O recuo seguiu-se a uma discussão intensa com o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, informaram representantes sindicais, que haviam solicitado uma reunião com carácter de emergência.
Contudo, o percurso «proposto pelo ministro» e revelado por Philippe Martinez, dirigente da Confederação Geral do Trabalho, é fortemente restritivo, ficando os manifestantes limitados a apenas 1,6 quilómetros, entre a Praça da Bastilha e o Cais do Sena.
Nesta jornada de mobilização contra a lei do trabalho, estão previstas manifestações e greves um pouco por todo o país. Outro protesto está agendado para dia 28, na capital.
Ataque a um direito fundamental
A proibição de ontem da manifestação organizada por forças sindicais foi a primeira, em França, em quase 60 anos. Os sindicatos propuseram percursos alternativos, mas estes foram recusados pela Polícia, que afirmou não estar garantida a «segurança de pessoas e bens». Num comunicado, a Prefeitura de Paris referiu que só lhe restava «interditar a manifestação».
Dirigentes sindicais, nomeadamente da Confederação Geral do Trabalho e da Force Ouvrière, criticaram fortemente o acatamento imediato da decisão da Prefeitura por parte do Ministério do Interior, tendo solicitado uma reunião urgente ao ministro Bernard Cazeneuve. Estava e está em causa um direito fundamental.
A interdição, parcialmente corrigida, segue-se à intensa campanha contra os opositores à reforma do trabalho, incluindo os sindicatos, posterior à manifestação de 14 de Junho, em que se registaram incidentes. O presidente, Hollande, e o primeiro-ministro, Manuel Valls, proferiram declarações que deixavam no ar a possibilidade da proibição das manifestações.
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