O anúncio de Netanyahu foi feito na mesma altura em que o Município de Jerusalém aprovou a construção de 566 novas unidades habitacionais nos colonatos ilegais de Ramot, Ramat Shlomo e Pisgat Zeev. Um representante municipal revelou à agência Ma'an que a construção irá alastrar a diversos outros bairros de Jerusalém Oriental ocupada, esperando luz verde da Comissão de Construção e Planeamento Local.
De acordo com o jornal israelita Haaretz, o anúncio de Netanyahu ajudou a convencer o gabinete de segurança do seu executivo, também integrado por ministros do partido sionista de extrema-direita Lar Judaico, a aceitar o adiamento da votação de uma proposta que visa anexar Maale Adumim (um grande colonato, com cerca de 40 mil habitantes, situado na Margem Ocidental, poucos quilómetros a leste de Jerusalém).
Esta atitude de Netanyahu – adiar a votação relativamente a Maale Adumim e retirar o apoio a uma proposta que tornaria legais, retroactivamente, dezenas de postos avançados ilegais israelitas – é vista pela imprensa como «resultado das pressões da nova administração norte-americana», que, já tendo expressado o seu apoio a Israel e à sua política expansionista, pediu a Netanyahu que «não tomasse medidas unilaterais até ao encontro com o presidente norte-americano, Donald Trump, previsto para Fevereiro.
Inteiramente expansionista
Ainda assim, o primeiro-ministro israelita fez questão de assegurar ao seu gabinete que é inteiramente favorável à anexação Maale Adumim, que defende a soberania de Israel sobre todos os colonatos nos territórios palestinianos ocupados e que tem planos de fazer avançar a expansão dos colonatos na Margem Ocidental, informa a Ma'an, referindo-se ao Haaretz.
Netanyahu reafirmou ainda a recusa do Governo israelita em negociar com os palestinianos a chamada «solução dos dois estados», com vista à criação de um Estado palestiniano, respeitando as fronteiras de 1967 e com capital em Jerusalém Oriental.
O repúdio pela política expansionista de Israel e o apelo à criação do Estado da Palestina têm sido reiteradamente sublinhados a nível internacional, e ficou bem patente na resolução 2334, de 23 de Dezembro de 2016, aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. Na quinta-feira passada, 19, o presidente da República Popular da China, Xi Jinping, também abordou a questão, quando anunciou uma ajuda de 7,6 milhões de dólares aos palestinianos.
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