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Israel continua a demolir casas de palestinianos no Vale do Jordão

As forças israelitas demoliram esta terça-feira 2 estruturas residenciais, pertencentes aos irmãos Rami e Hafeth Masa'id, na aldeia de Khirbet Yarza, a leste de Tubas (Norte da Cisjordânia ocupada).

Israel tem acelerado as demolições de edifícios palestinianos em Jerusalém e na Margem Ocidental ocupadas, incluindo o fértil e estratégico Vale do Jordão
Créditos / palinfo.com

A agência WAFA e o Palestinian Information Center informam que os irmãos Masa'id receberam ordens de demolição há uma semana, com o argumento de que as estruturas não estavam licenciadas.

Esta acção «faz parte do plano de demolições em grande escala de estruturas residenciais e agrícolas em curso nesta aldeia, todas com o objectivo de forçar os residentes a sair da mesma e confiscar as suas terras para a construção de colonatos», denuncia no seu portal o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente (MPPM).

A mesma fonte revela que a aldeia Khirbet Yarza está situada na chamada Área C, sob domínio militar israelita, e que os seus habitantes vivem do pastoreio. «Ao longo dos anos, a Administração Civil tem demolido repetidamente as estruturas desta e de outras comunidades no Vale do Jordão […], uma faixa fértil de terra que se estende a oeste do Rio Jordão, é o lar de cerca de 65 mil palestinianos e constitui aproximadamente 30% da Cisjordânia».

O MPPM lembra que, desde a ocupação militar da Cisjordânia, em 1967, «Israel já transferiu pelo menos 11 mil dos seus cidadãos para o Vale do Jordão» e que «alguns dos colonatos em que eles vivem foram construídos quase inteiramente em terras privadas palestinianas».

Ao declarar quase metade do Vale do Jordão como «zona militar fechada», Israel «tem deslocado à força famílias palestinianas que ali vivem», afirma o organismo português, sublinhando que as autoridades israelitas têm sido claras ao afirmar que não irão abdicar do «fértil e estratégico Vale do Jordão», algo que «está contemplado no Plano Trump para a Palestina».

Entretanto, Israel vai cimentando a sua posição – nota o MPPM –, levando a cabo uma «política silenciosa de limpeza étnica e de asfixia do desenvolvimento palestiniano, forçando o deslocamento de comunidades, tomando posse das suas terras, demolindo as suas casas e infra-estruturas».

Mais de 500 edifícios palestinianos demolidos em 2020

O Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) revelou, na segunda-feira, que as forças israelitas demoliram 506 edifícios palestinianos, desde o início do ano, na Margem Ocidental e em Jerusalém ocupadas, com o pretexto de que as estruturas não estavam licenciadas.

Dos 506 edifícios demolidos, 134 ficavam em Jerusalém ocupada, precisou o organismo da ONU, acrescentando que, só nas últimas duas semanas, as forças israelitas demoliram ou confiscaram 22 estruturas palestinianas, com o argumento da falta de licenciamento, levando a que 50 pessoas fossem desalojadas, noticia o Palestinian Information Center.

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