a segurança». No mês passado, o Supremo Tribunal de Israel deliberou a favor dos militares, tendo estabelecido que esta segunda-feira seria o prazo final para o início das demolições.
Os palestinianos afirmam que esta situação abre um precedente para outras aldeias e cidades localizadas junto ao muro do apartheid, na Margem Ocidental ocupada, e acusam Israel de usar o pretexto da «segurança» para os expulsar da região e, assim, expandir os colonatos, que são ilegais à luz do Direito Internacional.
Residentes disseram à imprensa que as forças israelitas os começaram a expulsar de suas casas logo ao início da madrugada e que foram usados diversos tipos de bulldozers e explosivos para arrasar as casas, indica a agência Fars.
«O que se está a passar aqui hoje é a deslocação forçada, massiva da população que vive no bairro de Wadi al-Hummus», disse à agência Ma'an Ali al-Obeidi, presidente da comissão do bairro.
Outros habitantes chamaram a atenção para o facto de irem passar a viver na rua, apesar de terem construído as suas casas com uma autorização da Autoridade Palestiniana, que exerce um poder limitado na Margem Ocidental ocupada por Israel.
O Supremo Tribunal israelita ignorou essas autorizações, tendo deliberado que as casas violavam uma proibição de construção naquela área. O tribunal acrescentou que a construção perto do muro «poderia servir de protecção para atacantes».
Diversos partidos palestinianos, Autoridade Palestiniana, Nações Unidas e União Europeia pronunciaram-se contra esta acção. De acordo com a agência WAFA, vários palestinianos foram feridos pelas forças israelitas, esta segunda-feira, quando protestavam contra as demolições em Sur Baher.
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