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«Jamais nos cansaremos de denunciar» o bloqueio a Cuba, afirma Maduro

Assinalando os 61 anos da oficialização do bloqueio norte-americano à Ilha – 7 de Fevereiro de 1962 –, o presidente venezuelano referiu-se a essa política como um «acto de crueldade».

Ilustração alusiva ao bloqueio norte-americano a Cuba 
Créditos / @MMarreroCruz

Na sua conta de Twitter, Nicolás Maduro, afirmou que «jamais nos cansaremos de denunciar perante o mundo» o bloqueio total imposto pelos Estados Unidos a Cuba, que foi oficializado há 61 anos.

O chefe de Estado referiu-se à política de cerco como um «acto de crueldade que viola os Direitos Humanos dos cubanos, que, com coragem, decidiram lutar e não se render face às imposições imperiais».

Embora o cerco tenha começado desde o triunfo da Revolução, em 1959, foi a 7 de Fevereiro de 1962 que o então presidente John F. Kennedy, mandatado pelo Congresso, declarou o bloqueio total à Ilha.

Antes, a 3 de Fevereiro, o chefe de Estado norte-americano assinou a ordem executiva 3447 que oficializou essa política, classificada pelo governo de Havana como o sistema de medidas coercivas unilaterais mais abrangente, complexo e prolongado alguma imposto a um país.

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O mundo novamente com Cuba e Israel outra vez com os EUA

A Ilha voltou a alcançar uma vitória na luta que mantém contra o bloqueio norte-americano, obtendo o apoio esmagador (185 votos) à resolução que apresentou na Assembleia Geral da ONU.

A Assembleia Geral da ONU voltou a mostrar uma oposição esmagadora ao cerco imposto pelos EUA a Cuba 
Créditos / Prensa Latina

Estados Unidos e Israel – o fiel aliado – foram os únicos países que votaram contra o texto sobre a necessidade de pôr fim ao cerco a Cuba, apresentado, pela 30.ª vez, no 77.º período de sessões na Assembleia Geral das Nações Unidas. Brasil e Ucrânia abstiveram-se.

A votação desta quinta-feira foi antecedida pelos discursos de representantes de múltiplos países e organizações regionais, que, desde o dia anterior, vincaram a importância de acabar com a política do cerco económico, comercial e financeiro, que sobreviveu a 11 administrações da Casa Branca e é classificada como o principal obstáculo ao desenvolvimento do país caribenho.

Painel com o resultado da votação da resolução apresentada por Cuba sobre a necessidade de pôr fim ao bloqueio / PL

Ao intervir, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba, Bruno Rodríguez, sublinhou que o bloqueio procura infligir o máximo dano possível às famílias cubanas, que se trata de uma medida «cruel e desumana», e que constitui um acto de guerra económica para destruir a capacidade do país de dar resposta às necessidades da população.

«Deixem Cuba em paz. Cada família cubana estaria melhor sem bloqueio. Os Estados Unidos seriam um país melhor sem o bloqueio. O mundo seria melhor sem o bloqueio», frisou, citado pela Prensa Latina.

Lembrando que, desde 2019, a Casa Branca levou o cerco à Ilha para uma nova dimensão, «mais cruel», o diplomata destacou que, nos primeiros 14 meses da administração de Joseph Biden, os danos ascenderam a 6,3 mil milhões de dólares, o que equivale a mais de 15 milhões de dólares por dia.

Neste sentido, referiu que o bloqueio «cria as condições que alimentam as migrações irregulares, desordenadas e inseguras, a dolorosa separação das famílias, e contribui para o crime do tráfico de seres humanos».

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Bloqueio contra Cuba condenado em várias cidades norte-americanas e no mundo

A exigência do fim do bloqueio económico, financeiro e comercial imposto à Ilha há mais de 60 anos pelos EUA fez-se ouvir em várias cidades norte-americanas e também noutros pontos do mundo.

Manifestação em Nova Iorque, dia 29 de Outubro de 2022, contra o bloqueio a Cuba, a aquecer os motores para a votação de 2 e 3 de Novembro, nas Nações Unidas, da resolução sobre a necessidade de pôr fim ao cerco unilateral imposto por Washington 
Créditos / Prensa Latina

Em Miami, realizou-se uma caravana organizada pelo movimento Puentes de Amor, para reafirmar no estado da Florida a exigência do fim do cerco a Cuba, com a participação de cubanos ali residentes e de outras pessoas solidárias que vivem na cidade.

No estado do Maine, ocorreu uma iniciativa semelhante, também para reclamar uma mudança de atitude por parte da administração do presidente Joe Biden e para apoiar a Ilha na sua autodeterminação, informa a Prensa Latina.

Igualmente em território norte-americano, realizaram-se mobilizações contra o bloqueio unilateral que afecta as famílias cubanas em Portland (Oregon), Minneapolis e Duluth (Minnesota), e Phoenix (Arizona).

Há poucos dias, teve lugar em Hartford, capital do estado de Connecticut, uma manifestação para exigir o fim do bloqueio a Cuba, organizada pelos movimentos Nemo (NoEmbargoCuba), Greater Hartford Peace Council e Connecticut Peace and Solidarity Coalition.

Já em Nova Iorque, realizou-se no sábado uma marcha como prelúdio à votação da resolução na Assembleia Geral da ONU, nos dias 2 e 3 de Novembro, sobre a necessidade de acabar com o bloqueio por parte de Washington.

Esta marcha integrou-se numa agenda de mais de 30 actividades para exigir a Washington a eliminação do bloqueio, que são protagonizadas por uma coligação que reúne cerca de uma centena de organizações solidárias, unidas sob o lema «UN Vote 4 Cuba».

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Biden segue os passos de Trump no que respeita a Cuba

O bloqueio imposto pelos EUA a Cuba mostra uma agressividade sem precedentes, denunciou o diplomata Bruno Rodríguez, que acusou Biden de seguir a política de máxima pressão do seu antecessor.

Mobilização no Reino Unido contra o bloqueio imposto a Cuba 
Créditos / @BrunoRguezP

Ao apresentar, esta quarta-feira, um novo relatório sobre o impacto do cerco unilateral, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Cuba, Bruno Rodríguez, afirmou que, entre Agosto de 2021 e Fevereiro de 2022, o bloqueio provocou perdas superiores a 3,8 mil milhões de dólares, verba que, aponta a Prensa Latina, o diplomata classificou como «histórica» para um período de apenas sete meses.

Em conferência de imprensa, o chefe da diplomacia cubana lembrou que a política unilateral referida ganhou um nível sem precedentes com o governo do ex-presidente Donald Trump (2017-2021).

Em simultâneo, destacou que o bloqueio imposto à Ilha apresenta uma dimensão maior, mais perversa e daninha, com uma qualidade agressiva que não tinha tido antes, indica a agência cubana.

Só nos primeiros 14 meses da administração de Joe Biden, os prejuízos causados pelo bloqueio atingiram mais de 6,3 mil milhões de dólares, o que representa um dano superior a 454 milhões de dólares por mês e mais de 15 milhões de dólares por dia.

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O bloqueio imposto a Cuba é «criminoso, ilegal e ilegítimo»

Realiza-se esta segunda-feira, às 18h, junto à Embaixada de Cuba em Portugal, um acto público de solidariedade com o país caribenho e o seu povo, para reafirmar a exigência do fim do bloqueio.

A Assembleia Geral das Nações Unidas tem votado de forma esmagadora contra o bloqueio imposto pelos EUA contra Cuba
A Assembleia Geral das Nações Unidas tem votado de forma esmagadora contra o bloqueio imposto pelos EUA a Cuba Créditos / Celag

Sob o lema «Fim ao bloqueio dos EUA! Cuba vencerá!», a iniciativa tem lugar na Rua Pero da Covilhã, em Lisboa, e visa também reclamar às autoridades portuguesas «uma acção determinada» em prol da soberania e do direito do povo cubano ao desenvolvimento.

Deste modo, as organizações promotoras e todos aqueles que se associarem ao evento irão demonstrar mais uma vez que «Cuba e o seu povo não estão sós» – destaca o Conselho Português para a Paz e Cooperação (CPPC) na nota de divulgação do acto solidário.

«O bloqueio económico, comercial e financeiro imposto a Cuba pelos Estados Unidos da América é criminoso, ilegal e ilegítimo», sublinha o texto, lembrando que o cerco, imposto há mais de 60 anos e por diversas vezes agravado, «procura atingir directamente as condições de vida do povo cubano e direitos tão fundamentais como a saúde, a alimentação ou o desenvolvimento».

Só entre Abril e Dezembro do ano passado – precisa a nota publicada na página de Facebook do CPPC –, o bloqueio provocou prejuízos superiores a 3,5 mil milhões de dólares à economia cubana, tendo ainda, no contexto da pandemia, dificultado o acesso do povo cubano a medicamentos e equipamentos médicos.

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Vice-presidente da AR condena bloqueio a Cuba

António Filipe, um dos vice-presidentes da Assembleia da República, condenou o bloqueio económico, comercial e financeiro dos EUA contra Cuba, que tem sido intensificado apesar da Covid-19.

António Filipe, deputado do PCP e um dos vice-presidentes da AR 
Créditos / Prensa Latina

Numa entrevista concedida ao jornalista Frank González, da Prensa Latina, António Filipe disse que, num momento em que «todos deviam estar unidos no combate à pandemia», Washington intensificou as medidas coercivas unilaterais contra a Ilha e «prejudicou muito gravemente o esforço comum que é preciso realizar sobre este assunto».

O jurista e professor universitário de 58 anos, deputado eleito pelo Partido Comunista Português (PCP) desde 1989, enalteceu a ajuda internacional prestada pelo país caribenho durante a emergência sanitária, algo que, disse, não só mostrou ao mundo a medicina cubana, mas também o trabalho solidário de Cuba para com muitos países.

«Ao nível dos profissionais da saúde, vimos que há situações de calamidade em países que necessitam de apoio médico e Cuba está na primeira linha, não apenas em países subdesenvolvidos, mas também em países europeus, como é o caso de Itália», referiu.

«O esforço de Cuba para combater a pandemia de Covid-19 com o desenvolvimento de vacinas próprias deve ser valorizado e não ser condenado ao ostracismo», disse António Filipe ao referir-se ao recrudescimento do acosso ao país antilhano por parte dos últimos governos norte-americanos.

«O esforço de Cuba para combater a pandemia de Covid-19 com o desenvolvimento de vacinas próprias deve ser valorizado e não ser condenado ao ostracismo»

Na conversa que manteve com a agência cubana na Assembleia da República, o deputado, que preside ao Grupo Parlamentar de Amizade Portugal-Cuba, afirmou que a agressividade do imperialismo com todos os países não alinhados com o seu domínio é imensa, e reclamou da União Europeia (UE) uma maior desvinculação relativamente à política dos Estados Unidos.

Recordou que os países-membros da UE votam contra o bloqueio na Assembleia Geral das Nações Unidas e que empresas europeias mantêm relações económicas e comerciais com Cuba.

No entanto, insistiu, a UE deve ter uma maior autonomia política relativamente aos interesses norte-americanos na América Latina, o que favoreceria «um melhor desenvolvimento das relações de amizade e cooperação» com essa região.

No que respeita aos laços entre Portugal e Cuba, disse que o país europeu manteve uma política de abertura e cooperação em relação à Ilha, à margem de divergências políticas, e destacou como «um passo importante» a visita realizada a Havana pelo Presidente da República em 2017.

«É sempre um grande prazer poder falar para Cuba e dizer-lhe que não está sozinha aqui, em Portugal»

Sublinhou, além disso, o bom estado das relações entre os parlamentos dos dois países, o que reflecte a relação de amizade existente entre os diferentes partidos políticos portugueses e Cuba, não apenas do PCP, apesar da diversidade de opiniões sobre o país caribenho e a sua vida política.

António Filipe enviou «um forte abraço de solidariedade e amizade para Cuba», que, no meio de «um cruel bloqueio», continua a ser uma grande referência para os progressistas de todo o planeta, que aspiram a um mundo mais justo e fraterno.

«É sempre um grande prazer poder falar para Cuba e dizer-lhe que não está sozinha aqui, em Portugal, onde tem amigos que farão todo o possível para continuar a lutar contra o bloqueio imposto pelos Estados Unidos», frisou.

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O bloqueio, denunciam as organizações promotoras, é um instrumento que os EUA utilizam na sua política de imposição de uma "mudança de regime" em Cuba».

Essa política, «ilegal à luz do direito internacional», passa igualmente pela sistemática ingerência e campanha de desinformação, por tentativas de desestabilização, de impedir a acção das brigadas médicas internacionais cubanas ou de limitar a solidariedade internacional a Cuba, explica a nota.

«O bloqueio é uma forma particularmente cruel de agressão a que urge pôr cobro», defendem os promotores da iniciativa solidária que amanhã se realiza em Lisboa.

Nesse sentido, lembram que essa «justa exigência» tem vindo a ser afirmada há três décadas pela grande maioria dos países em sucessivas votações na Assembleia Geral das Nações Unidas. Na mais recente, este ano, 184 países votaram a favor do levantamento do bloqueio, EUA e Israel votaram contra e apenas três países se abstiveram.

«Cuba, sempre solidária, necessita da nossa solidariedade», afirmam os promotores, que, por isso, clamam: «Não faltaremos!»

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Ainda assim, Rodríguez considerou que os anúncios da Casa Branca sobre Cuba realizados em Maio último são «positivos» e vão na «direcção correcta», mas com um carácter «muito limitado» e que «não altera o alcance e a profundidade dessa política».

«A existência do bloqueio é uma realidade inocultável, ninguém poderia seriamente afirmar que não existe ou é um mero pretexto, é tangível e atinge e prejudica cada família do país caribenho, cubanos que vivem nos Estados Unidos, cidadãos norte-americanos e empresas de todo o mundo», disse o ministro cubano na apresentação do relatório.

Rodríguez destacou que os poucos fornecedores que decidiram manter o abastecimento de produtos à Ilha aumentaram os preços e, ao mesmo tempo, os EUA aplicam medidas de intimidação e perseguição às empresas de abastecimento de combustível.

«Cuba tem direito a viver sem o bloqueio»

Apesar das adversidades, as transformações no país caribenho não pararam, disse o diplomata, que deu como exemplo a expansão e o registo de milhares de novas e pequenas empresas, tanto estatais como privadas.

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O mundo novamente com Cuba

A Assembleia Geral da ONU voltou a aprovar, de forma esmagadora, a resolução que pede o fim do bloqueio a Cuba. A diplomacia cubana sublinhou o «indiscutível isolamento dos Estados Unidos».

 Resultado da votação, na Assembleia Geral das Nações Unidas, da resolução apresentada por Cuba contra o bloqueio imposto pelos EUA, a 7 de Novembro de 2019
Créditos / HispanTV

A resolução «Necessidade de pôr fim ao bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América a Cuba» foi aprovada, esta quinta-feira, com 187 votos a favor e as abstenções da Colômbia e da Ucrânia. Apenas se opuseram ao levantamento do bloqueio os Estados Unidos, Israel e o Brasil. A Moldávia não exerceu o seu direito ao voto, pelo que não entrou na contagem da votação.

Trata-se da 28.ª vez consecutiva, desde 1992, que a grande maioria dos estados-membros das Nações Unidas pede, na sua Assembleia Geral, o levantamento do cerco imposto por Washington à ilha caribenha há quase seis décadas.

Na véspera do dia de votação, mais de 40 representantes de países e organizações internacionais, como o Movimento de Países Não Alinhados e o Grupo dos 77 mais China (G77+China), pronunciaram-se contra o bloqueio e exigiram o fim da sua aplicação.

Diplomatas e altos representantes de vários países condenaram o recrudescimento da política hostil, bem como as medidas coercitivas unilaterais impostas pelos Estados Unidos a Cuba.

Ao intervirem – lembra a Prensa Latina –, denunciaram de modo reiterado o aumento das agressões de Washington contra a maior ilha das Antilhas e sublinharam que o cerco norte-americano representa o principal obstáculo ao desenvolvimento sustentável de Cuba, constituindo além disso uma violação dos direitos humanos de todo um povo.

Fortes pressões e chantagens dos EUA

Apesar da rejeição esmagadora do cerco a Cuba na Assembleia Geral das Nações Unidas desde 1992, a administração norte-americana não só insiste na sua política hostil como a incrementa. Para além disso, à semelhança de outros anos, os EUA voltaram a exercer fortes pressões e chantagens sobre vários países – sobretudo os latino-americanos – para que alterassem o seu posicionamento relativamente ao bloqueio.


Tais medidas e manobras de bastidores foram denunciadas pelo ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, que lembrou ainda o fracasso da representação dos EUA nas Nações Unidas, o ano passado, na tentativa de emendar e alterar a natureza do documento, e, desse, modo, enfraquecer o apoio a Cuba.

De acordo com dados oficiais divulgados pelas autoridades cubanas, o cerco imposto por Washington a Cuba há quase seis décadas provocou prejuízos superiores a 922 630 000 000 de dólares. No entanto, destacou o diplomata cubano, «os danos humanos causados por essa política genocida são incalculáveis».

No debate sobre a resolução, o ministro cubanos dos Negócios Estrangeiros afirmou que os Estados Unidos não têm «qualquer autoridade moral para criticar o seu país ou outro qualquer em matéria de direitos humanos», tendo apresentado diversos dados sobre pobreza, desigualdade, apoios sociais, saúde, educação, violência, racismo ou repressão que fazem dos EUA um dos maus exemplos, a nível mundial, no que aos direitos humanos respeita.

Na sua conta de Twitter, Bruno Rodríguez, referiu-se ainda à votação como «uma outra contundente vitória de Cuba, do seu povo heróico», que reflecte um «indiscutível isolamento dos EUA».

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Referiu-se igualmente à aposta permanente do país no desenvolvimento científico, na tecnologia e inovação como pilar da gestão de governo e das transformações que «garantem o progresso do nosso modelo socialista», disse.

«O bloqueio continua a limitar estes esforços, jamais renunciaremos ao nosso projecto de justiça social», frisou, citado pela Prensa Latina.

«Cuba tem direito a viver sem bloqueio, em paz e, dessa forma, os Estados Unidos seriam também um país melhor», afirmou ainda o diplomata.

No próximo mês de Novembro, a Assembleia Geral das Nações Unidas irá analisar e votar, pela trigésima vez, a questão do cerco imposto pelos Estados Unidos da América a Cuba.

Nas ocasiões anteriores, a política norte-americana em relação à Ilha foi rejeitada de forma quase unânime, tanto pelo «resto do mundo» como pela chamada «comunidade internacional».

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Além disso, a associação Codepink entregou ao Departamento de Estado uma petição subscrita por mais de 10 mil pessoas e mais de 100 organizações em que se pede a retirada de Cuba da lista de países patrocinadores do terrorismo.

Na sua conta de Twitter, o ministro cubano dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, valorizou estas iniciativas, nos Estados Unidos, a favor do levantamento do bloqueio e da saída de Cuba da lista unilateral criada por Washington com países patrocinadores do terrorismo.

Acrescentou que as manifestações de solidariedade com a Ilha ocorrem na antevéspera de «outra contundente condenação da comunidade internacional nas Nações Unidas, no próximo 2 e 3 de Novembro».

Recentemente, ao apresentar um novo relatório sobre o impacto do cerco unilateral, Bruno Rodríguez, afirmou que, entre Agosto de 2021 e Fevereiro de 2022, o bloqueio provocou perdas superiores a 3,8 mil milhões de dólares, verba que classificou como «histórica» para um período de apenas sete meses.

Em solidariedade com Cuba e a aquecer os motores para a votação de 2 e 3 de Novembro, nos últimos dias houve concentrações, mobilizações, declarações de apoio a Cuba em países como Nicarágua, Argentina, Canadá, Bahamas, Venezuela, Líbano, Palestina, Bélgica, Chile, Uruguai, Itália, Equador, Peru, Suécia, Bolívia, entre outros.

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Rodríguez referiu-se igualmente ao impacto extraterritorial desta política de asfixia, que «fere a soberania dos países das Nações Unidas, sanciona os seus empresários e impede o acesso aos seus portos dos barcos de terceiros que atracaram em Cuba».

A resolução agora aprovada junta-se às 29 que mereceram o apoio da grande maioria dos países na Assembleia Geral das Nações Unidas desde 1992 – só em 2020 Cuba não levou o texto ao plenário, devido à pandemia de Covid-19.

Na votação sobre a resolução proposta a 23 de Junho do ano passado, 184 países mostraram-se a favor da eliminação do cerco, dois contra (Estados Unidos e Israel) e três abstiveram-se (Brasil, Ucrânia e Colômbia).

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Também o primeiro-ministro de Cuba, Manuel Marrero, recordou no Twitter a declaração oficial do bloqueio contra o país caribenho, tendo reafirmado a necessidade do seu levantamento.

«São inumeráveis os danos provocados durante estos 61 anos», escreveu Marrero na rede social, acrescentando: «Não nos cansaremos de exigir o fim deste injusto cerco, que impede o desenvolvimento do nosso país e nos afecta a todos.»

As autoridades cubanas, que têm denunciado reiteradamente o bloqueio como o principal motivo que impede o desenvolvimento do país, classificam-no como um «acto de genocídio», tendo em conta o seu propósito declarado e a sua engrenagem política, legal e administrativa.

A preços correntes, as autoridades cubanas estimam que os danos acumulados ao longo de seis décadas de aplicação do bloqueio tenham um valor superior a 150 mil milhões de dólares, refere a Prensa Latina.

Com a chegada de Donald Trump à Casa Branca, em 2017, as medidas punitivas contra a Ilha intensificaram-se com a implementação de 240 novas sanções, a maior parte das quais se mantém intocada pela administração de Joe Biden.

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