Pelo menos 31 mortos em novo naufrágio no Mediterrâneo

O acidente, que envolveu uma embarcação com centenas de migrantes provenientes da Líbia, foi confirmado pela Guarda Costeira italiana e pelo responsável de uma organização não governamental.

Grupo de migrantes, num barco de borracha, pede ajuda, no Mediterrâneo
Créditos / exekuoinfo.com

O naufrágio ocorreu, esta quarta-feira, perto da costa da Líbia. As primeiras versões divulgadas referiam-se a duas dezenas de mortos, que tinham sido avistados por equipas de socorro, advertindo, no entanto, que o número poderia ser mais elevado.

Ontem, a Guarda Costeira italiana já apontava para 31 migrantes falecidos, informação confirmada via Twitter por Chris Catrambone, representante da organização não governamental Moas, cujo barco Phoenix participava nos trabalhos de salvamento, juntamente com um rebocador e um helicóptero. Até ao momento, não foi revelado o número exacto de pessoas salvas, indica a Prensa Latina.

Nesta altura do ano, com a melhoria das condições climatéricas, é comum haver um aumento do fluxo migratório através do Mediterrâneo. Neste momento, a Guarda Costeira italiana está a coordenar 14 operações de salvamento, que envolvem cerca de 1700 pessoas localizadas a bordo de embarcações frágeis.

De acordo com os dados divulgados pela Organização Internacional para as Migrações (OIM), relativos ao período compreendido entre 1 de Janeiro e 21 de Maio de 2017, 59 135 migrantes e refugiados chegaram à Europa através do Mediterrâneo, sendo que mais de 50 mil tiveram como destino Itália. Nesse mesmo período, a OIM registou 1340 mortes.

Enorme influxo de migrantes e refugiados

Nos últimos anos, a OIM alertou para o elevado número de mortes na travessia entre o Norte de África e Itália, no contexto da maior crise migratória com que a Europa se confrontou desde a Segunda Guerra Mundial.

Em Junho do ano passado, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) revelou que mais de 10 mil refugiados tinham morrido ou desaparecido no Mediterrâneo desde 2014. Milhões de pessoas arriscaram a vida para escapar a guerras e condições de vida miseráveis no Norte de África, na África Subsaariana, no Médio Oriente e na Ásia Central.

As ingerências do imperialismo, as guerras de agressão da NATO e o apoio dos países ocidentais aos terroristas que operam no Médio Oriente são factores que estão na origem do incremento da violência e da desestabilização em várias regiões do planeta, levando a que as populações fujam e procurem refúgio na Europa. Muitos países europeus responderam à «crise» com a adopção de medidas duras, que vão do maior controlo nas fronteiras ao isolamento dos refugiados.

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