|Uruguai

Pensionistas e reformados uruguaios denunciam a perda de poder de compra

No final de uma semana de mobilização face a diversas instâncias governamentais, os reformados e pensionistas do Uruguai reafirmaram que não estão dispostos a aceitar a desvalorização das suas pensões.

Reformados e pensionistas uruguaios rejeitam a desvalorização das pensões e a perda de poder de compra 
Créditos / Prensa Latina

A Organização Nacional de Associações de Reformados e Pensionistas do Uruguai (Onajpu) denunciou que este sector da sociedade está a perder poder de compra há três anos consecutivos: 0,4 pontos percentuais em 2019; 1,83% em 2020; e 1,8% no ano passado.

O secretário-geral da organização, Daniel Baldassari, criticou esta desvalorização contínua, sublinhando que não entende a sua agudização quando o governo de Lacalle Pou afirma que a situação no país sul-americano já recuperou para níveis anteriores aos da pandemia, iniciada em Março de 2020.

Em declarações à imprensa, Baldassari explicou que os cortes sofridos pelas pensões de reforma em 2020 e 2021 significaram uma perda substancial do seu poder de compra.

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Funcionários públicos perdem poder de compra no Uruguai

Entre Janeiro e Agosto, o poder de compra dos funcionários públicos diminuiu 12%, o que piora as condições de vida das suas famílias, reduz a procura interna e trava a retoma económica.

Imagem de arquivo 
Créditos / lr21.com.uy

A denúncia partiu da Confederação de Funcionários do Estado (Cofe), que anunciou a sua adesão à greve geral e às mobilizações convocadas pela central sindical PIT-CNT para a próxima quarta-feira.

A Cofe destacou a importância dos pontos apresentados pela plataforma reivindicativa, em que se inclui «a defesa dos serviços públicos, dos salários, do trabalho e dos direitos conquistados».

O seu secretário-geral, José Lorenzo López, disse à imprensa que a mobilização é fundamental, ainda mais tendo em conta que se realiza no contexto do debate orçamental, no Senado, com o governo de Lacalle Pou a apostar no agravamento dos cortes, das reduções salariais e da eliminação de postos de trabalho no sector público.

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Trabalhadores uruguaios da indústria mobilizam-se pelo emprego e os salários

A aquecer os motores para a greve geral, os sindicatos do sector da indústria promoveram uma paralisação e manifestação, em Montevideu, contra a precariedade, pela negociação colectiva e as empresas públicas.

A manifestação desta terça-feira inclui-se nas acções que antecedem a greve geral convocada pelo PIT-CNT para 15 de Setembro 
Créditos / @MarceAbdalaCNT

A greve no sector e as mobilizações que ontem tiveram lugar no Uruguai estiveram agendadas para o passado dia 2, mas foram adiadas pela Confederação dos Sindicatos Industriais (CSI) em virtude do alerta de mau tempo.

Seja como for, as reivindicações chegaram intactas a esta terça-feira, com centenas de trabalhadores uruguaios nas ruas a dizerem «não» à fome e à precariedade, a defender o emprego de qualidade e os salários, a negociação colectiva e as empresas públicas, noticia a TeleSur.

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Forte mobilização no Uruguai em defesa do emprego, do sector público e da soberania

Milhares de funcionários públicos, trabalhadores da Educação, da Saúde e dos portos manifestaram-se esta quarta-feira em Montevideu pelo emprego e os salários e contra a «alienação da soberania nacional».

Milhares de trabalhadores manifestaram-se esta quarta-feira em Montevideu em defesa do sector público  
Créditos / @FenapesUruguay

A jornada de greve e mobilização desta quarta-feira foi convocada por estruturas sindicais representativas de trabalhadores de diversos sectores, nomeadamente a Confederação de Organizações de Funcionários do Estado (COFE) e a Coordenadora de Sindicatos do Ensino do Uruguai (CSEU).

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Trabalhadores da petrolífera estatal uruguaia em defesa da negociação colectiva

Os trabalhadores da Administración Nacional de Combustibles (Ancap) voltaram à greve, esta quinta-feira, contra a decisão da empresa de denunciar os acordos colectivos e de encerrar instalações.

Instalações da refinaria da Ancap em La Teja (Uruguai) 
Créditos / subrayado.com.uy

Em declarações à imprensa, Gerardo Rodríguez, presidente da federação sindical Fancap, acusou o governo de Lacalle Pou «de procurar criar um clima de conflito com o sindicato, de nos empurrar para uma situação em que isso signifique algum tipo de desabastecimento que nos ponha contra a sociedade».

O sindicato entende que há que ler os ataques à organização sindical, e aos seus dirigentes em particular, como parte «da investida da direita neoliberal, classista e autoritária» contra aqueles que, historicamente, fizeram frente a esse modelo, e lembra que «assim ocorreu na ditadura, na década de 1990 e em 2003», lê-se no portal do Plenário Intersindical dos Trabalhadores – Convenção Nacional dos Trabalhadores (PIT-CNT).

Depois de o governo e a direcção da Ancap terem decidido não renovar os acordos colectivos celebrados com o sindicato, encerrar duas instalações da empresa (em Carrasco e Laguna del Sauce) e prescindir dos serviços do navio de distribuição Malva H, a Fancap anunciou que não punha de parte «nenhuma forma de luta» e reafirmou a defesa da negociação colectiva.

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«Os serviços públicos correm o risco de desaparecer» no Uruguai

Num encontro em Montevideu, representantes de várias organizações alertaram para o desmantelamento das empresas públicas e o «esvaziamento dos espaços de negociação colectiva».

Num encontro promovido pela central PIT-CNT, denunciou-se o ajuste do capital com o trabalho em tempo de governo de direita 
Créditos / PIT-CNT

No encontro, promovido esta terça-feira pelo Departamento de Funcionários Públicos do Plenário Intersindical dos Trabalhadores – Convenção Nacional dos Trabalhadores (PIT-CNT), José Olivera, presidente da Coordenadora de Sindicatos do Ensino do Uruguai (CSEU), afirmou que esta situação deve preocupar toda a classe trabalhadora.

Foram abordadas na reunião preocupações comuns perante um cenário de cortes, enfraquecimento das empresas públicas e a situação crítica dos serviços, com risco do seu desaparecimento, lê-se no portal da central sindical.

Falou-se da «justiça que queremos como sociedade» se o orçamento não destina recursos ao Poder Judicial e do panorama de cortes de verbas no Ensino, entre outros temas.

O economista Pablo Da Rocha referiu que a Lei Orçamental apresentada no Parlamento «promove a mercantilização, concentra o rendimento e reduz o Estado».

José Olivera (CSEU) defendeu que «não se pode dissociar a Lei Orçamental da Lei de Urgente Consideração (LUC), instrumento principal de um programa de ajuste do capital com o trabalho e que tem no Orçamento a sua expressão económica e financeira».

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Partidos e sindicatos uruguaios querem referendo para revogar «lei anti-popular»

Diversas organizações mobilizaram-se para recolher as primeiras 100 mil das cerca de 700 mil assinaturas necessárias para levar a referendo a Lei de Urgente Consideração, promovida pelo governo de direita.

Ponto de recolha de assinaturas «pelos nossos direitos» e contra a legislação neoliberal e anti-popular da direita
Créditos / Prensa Latina

A Frente Ampla, sindicatos e organizações sociais do Uruguai instalaram mesas, este fim-de-semana, em mais de 300 locais espalhados pelo país, com o intuito de recolher as primeiras 100 mil assinaturas do total necessário à realização de um referendo que permita revogar a Lei de Urgente Consideração (LUC), contra a qual milhares de trabalhadores se pronunciaram, em Montevideu, em Junho de 2020.

No início do mês seguinte, foi aprovada definitivamente no Senado, com o apoio da maioria de direita no poder, e promulgada pelo poder executivo.

Marcelo Abdala, secretário-geral do Plenário Intersindical dos Trabalhadores – Convenção Nacional dos Trabalhadores (PIT-CNT), afirmou então que a LUC não só não dá resposta «aos problemas actuais do povo» como «não está à altura das necessidades das grandes maiorias populares», além de pôr em causa as liberdades individuais e o direito à greve.

Por seu lado, a Frente Ampla foi uma das organizações que reclamaram que a lei fosse sujeita a um amplo debate social, devido ao seu conteúdo «sensível», mas a direita argumentou que isso não era possível, em virtude das restrições impostas pela pandemia de coronavírus.

O Partido Comunista do Uruguai caracterizou a LUC como um «programa de restauração conservador, neoliberal e anti-popular», e a central sindical PIT-CNT definiu-a, na sua conta de Twitter, como «lei privatizadora, anti-popular, repressiva e concentradora».

100 mil, 300 mil, 680 mil assinaturas para travar o «desmantelamento do Estado»

A meta traçada para este fim-de-semana pela central sindical foi reunir 100 mil assinaturas, sendo que, até 8 de Julho, pretende conseguir as 700 mil requeridas – na realidade, 680 mil (25% dos eleitores inscritos nos cadernos eleitorais) – para que a autoridade eleitoral do país sul-americano possa convocar o referendo – que visa a revogação de 135 dos quase 400 artigos que a LUC contém, indica a TeleSur.

Há alguns dias, o Sindicato Único da Construção já tinha entregado 15 462 assinaturas, obtidas em diversas obras e bairros, à Comissão Pró-Referendo, que no próximo dia 11 deverá fazer um balanço desta primeira fase de recolha.

As organizações sindicais estimam que, se se mantiver o nível de mobilização actual, a campanha possa ter já 300 mil assinaturas entre o final de Fevereiro e o princípio de Março.

«Derrotar» a LUC é uma «tarefa prioritária», bem como «travar a coligação de direita no governo, o desmantelamento do Estado, a aposta na repressão e restrição da participação e do debate democrático», disse Javier Miranda, presidente da Frente Ampla, citado pela TeleSur.

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Por seu lado, Natalia Vibel, da Mesa Sindical Coordenadora de Entidades, disse que o Orçamento «vem consolidar um processo que já começou há algum tempo, que não é outra coisa senão o ajuste, corte e desmantelamento de todas as empresas públicas».

Vibel afirmou que, como acontece sempre com os governos neoliberais, «as empresas públicas estão debaixo da lupa que corta, ajusta e precariza», e que, neste cenário, «os serviços públicos correm o risco de desaparecer».

Alertas para a intenção de privatizar a água e o saneamento

O secretário-geral da federação sindical das Obras Sanitárias do Estado (OSE) denunciou as intenções do governo de Lacalle Pou de privatizar a entidade encarregue do abastecimento de água.

Segundo expôs Nicolás Ferreira esta terça-feira, a via seguida para tal objectivo consistiu na aplicação de um corte orçamental, devido ao qual, disse, «estamos no pico histórico da falta de pessoal e existe uma perda do salário real».

O dirigente sindical referiu que esta situação afecta a qualidade do serviço da OSE, uma vez que implica fazer 16 horas de trabalho e cortar nas férias, tendo denunciado ainda que, com menos pessoal fixo, os empresários privados metem na OSE trabalhadores com contratos temporários precários.

Em declarações a vários órgãos de comunicação, Ferreira abordou as diferentes formas de privatização – contra a qual a organização sindical se mobilizou –, tendo afirmado que «a situação da OSE é crítica e que não está aos bocados porque os trabalhadores estão firmes nos seus postos e o sindicato a denunciar».

No início deste mês, refere a Prensa Latina, a direcção da empresa deu conta da aprovação de uma iniciativa privada «histórica» para obras que irão permitir intervir em 120 localidades, com o único voto contra do representante da Frente Ampla, Edgardo Ortuñó, porque, afirmou, «contém o perigo de privatizar o saneamento».

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Denunciando aquilo que caracteriza como «estratégia de desmantelamento da empresa pública», os trabalhadores decidiram avançar para a greve, tendo garantido à população que a distribuição dos combustíveis não seria posta em causa.

A paralisação desta quinta-feira afectou os escritórios centrais da empresa e várias unidades de produção e distribuição no país, estando prevista nova greve para a próxima segunda-feira.

Em comunicado, o Secretariado Executivo do PIT-CNT alertou também para o desmantelamento da empresa estatal e para a entrega de várias unidades de produção ao capital privado, chamando a atenção para a possibilidade de despedimentos, uma vez que vários trabalhadores têm contratos que não garantem a sua «estabilidade laboral».

«O movimento sindical afirma claramente que vai lutar pela defesa da soberania nacional, das empresas do Estado e do seu papel social, e da negociação colectiva», frisa a central sindical uruguaia.

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Partindo de vários pontos da capital uruguaia, os manifestantes juntaram-se na Praça Primeiro de Maio, em frente ao Palácio Legislativo, onde decorria a interpelação ao ministro do Interior e ex-ministro dos Transportes e Obras Públicas, Luis Alberto Heber, sobre a concessão do Porto de Montevideu à multinacional Katoen Natie por um período de 60 anos.

Assim, a mobilização contou também com a participação dos trabalhadores portuários, que, em conjunto com os sindicatos em que estão filiados, denunciaram a inconstitucionalidade de uma medida que representa uma clara perda de soberania para o país austral e pode pôr em causa mais de mil postos de trabalho, indica o portal da central PIT-CNT.

Em defesa do emprego e dos salários, do sector público e da soberania nacional, contra os cortes previstos no Orçamento e as privatizações, mobilizaram-se igualmente os trabalhadores da Administración Nacional de Combustibles y Portland (ANCAP), que lutam contra o desmantelamento da empesa pública.

Por seu lado, a CSEU, em conjunto com outros sindicatos da Educação, mobilizou os trabalhadores do sector em torno da exigência de verbas para as escolas primárias, da recuperação dos salários e da educação democrática.

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«Os serviços públicos correm o risco de desaparecer» no Uruguai

Num encontro em Montevideu, representantes de várias organizações alertaram para o desmantelamento das empresas públicas e o «esvaziamento dos espaços de negociação colectiva».

Num encontro promovido pela central PIT-CNT, denunciou-se o ajuste do capital com o trabalho em tempo de governo de direita 
Créditos / PIT-CNT

No encontro, promovido esta terça-feira pelo Departamento de Funcionários Públicos do Plenário Intersindical dos Trabalhadores – Convenção Nacional dos Trabalhadores (PIT-CNT), José Olivera, presidente da Coordenadora de Sindicatos do Ensino do Uruguai (CSEU), afirmou que esta situação deve preocupar toda a classe trabalhadora.

Foram abordadas na reunião preocupações comuns perante um cenário de cortes, enfraquecimento das empresas públicas e a situação crítica dos serviços, com risco do seu desaparecimento, lê-se no portal da central sindical.

Falou-se da «justiça que queremos como sociedade» se o orçamento não destina recursos ao Poder Judicial e do panorama de cortes de verbas no Ensino, entre outros temas.

O economista Pablo Da Rocha referiu que a Lei Orçamental apresentada no Parlamento «promove a mercantilização, concentra o rendimento e reduz o Estado».

José Olivera (CSEU) defendeu que «não se pode dissociar a Lei Orçamental da Lei de Urgente Consideração (LUC), instrumento principal de um programa de ajuste do capital com o trabalho e que tem no Orçamento a sua expressão económica e financeira».

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Partidos e sindicatos uruguaios querem referendo para revogar «lei anti-popular»

Diversas organizações mobilizaram-se para recolher as primeiras 100 mil das cerca de 700 mil assinaturas necessárias para levar a referendo a Lei de Urgente Consideração, promovida pelo governo de direita.

Ponto de recolha de assinaturas «pelos nossos direitos» e contra a legislação neoliberal e anti-popular da direita
Créditos / Prensa Latina

A Frente Ampla, sindicatos e organizações sociais do Uruguai instalaram mesas, este fim-de-semana, em mais de 300 locais espalhados pelo país, com o intuito de recolher as primeiras 100 mil assinaturas do total necessário à realização de um referendo que permita revogar a Lei de Urgente Consideração (LUC), contra a qual milhares de trabalhadores se pronunciaram, em Montevideu, em Junho de 2020.

No início do mês seguinte, foi aprovada definitivamente no Senado, com o apoio da maioria de direita no poder, e promulgada pelo poder executivo.

Marcelo Abdala, secretário-geral do Plenário Intersindical dos Trabalhadores – Convenção Nacional dos Trabalhadores (PIT-CNT), afirmou então que a LUC não só não dá resposta «aos problemas actuais do povo» como «não está à altura das necessidades das grandes maiorias populares», além de pôr em causa as liberdades individuais e o direito à greve.

Por seu lado, a Frente Ampla foi uma das organizações que reclamaram que a lei fosse sujeita a um amplo debate social, devido ao seu conteúdo «sensível», mas a direita argumentou que isso não era possível, em virtude das restrições impostas pela pandemia de coronavírus.

O Partido Comunista do Uruguai caracterizou a LUC como um «programa de restauração conservador, neoliberal e anti-popular», e a central sindical PIT-CNT definiu-a, na sua conta de Twitter, como «lei privatizadora, anti-popular, repressiva e concentradora».

100 mil, 300 mil, 680 mil assinaturas para travar o «desmantelamento do Estado»

A meta traçada para este fim-de-semana pela central sindical foi reunir 100 mil assinaturas, sendo que, até 8 de Julho, pretende conseguir as 700 mil requeridas – na realidade, 680 mil (25% dos eleitores inscritos nos cadernos eleitorais) – para que a autoridade eleitoral do país sul-americano possa convocar o referendo – que visa a revogação de 135 dos quase 400 artigos que a LUC contém, indica a TeleSur.

Há alguns dias, o Sindicato Único da Construção já tinha entregado 15 462 assinaturas, obtidas em diversas obras e bairros, à Comissão Pró-Referendo, que no próximo dia 11 deverá fazer um balanço desta primeira fase de recolha.

As organizações sindicais estimam que, se se mantiver o nível de mobilização actual, a campanha possa ter já 300 mil assinaturas entre o final de Fevereiro e o princípio de Março.

«Derrotar» a LUC é uma «tarefa prioritária», bem como «travar a coligação de direita no governo, o desmantelamento do Estado, a aposta na repressão e restrição da participação e do debate democrático», disse Javier Miranda, presidente da Frente Ampla, citado pela TeleSur.

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Vibel afirmou que, como acontece sempre com os governos neoliberais, «as empresas públicas estão debaixo da lupa que corta, ajusta e precariza», e que, neste cenário, «os serviços públicos correm o risco de desaparecer».

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O secretário-geral da federação sindical das Obras Sanitárias do Estado (OSE) denunciou as intenções do governo de Lacalle Pou de privatizar a entidade encarregue do abastecimento de água.

Segundo expôs Nicolás Ferreira esta terça-feira, a via seguida para tal objectivo consistiu na aplicação de um corte orçamental, devido ao qual, disse, «estamos no pico histórico da falta de pessoal e existe uma perda do salário real».

O dirigente sindical referiu que esta situação afecta a qualidade do serviço da OSE, uma vez que implica fazer 16 horas de trabalho e cortar nas férias, tendo denunciado ainda que, com menos pessoal fixo, os empresários privados metem na OSE trabalhadores com contratos temporários precários.

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Já os trabalhadores filiados na Federação dos Funcionários da Saúde Pública exigiram salários dignos e cuidados de saúde de primeira qualidade, tendo reafirmado a reivindicação de serviços públicos de qualidade e que o Estado não ceda às pressões corporativas para enfraquecer o sistema público de saúde.

Também houve delegações de estudantes a participar na mobilização, em protesto contra a iniciativa do governo neoliberal de Lacalle Pou de retirar a disciplina de Arte do bacharelato.

Grande manifestação, para que o «Governo tome nota»

Marcelo Abdala, secretário-geral do Plenário Intersindical dos Trabalhadores – Convenção Nacional dos Trabalhadores (PIT-CNT), destacou à imprensa a dimensão da mobilização, tendo afirmado que dá uma noção da «força e do impacto que a classe trabalhadora tem quando vem para a rua lutar».

O dirigente sindical disse que está em causa o «desenvolvimento nacional» e o «papel do Estado como locomotora do desenvolvimento produtivo, social e democrático do país», face à tentativa de o deteriorar.

«A palavra dos trabalhadores deve ser ouvida», afirmou, sublinhando que o «governo deve tomar nota» e que o PIT-CNT tem previstas novas jornadas de mobilização, em conjunto com outros sindicatos, para 31 de Agosto e 15 de Setembro.

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Marcelo Abdala, secretário-geral do Plenário Intersindical dos Trabalhadores – Convenção Nacional dos Trabalhadores (PIT-CNT), sublinhou a necessidade da organização dos trabalhadores para se defenderem, bem como a filiação dos diversos sindicatos do sector da indústria na CSI, porque, defendeu, unidos têm mais força e impacto.

Abdala disse ainda que o governo de Luis Lacalle Pou está a promover novos cortes salariais no âmbito de uma ofensiva contra os trabalhadores, os sindicatos e as empresas públicas.

O sector industrial, denunciaram os trabalhadores, é um dos mais atingidos pela actual crise e tem sido prejudicado nos últimos anos por falta de políticas que o defendam.

A paralisação desta terça-feira e a manifestação na capital uruguaia incluem-se nas acções de luta que antecedem a greve geral convocada pela central sindical PIT-CNT para dia 15 deste mês, que conta já com uma grande adesão de sindicatos.

O objectivo é realizar uma «jornada histórica» contra a política neoliberal de Lacalle Pou. Em causa estão a defesa do trabalho e dos salários, dos direitos à habitação, à saúde e à educação pública.

Contra a fome e a precarização do trabalho, o PIT-CNT aposta na defesa das empresas públicas e denuncia a alienação do património do Estado.

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Este projecto, denunciou, tem impacto ainda nas políticas sociais e desmantela grande parte dos serviços que o Estado deve prestar.

López sublinhou que não são apenas os funcionários públicos e as suas famílias a sofrerem com a perda de poder de compra e a política de cortes, mas também os pensionistas e reformados, bem como o mercado interno.

Na greve geral desta quarta-feira será feita também a defesa dos direitos à habitação, à saúde e à educação pública, linhas centrais «do que sempre foi a luta histórica do movimento sindical», disse.

Maior jornada de luta da última década

Por seu lado, Daniel Diverio, secretário-geral do Sindicato Único Nacional de la Construcción y Anexos (Sunca), afirmou que a greve geral será «uma demonstração da unidade do campo popular», tendo sublinhando que as mobilizações e plenários recentes fazem prever uma jornada de luta «histórica».

Em declarações recolhidas no portal do PIT-CNT, Diverio disse que haverá uma forte participação de muita gente não filiada na central sindical, que pertence a outros âmbitos da sociedade, sobretudo do mundo rural, onde também existe grande preocupação com a situação actual do Uruguai.

Por isso, reiterou a ideia de Marcelo Abdala, secretário-geral do PIT-CNT, de que será «a maior e mais forte mobilização da última década», com «uma diversidade, amplitude e riqueza programática ainda maior».

«Penso que será uma grande demonstração de unidade do campo popular», disse Diverio, destacando que este «conseguiu reconstruir-se, historicamente, nos momentos complexos».

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«Em 2020, a inflação foi de 9,41% e o índice médio dos salários (IMS) foi de 7,58%; em 2021, a inflação foi de 7,96% e o IMS foi de 6,16%», disse Baldassari, citado pela TeleSur, ao explicar como as reformas estão a ser penalizadas.

Estão a sê-lo na medida em que os salários dos trabalhadores contratados também perderam poder de compra, tal como representantes da Onajpu denunciam numa carta entregue, na semana passada, na sede do executivo uruguaio, na qual afirmam que a desvalorização «se sente no momento de fazer as compras diárias e quem mais sofre é quem menos ganha».

Desde a «conquista» da indexação das reformas ao IMS – que permitiu que a sua valorização não estivesse dependente da «vontade política do governo» – «tinha-se recuperado poder de compra», sublinham. No entanto, «agora, o aumento não chega a cobrir a inflação», criticam.

Tendo em conta o cenário previsível da subida da inflação, o organismo já tinha insistido junto do governo que assegurasse o aumento real dos salários e das pensões, lembrando ainda que 140 mil pensionistas recebem a pensão mínima.

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