Com um leque abrangente de propostas venezuelanas e estrangeiras, e tendo a Rússia como país convidado, o FITP 2025 decorreu em Caracas e em diversas regiões da Venezuela entre 10 e 20 deste mês.
No âmbito do festival, o actor e escritor palestiniano Awad H. Awad levou à cena a peça O Herói Nunca Morre – um monólogo que atravessa várias gerações de refugiados «unidas pelo desenraizamento, a resistência e a esperança», indica a organização do festival.
Em Caracas, uma das cidades onde a peça dirigida por Aliya Khalidi foi apresentada, Awad disse ser «uma honra representar a Palestina neste festival» e congratulou-se por sentir «tanto amor e apoio» à causa palestiniana na Venezuela.
Outro momento destacado da presença palestiniana na 4.ª edição do Festival Internacional de Teatro Progressista foi o debate «Teatro sob ocupação: resistência, memória e esperança», que teve lugar na Sala Manuela Sáenz do Teatro Bolívar, na capital venezuelana.
Teatro como ferramenta de transformação social e instrumento de luta contra o sionismo
Segundo refere a organização, a iniciativa, destinada a reflectir sobre o poder da arte em contextos de resistência e sobre a importância da memória histórica do povo palestiniano, contou com destacada participação de representantes do país árabe.
Estes abordaram o papel do teatro como ferramenta de transformação social e como instrumento de luta dos povos árabes face ao sionismo.
Haled Hindi, coordenador da Liga Latinoamericana por el Retorno a Palestina, exigiu o regresso dos deportados e o fim dos massacres, e sublinhou que «os artistas que mostram a verdade da Palestina estão a ser massacrados».
Por seu lado, Ramón Medero, presidente da Fundación Segundo Paso para Nuestra América, congratulou-se pelo facto de o espaço de formação do FITP 2025 ter incluído a questão palestiniana como elemento central.
A este propósito afirmou que «o teatro, como arte que sintetiza música, dança e poesia, se torna um género completo capaz de expressar as lutas e esperanças dos povos».
«Que seja humana a humanidade»
O IV Festival Internacional de Teatro Progressista realizou-se sob o lema «Que sea humana la humanidad» (fragmento de uma das canções do cantautor venezuelano Alí Primera) e procurou «promover o intercâmbio cultural, a reflexão social e a defesa dos direitos humanos através da arte cénica».
Além do país anfitrião e da Rússia – país convidado desta edição, que levou à Venezuela o Teatro de Arte de Moscovo –, apresentaram-se em palco artistas de África do Sul, Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, Equador, Espanha, Irão, Itália, Mali, México, Palestina, Santa Lúcia, Trindade e Tobago, Turquia e Uruguai.
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